A cannabis é uma planta muito versátil, usada para tratamento de diversas condições médicas, como ansiedade, depressão, Parkinson, Alzheimer, e dores crônicas. Muitas abordagens vêm sendo estudadas para comprovar a eficácia da planta, e o transdérmico de cannabis surgiu como uma possibilidade para quem sofre de dores crônicas ou agudas.
Popularmente conhecido pela marca Salonpas e também com os adesivos de nicotina, os transdérmicos são medicamentos usados na pele por meio de adesivos, e possuem ação local ou sistêmica ao liberar gradualmente a substância no organismo, permitindo uma absorção linear.
Como o transdérmico funciona?
Esses medicamentos são formulados para serem aplicados diretamente sobre a pele, onde são absorvidos e entram na corrente sanguínea. Essa via de administração pode ser encontrada em adesivos, géis e cremes, e é utilizada para tratar uma variedade de condições, desde dor crônica até desordens hormonais.
A principal barreira à absorção de medicamentos é a camada córnea da epiderme, que é rica em lipídios e impede a passagem de muitas substâncias. Para que um medicamento seja eficaz, ele precisa ser formulado para penetrar essa barreira. Isso pode ser alcançado por meio de:
- Escolha de excipientes: A utilização de solventes e outros adjuvantes que facilitam a penetração. Alguns desses excipientes ajudam a solubilizar o fármaco e a aumentar sua difusão.
- Tecnologia de liberação controlada: Muitos sistemas transdérmicos são projetados para liberar o medicamento de forma lenta e constante, mantendo níveis terapêuticos estáveis no sangue.
Para quem escolhe realizar um tratamento por meio dessa alterativa, existem diversas vantagens, como a liberação gradual do medicamento, o menor risco de efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas e irritação gástrica, além da facilidade de uso e aplicação do adesivo.
Transdérmico de cannabis para dor crônica
O uso de sistemas transdérmicos para a administração de cannabis tem ganhado atenção por oferecer uma alternativa ao consumo tradicional, como fumar ou ingerir a planta. Esses sistemas permitem que compostos ativos da cannabis, como o THC e o CBD, sejam absorvidos através da pele, proporcionando uma liberação controlada e prolongada dos canabinoides.
Os sistemas transdérmicos geralmente utilizam adesivos ou géis que contêm canabinoides em concentrações específicas. Esses produtos podem incluir solventes ou penetrantes que facilitam a passagem dos canabinoides pela barreira cutânea. A escolha dos excipientes é crucial para a eficácia do sistema.
Quando os canabinoides conseguem atravessar a epiderme, eles entram na corrente sanguínea, onde podem se distribuir pelo corpo e se ligar aos receptores canabinóides, como os CB1 e CB2, que estão envolvidos na modulação de várias funções fisiológicas, incluindo dor, humor e inflamação.
É muito comum vermos atletas utilizando adesivos com medicamentos transdérmicos e a possibilidade de aplicar CBD surge como uma estratégia promissora para complementar um tratamento ou mesmo para ser usado como o principal.
Pesquisas científicas sobre transdérmico de cannabis para dores
O uso de cannabis medicinal para tratamentos de diversas condições médicas requer muitas pesquisas científicas que comprovem a eficácia e seus benefícios para o corpo humano.
O estudo publicado pela Revista International Journal of Molecular Sciences sobre a administração transdérmica de canabidiol para o tratamento da dor inflamatória aguda, realizada por pesquisadores canadenses, apontou o uso do CBD transdérmico com o sistema endocanabinoide da pele.
Os pesquisadores afirmam que os efeitos do CBD são principalmente locais, contribuindo para a diminuição dos efeitos secundários, além da dosagem necessária de medicamento ser menor.
Os resultados são promissores, principalmente, para pacientes com artrite. Conforme aponta o artigo, “[…] CBD mostram grande potencial na abordagem de questões críticas como biodisponibilidade, estabilidade e libertação controlada, oferecendo um potencial novo tratamento para a dor inflamatória crônica.”
Outro artigo publicado pela PubMed apontou dados relevantes sobre o canabidiol transdérmico na redução da inflamação e comportamentos relacionados à dor em um modelo de artrite em ratos.
Os dados coletados na pesquisa indicam que a aplicação tópica de CBD tem potencial terapêutico para aliviar dores da artrite e inflamação, sem causar efeitos colaterais aparentes.
O transdérmico com CBD pode ser utilizado para outras finalidades além de dores crônicas. Este estudo realizado em 2021 avaliou a segurança e tolerabilidade do gel transdérmico de canabidiol em crianças com encefalopatias epilépticas e do desenvolvimento. As conclusões mostram que o gel de CBD reduziu a frequência de convulsões de crianças em 43,5%.
Muitas pesquisas ainda precisam ser aplicadas para analisar os pontos positivos e efeitos colaterais do CBD em medicamentos transdérmicos, mas já é possível acompanhar um novo cenário na medicina canabinoide para tratamento de dores crônicas, dentre outros sintomas.
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