Quando o assunto é cannabis, não dá para falar apenas da flor. Ao longo dos anos, os métodos de extrações de cannabis evoluíram muito, permitindo criar produtos mais potentes, versáteis e até mesmo mais seguros para uso medicinal. Seja na forma de óleos, haxixe, BHO ou outros concentrados, cada extração tem sua própria história, técnica e finalidade.
Neste post pilar, vamos mergulhar nesse universo e entender quais são os principais tipos de extrações, como são feitos, quais seus usos medicinais e recreativos e por que eles estão cada vez mais populares no Brasil e no mundo.
O que são extrações de cannabis?
As extrações são métodos usados para separar os compostos mais importantes da planta — como canabinoides (CBD, THC, CBG, etc.) e terpenos (responsáveis pelo aroma e sabor).
O objetivo é concentrar esses compostos, criando produtos mais fortes e direcionados para diferentes finalidades.
- Uso medicinal: extrações garantem maior padronização de doses e podem ser mais eficazes para tratar dor crônica, ansiedade, epilepsia, insônia e outras condições.
- Uso recreativo: os concentrados oferecem efeitos mais intensos, sabores variados e diferentes formas de consumo.

Tipos de extrações de cannabis mais conhecidas
Existem diferentes formas de extrair os compostos da cannabis. Algumas usam apenas métodos manuais e tradicionais, enquanto outras envolvem solventes químicos e tecnologias modernas.
Extrações sem solventes (naturais)
Esses métodos não utilizam produtos químicos, apenas técnicas físicas para separar resina, tricomas e óleos da planta.
1. Kief
O kief é considerado a forma mais simples de extração. Trata-se do acúmulo de tricomas (os “cristais” que ficam na flor).
- Pode ser usado para prensar haxixe.
- É mais potente que a flor comum.
- Geralmente coletado em filtros de dichavadores ou peneiras finas.
Veja mais em nosso completo sobre o que é o kief.
2. Haxixe tradicional, marrom ou dry sift
O haxixe é feito a partir da prensagem do kief ou da resina da planta. É uma das extrações mais antigas e famosas do mundo.
- Existem vários tipos: libanês, marroquino, charas etc.
- Pode ter efeitos relaxantes ou energizantes, dependendo da strain.
- É muito usado tanto de forma recreativa quanto medicinal.
Leia também: história e variedades de haxixe.
3. Rosin
Método moderno e popular, o rosin é produzido aplicando calor e pressão diretamente sobre a flor ou o kief.
- Não usa solventes, sendo considerado mais “puro”.
- Pode ser feito em casa com prensas próprias.
- Preserva terpenos, mantendo aroma e sabor intensos.
Conheça também o live rosin e suas diferenças para o rosin tradicional.
Extrações com solventes
Essas extrações utilizam substâncias químicas para isolar canabinoides e terpenos. Apesar de exigirem mais cuidado, são as que geram os concentrados mais potentes.
4. Óleo de cannabis (óleo de CBD e THC)
Um dos produtos mais famosos no mundo medicinal. É feito a partir de solventes como etanol ou CO₂ supercrítico.
- Permite controle preciso da dose.
- Muito usado em tratamentos para epilepsia, ansiedade e dor.
- Está disponível em diferentes concentrações e combinações (full spectrum, broad spectrum e isolado).
Veja mais em: guia completo do óleo de CBD.
5. BHO (Butane Hash Oil)
Uma das extrações mais conhecidas no mundo recreativo. O BHO usa gás butano para extrair a resina da planta, resultando em um concentrado extremamente potente.
- Pode atingir até 80% de THC.
- Usado em dabs (vaporização em alta temperatura).
- Tem variações como wax, shatter e budder.
6. Crumble, wax e shatter
São variações do BHO, que se diferenciam pela textura final:
- Crumble: aparência esfarelada.
- Wax: consistência cremosa e pegajosa.
- Shatter: vidro quebradiço, muito translúcido.
Esses produtos são usados principalmente em dab rigs e vaporizadores.
7. CO₂ supercrítico
Técnica moderna que usa dióxido de carbono em estado supercrítico. É considerada uma das extrações mais seguras e eficientes.
- Muito usada pela indústria farmacêutica.
- Mantém perfil completo de canabinoides e terpenos.
- É a base de muitos óleos medicinais.
Usos medicinais das extrações de cannabis
Cada extração pode ter uma aplicação diferente, mas todas compartilham um ponto em comum: a possibilidade de oferecer doses mais precisas e efeitos direcionados, porém em altas doses e com difícil forma de uso terapêutico, uma vez que o uso fumado não é recomendado para muitos pacientes.
Alguns exemplos de usos:
- Óleo de CBD: epilepsia refratária, ansiedade, insônia.
- Óleo full spectrum: dor crônica, inflamações, depressão.
- Haxixe medicinal: pode auxiliar em dores neuropáticas.
- BHO e concentrados: ainda pouco usados no Brasil para fins médicos, mas estudados para dores severas.
Médicos interessados em se aprofundar podem acessar o Kaya Doc, que reúne estudos científicos e informações sobre produtos disponíveis no mercado.
Extrações de cannabis e o consumo recreativo
No uso recreativo, os concentrados são valorizados por:
- Alta potência (mais THC em menor quantidade).
- Variedade de sabores e aromas.
- Diferentes formas de consumo (dab, vaporizadores, cigarros misturados).
No entanto, por serem mais fortes, é importante cuidado, principalmente com extrações como BHO e shatter.
Como escolher a melhor extração de cannabis
Seja para uso medicinal ou recreativo, algumas dicas podem ajudar:
- Defina o objetivo: dor, ansiedade, insônia, criatividade, relaxamento?
- Pesquise sobre os métodos: óleos medicinais são os mais seguros; BHO exige cuidado.
- Prefira procedência confiável: produtos de associações, farmácias autorizadas ou fornecedores regulamentados.
- Consulte um médico: principalmente se o objetivo for terapêutico.
O futuro das extrações de cannabis
As extrações de cannabis são parte essencial do presente e do futuro da planta. Elas permitem desde a produção de óleos medicinais seguros até concentrados potentes para uso recreativo.
Com a evolução da tecnologia, é provável que novos métodos surjam, garantindo ainda mais qualidade, segurança e variedade de produtos.
Enquanto isso, no Brasil, o debate sobre regulamentação continua crescendo, e entender como funcionam as extrações é fundamental para médicos, pacientes e consumidores.
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