O Brasil é o país que contém o maior índice de pessoas ansiosas no mundo. Cerca de 70% da população ativa sofre com estresse em diferentes momentos da vida. Segundo aponta a BBC News, no primeiro ano da pandemia de Covid-19, a ansiedade e depressão aumentaram em 25%, agravando ainda mais quadros de estresse. Por esse motivo, é fundamental entender como você pode usar estratégias para controle de estresse.
O estresse é um companheiro constante na vida moderna, uma sombra que muitas vezes nos acompanha em nossas jornadas diárias. Enfrentar pressões no trabalho, desafios pessoais, ou simplesmente lidar com o ritmo acelerado da vida pode nos deixar à beira do esgotamento. Mas, com ferramentas eficazes e um pouco de conhecimento, é possível domar o estresse e encontrar equilíbrio em meio ao caos. Neste guia, exploraremos o que causa o estresse, seus sintomas, e como gerenciá-lo de forma eficaz.
O que provoca o estresse?
Antes de mais nada, precisamos entender qual é a raiz do problema, para conseguirmos lidar com ele da melhor forma possível. Ferramentas eficazes acabam se tornando sem efeito se você não souber o ponto certo para usá-las.
O estresse é uma resposta natural do corpo a situações percebidas como desafiadoras, ameaçadoras ou exigentes. Existem diversas causas que podem desencadear o estresse em uma pessoa e podem variar muito, de acordo com fatores individuais como personalidade, estilo de vida e acontecimentos externos. Alguns dos principais motivos são:
- Pressão no trabalho;
- Problemas financeiros;
- Eventos de vida significativos;
- Relacionamentos interpessoais;
- Sobrecarga de responsabilidades;
- Mudanças ambientais;
- Expectativas pessoais elevadas;
- Problemas de saúde.
Esses são apenas alguns exemplos de muitas causas potenciais de estresse. É importante reconhecer que o estresse é uma experiência individual e que as fontes de estresse podem variar de pessoa para pessoa. Identificar as causas específicas do estresse é o primeiro passo para desenvolver estratégias eficazes de gerenciamento do estresse.
5 fases do estresse
Embora o conceito não seja formalmente reconhecido como uma teoria psicológica universalmente aceita, as 5 fases do estresse é uma simplificação de como o estresse pode se manifestar e evoluir ao longo do tempo, frequentemente usada em contextos educacionais, de aconselhamento ou em materiais de autoajuda.
Essas fases são frequentemente discutidas como uma forma de explicar o processo pelo qual o corpo e a mente podem responder ao estresse de maneira progressiva:
- Alarme: Esta é a fase inicial do estresse, onde o corpo percebe uma ameaça e entra em estado de alerta. Durante esta fase, o sistema nervoso simpático é ativado, resultando na liberação de hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Isso prepara o corpo para a ação, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a prontidão para enfrentar a situação estressante.
- Resistência: Se o estressor persistir, o corpo entra na fase de resistência. Neste estágio, o corpo tenta se adaptar à fonte de estresse e manter o equilíbrio interno. Os níveis de cortisol podem permanecer elevados enquanto o corpo continua a mobilizar recursos para lidar com a situação estressante. No entanto, essa fase pode ser exigente para o corpo e a mente, e os sintomas físicos e emocionais do estresse podem começar a se manifestar.
- Fase de exaustão: Se o estresse persistir por um período prolongado e os recursos do corpo forem esgotados, o corpo pode entrar na fase de exaustão. Nesta fase, os sistemas do corpo podem começar a falhar e os sintomas de estresse podem se tornar mais pronunciados. Pode ocorrer um aumento da fadiga, irritabilidade, problemas de sono, dores físicas e uma redução na capacidade de enfrentar o estresse.
- Coping: O indivíduo pode começar a empregar estratégias de enfrentamento para lidar com o estresse. Isso pode incluir o uso de técnicas de relaxamento, busca de apoio social, mudanças no estilo de vida ou outras formas de lidar com os desafios enfrentados. O objetivo é encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse e minimizar seus efeitos negativos.
