Óleo de CBD: Onde comprar, preço, tipos e benefícios 

Desde as evidências científicas sobre sua eficácia no tratamento de diversas condições médicas, o óleo de canabidiol ou óleo de CBD tem se tornado um dos derivados mais populares da cannabis e um produto comum em prateleiras de farmácias, mercados e lojas de países onde há ampla regulamentação. No Brasil, o óleo de CBD ainda não é encontrado a cada esquina, pois o cultivo da planta é ilegal, mas já está disponível nas farmácias ou via importação para quem tem uma prescrição médica para utilizá-lo. 

Diante do crescimento desse mercado e da imensa variedade de produtos que hoje existem, é importante informar sobre um local de compra confiável, entender suas especificidades, como seus preços e tipos, além de conscientizar sobre seus benefícios e malefícios, afinal, o óleo de CBD é um medicamento e deve ser administrado com responsabilidade. 

O que é óleo de CBD? 

O óleo de canabidiol é um extrato das flores da cannabis que contém principalmente o CBD como fitocanabinoide da planta, o que significa que seu consumo não causa efeitos psicotrópicos.  O canabidiol é um dos fitocanabinoides mais presentes na maconha e não “chapa” como o THC, mas, ao mesmo tempo, tem inúmeras propriedades medicinais que foram e ainda vêm sendo descobertas pela comunidade científica.  

O CBD causa relaxamento, inibe dores, induz o sono, diminui convulsões, dentre outros benefícios, podendo ser aplicado em diversas formas farmacêuticas de produtos além dos óleos, como pomadas, cremes, maquiagens e mais. Os óleos, por sua vez, são normalmente administrados via oral e consumidos para tratar condições médicas diversas por meio de doses específicas para cada paciente. 

Quanto custa óleo de CBD e onde comprar? 

No Brasil, o acesso ao óleo de CBD infelizmente não é tão fácil como em países onde há regulamentação, mas já evoluiu significativamente desde a publicação da primeira RDC que permitia o uso do fitocanabinoide para fins medicinais. O cultivo de cannabis ainda é proibido no país, exceto em raros casos, o que dificulta a produção e distribuição desses produtos, mas hoje é possível fazer uso medicinal desse produto por meio das importações via Anvisa e também há uma maior disponibilidade em farmácias brasileiras.  

Antes de fazer a solicitação à Anvisa por meio do preenchimento de um formulário, é necessário ter uma prescrição médica e fazer a encomenda por meio de marketplaces ou importadoras que fazem a ponte entre os produtos estrangeiros e o paciente no Brasil. Algumas dessas empresas são: 

• Terra Cannabis 
• Cannect 
• 4SocialMeds 
• Equilibra  

Segundo o mapeamento da Kaya, foram encontrados cerca de 762 óleos e tinturas de 91 marcas diferentes que podem ser importados por pacientes no Brasil. Os preços dos importados variam entre R$ 50.26 e R$ 4.527,85 sendo que a média é de R$ 538,35. Vale lembrar que, além do valor do remédio, é necessário pagar um frete, que custa por volta de US$ 70. São diversos óleos de CBD que você pode ter acesso por meio dessas importadoras, temos um conteúdo especificamente sobre o assunto. 

Além dos medicamentos importados, existem 29 produtos à base de cannabis para fins medicinais disponíveis nas farmácias brasileiras. Ainda, há 13 empresas que já têm autorização para venda nas farmácias, e dentre elas dois produtos de um já não estão mais à venda porque a autorização foi cancelada, restando 12 empresas. Os preços daqueles que já são vendidos nas farmácias variam entre R$ 136,35 e R$ 2.445,25, sendo a média de R$ 707,13. 

Temos um conteúdo completo sobre quanto custa o tratamento à base de cannabis no Brasil. 

