As formas de administração viáveis dependem do objetivo do uso da cannabis – se for para fins terapêuticos, existem algumas opções, já para uso adulto, outras. A depender do caso, elas podem ser similares.
No caso de uso terapêutico, uma das formas de consumo da maconha mais populares é o uso do óleo à base de cannabis. O extrato dissolvido em óleo vegetal é consumido por meio de um frasco conta-gotas, que ajuda a controlar a dosagem do medicamento, e é aplicado embaixo da língua para fazer efeito de forma mais rápida. Além dessa alternativa, há cápsulas que podem ser ingeridas – elas têm uma ação mais demorada no organismo, mas permitem uma dosagem mais precisa, não carregam sabor e cheiro e têm uma série de outras vantagens.

Medicamentos à base de cannabis
Por mais que cause um estranhamento, existem também supositórios vaginais e retais derivados da planta que servem como remédio. Normalmente, ele é recomendado para cólicas menstruais e distúrbios intestinais por agir localmente. Essa opção chega à corrente sanguínea rapidamente e oferece um efeito duradouro. Outra possibilidade mais incomum é via spray nasal, que também tem um intuito de agir rapidamente – no Brasil, existe uma medicação com essa forma de administração à venda nas farmácias, chamada de Mevatyl e que é indicada para pacientes com esclerose múltipla.
Uso tópico

O uso tópico de produtos derivados da maconha também é uma alternativa. Pomadas, cremes, óleos de massagem, “bombas” de banho, adesivos e lubrificantes íntimos entram em contato direto com a pele e, a partir da interação dos fitocanabinoides com os receptores endocanabinoides cutâneos, promovem alívio e relaxamento. Assim, tratam lesões musculares, irritações, condições dermatológicas (psoríase, por exemplo) e até previnem futuros desconfortos.
Comestíveis de cannabis
Ainda, há gummies (balas), chocolates, bolos, sucos, chás e refrigerantes com CBD e outros fitocanabinoides terapêuticos a serem ingeridos. Esses usos demoram mais tempo para serem metabolizados, o que pode causar problemas em relação à dosagem, mas têm efeito duradouro e mais forte. Eles também são vantajosos em relação ao sabor, sendo, normalmente, indicados a pacientes com problemas de enjoo.
No caso de uso adulto, os comestíveis e as bebidas também são opções viáveis. A diferença é a escolha e quantidade de fitocanabinoides inseridos nesses produtos, bem como a forma que foram fabricados. Para fins recreativos, a maconha deve ser aquecida para haver a liberação do THC, ou seja, deve passar pelo processo de descarboxilação, pois ele é a principal substância responsável pelos efeitos psicotrópicos da planta. Portanto, se for um suco de maconha, muito provavelmente ele não proporcionará a sensação de “ficar chapado” – a não ser que tenha passado por algum processo de descarboxilação anterior. Tanto as comidas como as bebidas são maneiras muito mais saudáveis para o corpo do que fumar maconha, mas por promoverem um efeito demorado e forte, devem ser manuseadas com cuidado.
Vaporização
A vaporização também pode ser usada para fins recreativos e terapêuticos. O vaporizador da planta in natura oferece um consumo mais consciente e saudável, já que, em vez da maconha entrar em combustão, ela é “cozida” na temperatura de sua escolha, evitando as toxinas e a fumaça de entrarem nos pulmões. Já os vaporizadores de óleo, mais usados de forma terapêutica, mas também para consumir resina, aquecem o líquido, transformando-o em vapor para serem inalados. Essa alternativa é a que tem efeito mais imediato.

Há outras formas de consumo da maconha, mas é importante que, em caso de uso terapêutico, o paciente procure acompanhamento médico para entender qual é a mais adequada para a sua condição médica, além de obter uma recomendação de dosagem apropriada. Se o usuário quiser fazer um consumo com objetivo recreativo, é importante que ele tenha conhecimento dos métodos de redução de danos – a vaporização, o uso de piteiras de vidro e longas, evitar sedas coloridas e com sabor, e não segurar a fumaça são alguns deles.