- Recuperação ou desgaste: Dependendo da eficácia das estratégias de enfrentamento adotadas, o indivíduo pode se recuperar do estresse ou experimentar um desgaste contínuo. Se as estratégias de enfrentamento não forem suficientes para lidar com o estresse, pode ocorrer um esgotamento contínuo, levando a problemas de saúde física e mental.
Embora essas fases possam fornecer uma estrutura útil para entender como o estresse pode se desenvolver ao longo do tempo, é importante reconhecer que a resposta ao estresse é altamente individual e pode variar de pessoa para pessoa. Além disso, a maneira como o estresse é experimentado e gerenciado pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo características pessoais, contexto social e suporte disponível.
Principais sintomas do estresse
Agora que entendemos quais são as principais origens do estresse e as 5 fases que ele percorre no nosso corpo e mente, é fundamental saber quais são os sintomas, para que você analise na sua rotina se está sendo afetado por algum deles. Lembrando que estes não são os únicos sintomas, ou seja, seu corpo pode apresentar outros sinais a depender de cada pessoa.
Sintomas físicos:
Os sintomas físicos são sensações no nosso corpo, ou seja, nós conseguimos perceber e identificar o ponto crítico da dor, por exemplo:
- Tensão muscular, especialmente no pescoço, ombros e costas.
- Dores de cabeça frequentes ou enxaquecas.
- Fadiga constante e falta de energia.
- Distúrbios do sono, como insônia ou sono agitado.
- Mudanças no apetite, com aumento ou diminuição do desejo por comida.
- Problemas digestivos, como dor abdominal, constipação ou diarreia.
- Palpitações cardíacas ou aumento da frequência cardíaca.
- Respiração rápida e superficial.
- Sudorese excessiva, especialmente nas mãos e axilas.
- Tonturas ou vertigens.
Sintomas emocionais:
Os sintomas emocionais são sensações mais abstratas e difíceis de serem identificadas, como no caso dos sintomas físicos:
- Ansiedade constante ou preocupação excessiva.
- Irritabilidade e mau humor.
- Sentimentos de nervosismo ou agitação.
- Dificuldade em relaxar ou acalmar a mente.
- Choro fácil ou sensação de estar à beira das lágrimas.
- Diminuição da libido ou interesse em atividades prazerosas.
- Dificuldade em se concentrar ou focar nas tarefas.
- Sentimentos de sobrecarga ou falta de controle.
- Baixa autoestima ou sentimentos de inadequação.
Sintomas comportamentais:
Diferente dos sintomas emocionais, os comportamentais mudam diretamente algum padrão na nossa vida, como:
- Alterações no padrão de sono, como insônia ou sonolência excessiva.
- Aumento do consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias.
- Comportamentos de evitação, como evitar situações estressantes ou pessoas que causam estresse.
- Dificuldade em cumprir responsabilidades ou cumprir prazos.
- Aumento da irritabilidade ou explosões emocionais.
- Isolamento social ou retirada das atividades sociais.
- Procrastinação frequente ou falta de motivação.
- Dificuldade em tomar decisões ou resolver problemas.
Sintomas cognitivos:
Por fim, os sintomas cognitivos estão mais relacionados ao nosso intelecto e mente:
- Pensamentos negativos ou pessimistas.
- Preocupações constantes sobre o futuro ou eventos específicos.
- Dificuldade em se concentrar ou manter a atenção em uma tarefa.
- Pensamento acelerado ou mente agitada.
- Esquecimento frequente ou dificuldade em lembrar informações.
- Dificuldade em tomar decisões ou raciocinar logicamente.
- Autocrítica ou autocrítica excessiva.
Esses sintomas podem variar em intensidade e duração, e nem todas as pessoas experimentarão todos os sintomas. É importante estar ciente desses sinais de estresse e procurar apoio adequado se estiver enfrentando dificuldades para lidar com o estresse em sua vida.
