A dieta cetogênica, também conhecida como dieta cetônica, é uma alternativa nutricional caracterizada por níveis elevados de gorduras, moderados de proteínas e extremamente baixos de carboidratos. Seu principal propósito é induzir um estado metabólico chamado cetose, no qual o organismo inicia a quebra de gorduras para obtenção de energia, sem depender predominantemente de carboidratos. Nesse texto, vamos entender mais detalhes sobre essa abordagem, as indicações e seus riscos.
Como a dieta cetogênica atua no nosso corpo
A cetose é um fenômeno natural do corpo, e seu objetivo específico é gerar energia a partir de gorduras quando a quantidade de glicose disponível é insuficiente. Dessa forma, a cetose pode ocorrer durante períodos de jejum ou como resultado de uma dieta restrita e com baixo teor de carboidratos.
Na prática, geralmente dependemos de carboidratos, especialmente glicose, como a principal fonte de energia para nossas atividades diárias e exercícios físicos. Quando há uma redução nessa fonte, o corpo procura outras fontes de combustível, principalmente por meio da ingestão de proteínas e gorduras, incluindo as reservas de gordura corporal. Se o cardápio também for planejado para criar um déficit calórico, ocorre a promoção da queima de gordura corporal, semelhante ao que acontece em qualquer dieta saudável em que o consumo de calorias é inferior ao gasto.
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Outro aspecto relevante nos processos metabólicos é a geração dos “corpos cetônicos”, moléculas que influenciam os hormônios ligados ao apetite e que são empregadas como uma abordagem para diminuir crises epilépticas, conforme indicado por estudos relacionados à dieta Atkins. Dessa maneira, é possível experimentar uma sensação ampliada de saciedade, o que propicia uma ingestão reduzida de calorias.
A conexão entre a dieta cetogênica e a epilepsia remonta ao início do século XX, quando foi desenvolvida como uma intervenção para tratar a epilepsia, especialmente em casos refratários que não respondiam adequadamente aos medicamentos convencionais. A proposta dessa abordagem é que a cetose pode ter efeitos benéficos no cérebro, reduzindo a frequência e a intensidade das crises epilépticas.
Acredita-se que a cetose influencie a produção e o funcionamento de neurotransmissores no cérebro, criando um ambiente menos propenso a crises epilépticas. No entanto, os mecanismos exatos ainda não foram completamente compreendidos.
A composição típica da dieta cetogênica consiste em aproximadamente 70-75% de gorduras, 20-25% de proteínas e apenas 5-10% de carboidratos. Essa formulação nutricional induz a cetose, que resulta na produção de corpos cetônicos, os quais servem como uma fonte alternativa de energia para o cérebro.
É fundamental saber que a dieta cetogênica não é apropriada para todos os casos de epilepsia, sendo geralmente recomendada sob a supervisão de profissionais de saúde, como neurologistas e nutricionistas especializados. Além disso, seu uso requer monitoramento rigoroso e possíveis ajustes na composição nutricional, adaptando-se às necessidades individuais.
Para quem a dieta cetogênica é recomendada?
Apesar de ter demonstrado eficácia em alguns casos de epilepsia, a dieta cetogênica também é explorada atualmente para objetivos como perda de peso, controle de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, distúrbios neurológicos. e outras condições metabólicas.
O padrão de alimentação frequentemente recomendado como um referencial saudável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza os níveis de distribuição dos macronutrientes em proporções de 40-40-20, em que 40% das calorias são provenientes de proteínas, 40% de carboidratos e 20% de gorduras.
Nesse sentido, para pessoas que não são acometidas por essas condições médicas, a dieta cetogênica nem sempre é a melhor alternativa. A abordagem é procurada por pessoas que almejam o emagrecimento, mas qualquer plano alimentar desenvolvido para obtenção de déficit calórico pode proporcionar esse efeito.
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Nesses casos, esse tipo de dieta pode acarretar algumas desvantagens, já que as opções são mais restritas e impedem o consumo de algumas frutas e vegetais que possuem nutrientes importantes. Se a dieta cetogênica for realizada sem acompanhamento profissional, ela pode trazer graves consequências a saúde.
