As plantas têm um histórico medicinal milenar, sendo usadas como tratamento, prevenção e até “cura” para muitas condições médicas. Isso acontece porque as plantas são ricas em nutrientes e compostos bioativos, dois elementos que oferecem efeitos terapêuticos importantes. Em algumas culturas, como na oriental, indígena e quilombola, esse tipo de medicina ainda é muito presente, mas o uso de plantas medicinais foi base da terapia medicamentosa só até o começo do século 20. Hoje, no entanto, o interesse em torno da fitoterapia só cresce e, para muitos, é até considerada uma tendência.
O que é fitoterapia e para que serve?
O termo “fitoterapia” é de origem grega e remete à “tratamento vegetal”, já que “phyton” significa “vegetal” e “therapeia”, “tratamento”. A fitoterapia, portanto, nada mais é do que o estudo científico dos componentes terapêuticos de plantas para ajudar na prevenção e tratamento de condições médicas. No Brasil, essa técnica é regulamentada pela Anvisa desde 2014, via a RDC 26/2014.
Os fitoterápicos são os produtos terapêuticos obtidos a partir de plantas, mas que passam por um processo de ensaios, análises, acompanhamento de instituições públicas e evidências clínicas que garantem sua segurança e eficácia, evitando impurezas e contaminações. Eles, portanto, são derivados vegetais industrializados ou manipulados que contêm compostos bioativos das plantas utilizados para o tratamento de doenças e que, geralmente, oferecem menos efeitos colaterais do que medicamentos convencionais.
É importante ressaltar que fitoterápicos são diferentes das plantas medicinais, já que estas últimas estão em sua forma original, não passaram por nenhum processo de industrialização e normalmente são consumidas em chás e infusões.
Quais são os tipos de fitoterápicos?
Os fitoterápicos são medicamentos com formas farmacêuticas diversas, assim como os alopáticos. Existem, portanto, fitoterápicos em forma de cápsulas, comprimidos, cremes, pomadas, xaropes, tinturas, óleos e mais.
O Brasil concentra 20% da biodiversidade mundial, além de ser o primeiro em biodiversidade vegetal, já que tem mais de 50 mil espécies de plantas. A variedade de fitoterápicos que podem ser consumidos em território nacional, portanto, é enorme. Na lista Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais), de 2022, instrumento que garante acesso à assistência farmacêutica e promove o uso racional de medicamentos, servindo de modelo para o SUS (Sistema Único de Saúde), há 12 fitoterápicos classificados. Veja:
Além destes, existem muitos outros fitoterápicos. Vale dizer que a automedicação não é recomendada em nenhuma circunstância, inclusive nos casos de fitoterápicos, mesmo que sejam naturais e à base de plantas. Afinal, como qualquer medicamento, podem proporcionar efeitos colaterais e existem contraindicações. Por isso, é sempre importante ter acompanhamento profissional.
Produtos à base de cannabis são fitoterápicos?
Ao considerar que a cannabis é uma planta medicinal, pois proporciona inúmeras propriedades terapêuticas que a ciência já comprovou, pode-se dizer que os produtos à base de seus componentes são fitoterápicos, como os óleos, as tinturas, os comprimidos etc. Isso coloca em questão o porquê da cannabis ainda não ser incluída em locais no Brasil destinados a cultivar diferentes plantas medicinais e fabricar fitoterápicos, como as Farmácias Vivas. Hoje, a planta não pode ser cultivada no país e os seus derivados só podem ser acessados por meio de importação, farmácias (com poucas opções disponíveis) e associações.