Hoje, é difícil encontrar algum momento do seu dia em que você não utiliza dados, muitas vezes sem saber que é isso que está acontecendo. As redes sociais, por exemplo, usam inteligência artificial para identificar e remover imagens consideradas impróprias. Já os smartwatches (relógios inteligentes) usufruem da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), mecanismo que garante a comunicação entre dispositivos por meio de uma conexão sem fio, quando controlam as funções do seu celular ou monitoram seus batimentos cardíacos. Ao realizar uma compra online, o machine learning (aprendizado de máquina), sistema que modifica um comportamento de forma autônoma com base na sua própria experiência, é responsável por combater tentativas de fraudes com cartões de crédito e outros meios de pagamento.
Todas essas tecnologias com nome difícil, frequentemente abordadas pela mídia e pela sociedade, têm os dados como principais combustíveis. Cada vez mais, o desenvolvimento e a boa performance das indústrias dependem dessas informações e as colocam no centro das decisões. É o que se chama de cultura data driven, isto é, cultura orientada por dados.
Mas por que os dados são combustíveis? Primeiramente, é importante determinar qual é a diferença entre dados, informação, conhecimento e sabedoria e, para isso, usa-se a DIKW Pyramid, conhecida como Pirâmide do Conhecimento, formalizada em 1989 por Russell L. Ackoff em seu estudo “From Data to Wisdom”. Cada nível da pirâmide responde perguntas sobre dados e agrega valor a eles, ou seja, quanto mais perguntas forem respondidas, mais alta fica a pirâmide. Isso mostra que enriquecer dados com contexto, possibilita a obtenção de conhecimento e novas percepções. No topo da pirâmide, esse conhecimento e essas percepções se transformam em uma experiência de aprendizado que orienta ações.
Pirâmide DIKW
Dados: coleção de fatos brutos sem organização
Os dados são uma coleção de números ou caracteres em sua forma bruta, sem organização. Um exemplo disso podem ser os números 1 3 1 0 6 3 3 0 2 4 que, sem organização não é possível obter nenhuma informação, mas quando organizados podem representar um telefone: (11) 3063-3024.
Informação: dados organizados de forma que seja possível fazer a análise e visualização para uma finalidade específica
A informação é o dado que foi colocado e processado de forma a ser entendido e, dependendo da finalidade de uso, tem um processamento diferente. Podem acontecer diferentes tipos de operações nesse momento, seja um agrupamento, operações matemáticas, uma validação e outras para se chegar no objetivo final. Ao fazer perguntas relevantes sobre “quem”, “o quê”, “quando”, “onde”, etc., é possível decifrar informações valiosas dos dados e torná-los mais úteis.
Conhecimento: a conexão entre informações, auxiliando o entendimento de como chegar ao objetivo
Essa etapa está muito ligada à como as informações se conectam e podem ser analisadas em conjunto. Entender “como” as informações são relevantes para o objetivo, “como” as peças da informação estão conectadas umas às outras para agregar mais significado e valor, e “como” aplicam-se as informações para atingir objetivos.
Alterar a maneira com que se observa as informações, transformando o que antes era uma descrição de fatos coletados em um entendimento de como aplicá-las para atingir objetivos, é a forma de chegar ao conhecimento. Este costuma ser a vantagem que as empresas têm sobre seus concorrentes, afinal, à medida que descobrem-se conexões que não são explicitamente declaradas como informações, é possível obter insights mais profundos.
Sabedoria: é o conhecimento transformado em ação
A sabedoria é a última etapa da pirâmide e, nesse estágio, é possível responder as perguntas mais estratégicas do negócio e que precisam evoluir de informações a conhecimento. Pode-se dizer também que, se os dados e as informações são como um olhar para o passado, o conhecimento e a sabedoria estão associados ao agora e ao futuro.
A pirâmide DIKW é apenas um dos muitos estudos teóricos que ajudam a explicar um movimento empresarial e governamental mundial que, em meio a globalização, a evolução da tecnologia e o aumento dos dados brutos, é crescente e cada vez mais perene, além de necessário para as corporações, independente do tamanho delas.
Não tem como fugir. Os dados permeiam diversas áreas; no setor canábico, por exemplo, eles são especialmente importantes. Mas por que “especialmente”? Há uma década, a maconha ainda fazia parte única e exclusivamente do mercado ilegal na maioria dos países, o que não facilitou a coleta de informações sobre a indústria. A descriminalização e regulamentação da planta vem acontecendo em diversas regiões, o que expandiu e ajudou no amadurecimento do setor, mas, pelo histórico proibicionista, a escassez de dados permanece. Por isso, para negócios sustentáveis e lucrativos na indústria da cannabis, é muito importante incorporar a cultura data driven nas corporações.
Essa falta de informações dificulta a compreensão aprofundada dos compostos e benefícios da cannabis, prejudicando o desenvolvimento de novos produtos, aprovação de pesquisas acadêmicas e científicas e as tomadas de decisão relacionadas à indústria. Por ser um setor novo, muitos negócios ainda não têm planos de ação ou uma segmentação de mercado clara.
A importância dos dados no mercado da maconha
Isso, no entanto, vem se transformando. Com o crescimento do mercado, os dados têm se tornado cada vez mais necessários e, por isso, essa área vem ganhando espaço. De acordo com informações coletadas pela Kaya Mind, o setor de pesquisa de mercado para cannabis no Brasil pode chegar a 1,07 bi ao ano, considerando oito grandes indústrias afetadas pela regulamentação, sendo elas suplementos, cuidado pessoal, têxtil, pets, farmacêutica, tabaco, papel e bebidas.
A cultura data driven na indústria da cannabis pode ser vista em diferentes momentos desse amplo setor. O investimento em análise de dados, também conhecida como data analytics (DA), é parte importante do setor de pesquisa para obter dados estratégicos para o desenvolvimento do mercado. Por exemplo, ao realizar pesquisas sobre canabinoides diferentes do THC e CBD e que ainda são pouco explorados na maconha, como o CBN ou CBDV, é possível entender de que maneira eles podem ser utilizados na indústria. Assim, companhias podem descobrir novas oportunidades no setor canábico que já se encontra, de certa forma, saturado em algumas áreas pelo fato das empresas oferecerem produtos semelhantes para os mesmos segmentos de mercado.
Já a partir do uso de ferramentas de Inteligência de Negócios (Business Intelligence), gestores teriam ajuda em relação às tomadas de decisão na indústria da maconha. Os dados coletados por BI possibilitam que a empresa identifique suas estratégias de sucesso, novas oportunidades no negócio, melhores investimentos de marketing, entre outros, e, então, planeje como melhorar os processos e projetar os próximos passos.
Essas duas formas de análises, além de muitas outras, dão retornos evidentes às companhias. Em vez de “adivinhar” as tendências, haverá uma compreensão melhor sobre cada um dos segmentos, o que reflete no desenvolvimento do produto, bem como em seu preço e nas vendas. É fato: sem um posicionamento de mercado preciso, a chance de fracassar é maior. Os dados são, portanto, peças chave para obter sucesso.
Por isso, diante de novas regulamentações acerca da cannabis, a Kaya Mind pode ajudar empresas a entenderem melhor como aproveitar as oportunidades de mercado que surgirem. Acesse o nosso site e obtenha os dados que deseja.