A dieta cetogênica também não é indicada para:
- Gestantes e lactantes
- Pessoas com distúrbios alimentares
- Idosos com idade superior a 65 anos
- Crianças e adolescentes (exceto casos de epilepsia refratária)
- Pessoas com risco de cetoacidose
Os riscos desse tipo de dieta
Embora seja terapêutica em casos específicos, a dieta cetogênica pode trazer diversos agravantes à saúde de algumas pessoas.
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Um ponto crítico a ser considerado é o estado de cetose em si. Se houver uma concentração excessiva de corpos cetônicos no organismo, pode surgir o risco de desenvolver uma condição chamada de cetoacidose, especialmente em pacientes com diabetes mellitus. A cetoacidose torna o sangue muito ácido, podendo resultar em desidratação e, em casos mais graves, levar à morte.
Além disso, devido à ênfase no consumo de gorduras, a dieta cetogênica pode agravar problemas relacionados ao fígado, órgão crucial no metabolismo de lipídios.
Outros riscos associados à dieta cetogênica incluem pressão baixa, formação de pedras nos rins, distúrbios alimentares e uma maior susceptibilidade a doenças cardiovasculares.
Qual o tempo ideal para fazer a dieta cetogênica?
Como cada organismo e único e o metabolismo varia muito de pessoa para pessoa, os especialistas não estimam um tempo ideal sem antes fazer uma avaliação personalizada de cada caso. No entanto, para induzir à cetose, é fundamental que o corpo lide uma nítida ausência de carboidratos para que a gordura seja utilizada como fonte de energia.
Embora os benefícios da dieta cetogênica sejam amplamente registrados na literatura científica, seus efeitos a longo prazo não são totalmente esclarecidos, e estima-se que a abordagem seja eficaz para o emagrecimento apenas durante os primeiros meses.
Quais alimentos devem ser incluídos na dieta cetogênica:
A proporção de alimentos ricos em gorduras deve ser alta, então basicamente, devem ser priorizados alimentos com menor teor de carboidratos, preferencialmente de origem natural. A seguir estão alguns itens recomendados:
- Fontes de proteína, tais como carnes, aves, ovos, queijos, peixes e frutos do mar;
- Folhas verdes;
- Óleos e manteiga;
- Frutas como morango, mirtilo, limão, coco, cereja e abacate;
- Castanhas e sementes, como chia e linhaça;
- Café, erva mate e chás.
- Vegetais, incluindo brócolis, repolho, couve-flor, pimentão e cebola;
Quais alimentos devem ser evitados:
Principalmente, é recomendável reduzir ou evitar alimentos ricos em carboidratos, tais como:
- Farinhas, pães, doces e macarrão;
- Laticínios, incluindo leite e iogurte;
- Tubérculos como batatas, mandioca, inhame, cará e mandioquinha;
- Adição de açúcares, como mel, açúcar refinado, açúcar mascavo, açúcar demerara, xaropes, etc.;
- Leguminosas em geral, como feijão, soja, ervilha e grão de bico;
- Produtos como chocolates, sorvetes, caldas e bolachas;
- Frutas ricas em carboidratos, como banana, maçã, manga e abacaxi;
- Bebidas alcoólicas, sucos de frutas e refrigerantes.
A quantidade necessária de cada alimento deve ser consultada com um profissional especializado. É fundamental contar com a supervisão e orientação de um nutricionista ao realizar qualquer dieta ou ajuste na alimentação. No caso desse plano alimentar, os cuidados devem ser ainda mais rigorosos, dado seu caráter bastante restritivo. Portanto, é crucial passar por uma avaliação nutricional abrangente e obter uma abordagem personalizada, que considere suas particularidades individuais, e garanta a preservação da saúde, sem possíveis danos ou prejuízos. Caso você esteja interessado nesse plano alimentar devido a epilepsias e convulsões, o óleo de CBD é uma alternativa terapêutica eficaz no combate a essa condição. Não deixe de se informar a respeito dos benefícios da cannabis!