O que é gerenciamento do estresse?
O gerenciamento do estresse é um processo que envolve identificar, entender e responder de forma eficaz aos problemas da vida cotidiana. É uma abordagem proativa para lidar com os desafios e pressões que enfrentamos, com o objetivo de minimizar os efeitos negativos do estresse em nosso bem-estar físico, emocional e mental.
O primeiro passo é reconhecer e identificar as fontes de estresse em nossas vidas, que podem envolver problemas familiares, pressões no trabalho, preocupações financeiras, de saúde ou mudanças de vida.
Uma parte fundamental do gerenciamento é a autoconsciência. Isso envolve estar atento aos nossos próprios pensamentos, emoções e reações físicas ao estresse. Ao reconhecer os sinais precoces em nosso corpo e mente, podemos intervir antes que se torne esmagador. Isso pode incluir aprender a identificar os gatilhos do estresse e como nosso corpo responde a eles.
9 ferramentas para o controle do estresse
Chegamos ao momento mais aguardado! Vamos contar quais são as 9 ferramentas mais poderosas para você controlar e gerenciar melhor os momentos desafiadores na sua vida.
- Prática de mindfulness: A atenção plena envolve prestar atenção ao momento presente, sem julgamento. A meditação mindfulness e técnicas de respiração podem ajudar a reduzir o estresse e promover o relaxamento.
- Exercício regular: O exercício físico regular é uma das melhores maneiras de reduzir o estresse. A atividade física libera endorfinas, neurotransmissores que melhoram o humor e reduzem a dor.
- Estabelecimento de limites: Aprender a dizer “não” quando necessário e estabelecer limites saudáveis pode ajudar a reduzir o estresse e evitar o esgotamento.
- Técnicas de relaxamento: Práticas como yoga, tai chi e massagem podem ajudar a relaxar o corpo e a mente, reduzindo os níveis de estresse.
- Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada e nutritiva pode fornecer ao corpo os nutrientes necessários para lidar com o estresse de forma mais eficaz.
- Estabelecimento de uma rotina: Ter uma rotina consistente pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse, proporcionando uma sensação de estrutura e previsibilidade.
- Busca de apoio social: Conversar com amigos, familiares ou um terapeuta pode ajudar a aliviar o estresse e fornecer uma perspectiva diferente sobre os desafios que enfrentamos.
- Tempo de lazer: Tirar um tempo para fazer atividades que você ama pode ajudar a reduzir o estresse e promover o bem-estar emocional.
- Instrumentos complementares: Adicione óleos essenciais, fitoterápicos, vitaminas e outras substâncias para auxiliar no alívio do estresse. A cannabis medicinal pode ser uma excelente aliada no seu processo.
Essas e outras ferramentas são simples de serem implementadas para a maioria das pessoas. É importante tentar equilibrar todas elas na sua rotina, para ter uma melhora significativa na sua saúde.
Redução do estresse com Cannabis
A cannabis tem sido cada vez mais reconhecida por seus potenciais benefícios no gerenciamento do estresse e da ansiedade. Os compostos ativos da planta, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), têm propriedades relaxantes e podem ajudar a aliviar os sintomas do estresse.
O estresse afeta diretamente o nosso sistema imunológico, onde os diversos compostos da cannabis interagem com o sistema endocanabinoide, promovendo a regulação do organismo. Dessa forma, além de controlar o estresse, outros sintomas são reduzidos como a ansiedade, dores crônicas, inflamações, entre outras patologias.
Se você tem interesse em realizar o seu tratamento para controle de estresse com produtos à base de cannabis, é necessário realizar uma consulta com um médico prescritor. A Kaya Mind Saúde pode te ajudar neste processo. E se você tem curiosidade em saber mais sobre o universo canábico, temos diversos e-books para você buscar informações completas e confiáveis.