Benefícios do óleo de CBD 

O CBD foi descoberto em 1940 pelo químico estadunidense Roger Adams. Suas propriedades terapêuticas foram exploradas anos mais tarde pelo cientista israelense Raphael Mechoulam, responsável por descobrir também o sistema endocanabinoide. Um dos principais resultados que obteve foi em relação à eficácia do CBD no tratamento de epilepsia, doença que hoje é amplamente tratada com essa substância – esse tema também foi aprofundado e comprovado pelo professor brasileiro Elisaldo Carlini nos anos 70.  

Hoje, sabe-se que o CBD tem uma série de vantagens para tratar condições médicas como ansiedade, insônia, dor crônica, mal de Parkinson, Alzheimer, Transtorno do Espectro Autista, câncer, psoríase e muito mais. Ao interagir com o sistema endocanabinoide, o CBD proporciona o equilíbrio de suas funções por meio de suas propriedades terapêuticas:  

• Ansiolíticas; 
• Soníferas; 
• Relaxantes; 
• Antieméticas; 
• Antibacterianas; 
• Anticonvulsivas; 
• Neuroprotetoras. 

No entanto, assim como qualquer substância medicinal, o óleo de CBD também pode causar efeitos colaterais, ainda que esses sejam leves e nada comparados à intensidade das consequências do consumo de alguns medicamentos alopáticos.  

Por isso, é essencial consultar um profissional da saúde antes de iniciar o tratamento à base do produto. 

Tipos de óleos de CBD

Apesar do óleo de CBD ser o mais popular, por conta da ampla aceitação em torno do canabidiol tanto na comunidade médica como política, existem outros óleos derivados da cannabis que também são utilizados medicinalmente.  

Os óleos full-spectrum, por exemplo, contêm todas as propriedades da cannabis, como toda a gama de fitocanabinoides, incluindo o THC, bem como os terpenos e as canaflavinas da planta. Além disso, há, também, os óleos broad-spectrum, que não contêm THC, mas todas as outras substâncias presentes na cannabis.  

Cada produto costuma ser receitado de acordo com as necessidades específicas dos pacientes, mas, como dito anteriormente, o óleo de CBD ainda é o mais utilizado e prescrito pelos profissionais, tanto pela maior disponibilidade de produtos quanto pela sua aceitação por não ter elementos psicotrópicos.  

Vale dizer, contudo, que estudos apontam que o consumo terapêutico de medicamentos à base de todas as substâncias da cannabis pode ser mais benéfico para uma série de condições médicas, por causa do efeito entourage ou efeito de comitiva.  

Como fazer o uso do óleo de canabidiol?  

O óleo de canabidiol é normalmente ingerido pela via oral, ou seja, via ingestão pela boca. Porém, muitas pessoas pingam na língua ou colocam dentro de aparelhos de vaporização. Entenda os muitos tipos para se fazer o uso e as diferenças:  

Puro em formato de tintura  

Em termos práticos, uma tintura é uma mistura que você pode tomar por conta-gotas ou borrifa direto na boca. Você pode tomar o óleo CBD colocando-o diretamente sob a língua – essa parte da boca é uma área rica em capilares e, portanto, o CBD chegará à corrente sanguínea mais rapidamente.  

Tente colocar uma dose de CBD debaixo da língua e segure-a por um minuto antes de engolir.  

Em forma de cápsula  

O óleo CBD também pode ser ingerido em formato de cápsula, o que pode ser uma boa opção para pessoas que desejam liberar constantemente pequenas doses do composto no corpo, no entanto, quando o CBD é ingerido, ele passa pelo trato digestivo, o que significa que você pode ter que esperar mais de 30 minutos antes de sentir qualquer efeito.  

Na sua bebida ou suco  

Algumas misturas de óleo CBD podem ter um sabor forte e com bastante gosto de planta, o que não é para todos, por isso muitas pessoas gostam de mascarar o sabor com outros ingredientes — de preferência mais gostosos que o gosto a se evitar. Essa mistura pode ser em um suco, na água ou no seu smoothie matinal.   

