O uso de maconha gera diferentes efeitos no organismo, tanto psicotrópicos quanto medicinais, por conta das características de cada fitocanabinoide presente na planta e do sistema endocanabinoide humano. No entanto, existem alguns efeitos que são específicos da cannabis e até populares mesmo entre aqueles que não a consomem.
Estes, no entanto, não são só positivos ou negativos. Muitas vezes, esse resultado depende principalmente da forma como é feito o consumo, o tipo da erva a ser utilizada, questões psicológicas prévias do usuário e até fatores externos.
Cannabis e o sistema endocanabinoide
O corpo humano é formado por diversos sistemas, sendo um deles o sistema endocanabinoide, que modula funções corporais como humor, imunidade, sono etc., até que se atinja a homeostase, isto é, o equilíbrio do organismo. Um dos elementos que faz esse mecanismo funcionar são os endocanabinoides, os quais são produzidos pelo corpo, mas que podem ser complementados com os fitocanabinoides presentes na cannabis.
Por isso, os fitocanabinoides dessa planta têm funções moduladoras e podem ajudar a tratar condições médicas que, em muitos casos, são ocasionadas pelo desequilíbrio desse sistema endocanabinoide. Com o consumo da maconha, principalmente em formas farmacêuticas medicinais e, portanto, com as especificidades médicas para fins terapêuticos, ocorrem efeitos como:
- Indução do sono
- Melhora do apetite
- Redução de convulsões
- Alívio de dores
- Alívio de náuseas
- Diminuição de ansiedade
Existem muitos outros benefícios do uso da cannabis para fins medicinais e evidências já mostram que a planta pode tratar inúmeras condições médicas, como Alzheimer, esclerose múltipla, glaucoma, Síndrome de Asperger e tantas outras.
Cada forma farmacêutica dos produtos à base de cannabis, no entanto, tem suas vantagens e desvantagens e podem causar diferentes efeitos. Por isso, é importante procurar acompanhamento médico para que as particularidades do seu organismo e histórico de saúde sejam considerados para o tratamento.
Efeitos psicotrópicos da cannabis
Caso o consumo da maconha seja para fins recreativos, ocorre uma série de efeitos físicos, neurológicos e psicológicos no corpo humano causadas pelo THC, um dos fitocanabinoides mais presentes na planta. Apesar de ele ser o principal responsável e o mais conhecido por “chapar”, há, também, o princípio ativo delta-8 tetrahidrocanabinol, que tem propriedades psicotrópicas, mas em menor quantidade.
Veja alguns dos efeitos que o THC pode causar:
- Olhos vermelhos
- Larica
- Euforia
- Relaxamento
- Boca seca
- Queda de pressão
- Alívio de dores
- Alívio de náuseas
Vale dizer que o uso adulto de cannabis não é recomendado para menores de 18 anos, pois, ao contrário do que muitos dizem, a planta causa a neurogênese, isto é, a formação de novas ligações neurais, algo que pode ser prejudicial para o desenvolvimento cerebral na adolescência já que nesse período há um excesso natural dessas conexões. Essa consequência do consumo, por outro lado, pode ser positiva para outras camadas da população, como a terceira idade ou até para aqueles que sofrem com condições médicas neurológicas.
Quanto tempo dura o efeito da maconha?
O efeito da maconha tem uma duração diferente a depender da forma de consumo. No caso do uso adulto, é possível sentir os efeitos do THC por meio de comidas, bebidas, vaporização, fumo etc. com a planta.
A ingestão de fitocanabinoides da cannabis acabam por ter um efeito mais intenso, duradouro e lento, o que acaba por ser um risco ao usuário porque ele pode acabar exagerando na dose e presenciar sensações negativas comuns nessa situação, como náusea, ansiedade, paranoia e mais – não há, no entanto, nenhum registro de overdose fatal entre usuários de maconha. Já o fumo e a vaporização “chapam” de forma mais imediata e dura menos tempo, o que evita a possibilidade de intoxicação exacerbada e os efeitos negativos que o excesso de THC pode gerar.
É importante entender que o tempo de absorção dos fitocanabinoides e de duração da “brisa” depende do organismo de cada indivíduo.