Você já deve ter ouvido falar do CBD. Mas o quanto você realmente conhece sobre ele? O potencial medicinal, terapêutico e psicotrópico da cannabis é consequência dos princípios ativos que a compõem. Há terpenos, canaflavinas e fitocanabinoides na planta, sendo os fitocanabinoides as propriedades mais conhecidas e disseminadas desses grupos. Existem mais de 100 fitocanabinoides encontrados na maconha e, até hoje, a quantidade correta ainda é pesquisada.
São dois deles, no entanto, que lideram os estudos a respeito da planta: o THC e o CBD. Um tratado como vilão e o outro milagroso, ainda que erroneamente, mas muitos outros fitocanabinoides também oferecem benefícios medicinais. Por isso, a Kaya Mind publicará uma série de textos sobre alguns dos fitocanabinoides da cannabis. Neste material, será explorado o famoso canabidiol (CBD).
História do CBD
O CBD foi isolado e descoberto pela primeira vez em 1940, pelo químico estadunidense Roger Adams. Alguns anos mais tarde, no entanto, foi quando teve suas propriedades terapêuticas exploradas e relacionadas com a epilepsia, uma doença que hoje é amplamente tratada à base de óleo da substância. Foi o cientista israelense Raphael Mechoulam, responsável por descobrir também o sistema endocanabinoide, que obteve esse resultado, mais aprofundado e comprovado pelo professor brasileiro Elisaldo Carlini nos anos 70.
Hoje, o CBD é tema central de diversas pesquisas científicas que mostram como pode ser útil para tratar diferentes condições médicas, como ansiedade, dor crônica, mal de Parkinson, Alzheimer, Transtorno do Espectro Autista, câncer, psoríase e mais. Isso porque, ao entrar no organismo humano, o fitocanabinoide age de forma similar aos endocanabinoides produzidos naturalmente pelo corpo e, então, interage com o sistema endocanabinoide, que atua em diferentes órgãos e são responsáveis por modular importantes funções do corpo, gerando homeostase (equilíbrio interno).
O uso do CBD atualmente
O uso do CBD se dá de diversas formas, sendo a mais popular o óleo de canabidiol administrado via oral. Cada forma farmacêutica (tipo de uso) tem seus benefícios e malefícios, e normalmente é indicada de acordo com as especificidades e características do paciente. Seu consumo raramente pode causar efeitos colaterais, todos leves, e as contraindicações são poucas. Ainda assim, é importante consultar um médico antes de inseri-lo em sua rotina.
Como o CBD é uma substância não psicotrópica, mesmo que psicoativa, ele tem tido suas vantagens amplamente disseminadas e, consequentemente, mais incluído em legislações de uma variedade de países. No Brasil, por exemplo, existe uma regulamentação que permite a importação de medicamentos à base da cannabis, desde que uma série de condições sejam seguidas, mas a aceitação em torno do canabidiol é um senso comum entre defensores e aqueles que são contrários ao uso da cannabis.
Uso do canabinoide no mundo
Globalmente, a aceitação do CBD tem sido mais ampla, com muitos países permitindo o uso de canabidiol para fins médicos. O Canadá legalizou o uso de cannabis, incluindo o CBD, para tratamentos médicos e recreativos, sendo um dos países pioneiros na regulamentação da substância. Nos Estados Unidos, o CBD foi aprovado pelo FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos) para o tratamento de epilepsias raras, e muitos estados já permitem o uso medicinal de cannabis, incluindo o CBD.
Na União Europeia, os países têm seguido diferentes caminhos, com alguns permitindo o uso medicinal do CBD e outros ainda sendo mais restritivos. Israel, por exemplo, é um dos países que mais investe em pesquisas sobre cannabis e CBD, sendo considerado um líder em estudos clínicos e médicos sobre a substância.
O que as pesquisas científicas dizem sobre o CBD?
Nos últimos anos, o interesse pelo CBD cresceu significativamente, e muitas pesquisas têm sido realizadas para explorar suas aplicações terapêuticas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o CBD como uma substância com um bom perfil de segurança e sem potencial de abuso, o que fortaleceu sua aceitação.
No entanto, como muitas pesquisas ainda estão em fase inicial, é importante que o uso do CBD seja feito sob orientação médica, especialmente em casos de doenças graves. O Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) e outras organizações de pesquisa têm financiado diversos estudos clínicos para explorar mais a fundo os efeitos do CBD sobre condições como dor crônica, saúde mental, epilepsia e doenças neurológicas.
Nas próximas semanas, será possível acompanhar o lançamento de outros textos que contemplem o uso diferente do cânhamo. São eles:
- Fitocanabinoides da cannabis: O que é CBA e qual é a diferença pro CBD
- Fitocanabinoides da cannabis: THC
- Fitocanabinoides da cannabis: DELTA 8 THC
- Fitocanabinoides da cannabis: CBN
- Fitocanabinoides da cannabis: CBG
- Fitocanabinoides da cannabis: THCA
- Fitocanabinoides da cannabis: CBDA
- Fitocanabinoides da cannabis THCV
- Fitocanabinoides da cannabis: CBC
- Fitocanabinoides da cannabis: CBCA
Para entender melhor sobre o mercado da cannabis para uso medicinal no Brasil, onde há um maior detalhamento sobre o funcionamento da planta no organismo humano, acesse o relatório da Kaya Mind “Cannabis Medicinal“ e faça o download gratuito.