No café  

Cada dia surgem novas maneiras de se misturar o CBD com itens do nosso dia a dia e, com o café, não seria diferente. Há um número crescente de marcas de café CBD surgindo, que afirmam que quando os grãos de café são infundidos com CBD, eles eliminam a ansiedade que o consumo de cafeína pode causar o que torna o ‘up’ que seu café lhe dá um pouco mais suave.    

Em uma caneta vaporizadora  

Uma maneira que já tem sido bastante buscada são os vaporizadores, pois as canetas vape são fáceis de usar e podem passar despercebidas porque produzem pouca fumaça. O lado positivo de tomar o óleo de canabidiol em uma caneta vaporizadora é que, quando o CBD é inalado, ele entra nos pulmões, onde passa rapidamente para a corrente sanguínea.  

No entanto, é importante observar que a segurança a longo prazo do vaping ainda é desconhecida e nem todas as canetas permitem os óleos comuns (estão normalmente diluídos em glicerina), verifique com o fabricante se a caneta da sua marca não irá estragar quando você fizer o uso.  

Em doces e outras comidas  

Uma das grandes vantagens do CBD é que ele basicamente pode ser incorporado a qualquer coisa, e é por isso que você encontrará — em mercados regulamentos — de tudo, desde biscoitos e brownies a gomas e balas de caramelo infundidos com ele. Os doces são fáceis de levar com você em uma bolsa em movimento, enquanto os assados podem precisar ser mantidos refrigerados para manter o CBD fresco (ou apenas comê-los rapidamente antes que acabem?).  

Sempre importante alertarmos que a partir dessa via os efeitos podem levar até 4 horas para ser sentidos, por isso é importante dosar com calma essas balinhas de CBD.   

Em um creme de massagem, bálsamo ou outros tópicos  

O método tópico tem sido muito usado, pois tem uma ação local mais forte. Na forma de bálsamo ou de creme, o CBD costuma ser misturado com outro óleo ou cera, facilitando a sua aplicação na pele (e deixa o corpo com um cheiro ótimo também).  

Quando usado topicamente, o CBD pode atingir alvos locais, como dores musculares ou nas articulações. Também ouvimos dizer que faz maravilhas para dores menstruais.  

É legalizado trazer óleo de canabidiol de fora do Brasil? 

A resposta é que sim, porém existem alguns pré requisitos e normas a serem seguidas para esse processo ser legal. Isso porque o uso medicinal de cannabis é regulamentado no Brasil apenas para quem tem prescrição médica para importar ou comprar medicamentos à base da planta, o que significa que por mais que seja possível trazer óleos de cannabis de uma viagem para o país, é necessário considerar algumas especificações da lei importantes.  

Muitos países têm regulamentações mais abrangentes em relação à cannabis, como é o caso do Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Colômbia, México e outros que já reconheceram sua importância medicinal e de reparação social. Por isso, é comum que brasileiros viajem para o exterior e aproveitem essas leis mais liberais, seja fazendo uso recreativo da planta como descobrindo e experimentando milhares de produtos novos desse mercado.  

Muitos viajantes desejam trazer esses produtos na mala para consumo no Brasil, o que, por desconhecimento e complexidade da lei, pode gerar sérias consequências legislativas àqueles que o fizerem sem estarem adequados às normas atuais. 

A regulamentação acerca do uso medicinal da cannabis no Brasil é especificamente voltada para pacientes que tenham passado por uma consulta com um profissional de saúde, recebido uma prescrição médica para uso e realizado uma solicitação à Anvisa. Esse é o único processo que permite a importação ou compra de produtos à base da planta em farmácias e associações brasileiras. Há, também, a possibilidade de impetrar um habeas corpus a fim de receber autorização para auto cultivo e produção própria dos derivados terapêutico, mas é um processo burocrático.