O mercado da cannabis, ainda que esteja se desenvolvendo e crescendo em países onde há regulamentação, encontra alguns entraves para se estabelecer. Um deles é a falta de uma base de dados sobre a planta, já que, por mais de 100 anos, houve muito preconceito e tabu em torno do tema. Isso, no entanto, vem mudando, e hoje já existem diversas universidades que incentivam estudos científicos a respeito da cannabis e de sua variação, o cânhamo.
Estudos científicos sobre cannabis
Atualmente, há milhares de pesquisas, sendo a maioria realizada após os anos 2000, período em que iniciou-se, novamente, a discussão sobre a regulamentação da planta. O Canadá, por exemplo, legalizou o seu consumo para fins medicinais em 2001 e, em 2013, o Uruguai foi pioneiro na regulamentação do uso adulto. Contudo, o ano de destaque desses estudos foi em 2020, pois houve diversas movimentações legais em torno da maconha e, também, por ter sido o ano da pandemia do novo coronavírus, no qual pesquisadores debruçaram-se sobre inúmeros assuntos para encontrar uma solução para a crise sanitária.
É curioso, no entanto, observar que a maioria das pesquisas se deram em instituições de ensino ocidentais, sendo que a maconha é parte da cultura oriental desde seu primeiro registro. Ainda, as faculdades que encabeçaram os estudos sobre cannabis são de maioria estadunidense, país em que não há legalização da planta a nível federal, exceto para o cultivo de cânhamo. Há outras nações sem uma regulamentação plena da cannabis em destaque, inclusive a líder.
A pioneira em estudos científicos sobre cannabis
A King’s College London, localizada em Londres, no Reino Unido, aparece em primeiro lugar como a instituição que mais desenvolveu estudos sobre o tema. A universidade, que é pública e a terceira mais antiga Inglaterra, também é uma das mais famosas do ramo de pesquisa. A escritora Virginia Woolf, a fundadora da enfermagem moderna Florence Nightingale, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu e o poeta Thomas Hardy foram algumas das personalidades que estudaram na instituição.
Outras importantes instituições para os estudos científicos sobre a planta
Em segundo lugar, aparece a Universidade da Califórnia (UCLA), localizada no estado norte-americano de um dos maiores mercados de cannabis no mundo, e, em seguida, a Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em Sidney, uma das maiores cidades da Austrália.
Em quarto lugar, mas não muito longe do terceiro, se sobressai a Universidade de São Paulo (USP), uma das melhores instituições da América Latina. O Brasil, por outro lado, não engloba nenhuma legalização da planta, apenas uma regulamentação estabelecida pela Anvisa de seu uso medicinal e terapêutico, com diversas limitações de acesso. Ainda assim, um dos maiores pesquisadores e pioneiros no assunto da cannabis para uso medicinal foi brasileiro: o professor e médico Elisaldo Carlini, que faleceu em 2019 e deixou um legado de excelência.
O crescente número de artigos científicos é um indicador significativo do potencial do mercado canábico e de como vem ganhando visibilidade ao longo dos anos e ao redor do mundo. Quanto mais cientistas estiverem dispostos e curiosos a entender o funcionamento dessa planta poderosa e versátil, mais o conhecimento chegará aos ouvidos e olhos de quem pode incluí-la na legislação.
Quer conhecer mais sobre o cenário atual do mercado de cannabis para fins medicinais no Brasil? Confira o último relatório da Kaya Mind.