Quando o assunto é cannabis, um dos conceitos mais frequentemente mencionados são as strains, ou cepas, que são variedades específicas da planta. Mas, afinal, o que são exatamente os tipos de maconha e como elas podem influenciar os efeitos da planta?
Neste texto, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre essas variedades, suas diferenças e os impactos que podem ter no seu corpo e mente. Se você é iniciante ou já tem alguma experiência com o uso de cannabis, este guia pode te ajudar a entender melhor esse universo.
O que são tipos de maconha?
Os tipos de maconha ou strains são variações específicas da planta Cannabis sativa, que possuem características genéticas distintas, resultando em diferentes propriedades físicas, químicas e terapêuticas. Essas características podem influenciar tanto os efeitos que as cepas têm no corpo quanto os seus usos medicinais. Quando você encontra uma cepa de cannabis, ela pode ser mais relaxante, estimulante ou até ter outros efeitos específicos, dependendo de sua composição e genética.
Essas variações são formadas por uma combinação de fatores, incluindo o tipo de solo, as condições de cultivo, a temperatura e, principalmente, a genética da planta. Assim como as variedades de frutas, cada strain tem suas particularidades, com perfis de sabor, aroma e efeito únicos.
Como as strains são criadas?
A criação de novas strains envolve o processo de cruzamento de diferentes variedades da planta. Os cultivadores, com o objetivo de alcançar determinadas qualidades — seja para fins recreativos ou medicinais — cruzam plantas com características específicas. O resultado desse processo pode ser uma strain com um perfil único de terpenos, canabinoides e efeitos.
- Canabinoides: São os compostos responsáveis pelos efeitos da cannabis. Os mais conhecidos são o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol).
- Terpenos: São compostos aromáticos presentes nas plantas que conferem a elas diferentes cheiros e sabores. Além disso, os terpenos podem influenciar nos efeitos terapêuticos.
O processo de hibridização é contínuo, e novas cepas estão sempre sendo desenvolvidas, com o objetivo de melhorar os efeitos terapêuticos ou aumentar a produção de canabinoides específicos.
Há registros sobre o cultivo e uso da Cannabis Sativa L. que datam de milênios atrás, o que significa que já existiram incontáveis variações a passar pelo planeta até então. Com a regulamentação do uso medicinal, adulto ou industrial da planta, no entanto, passou a ser necessário adaptar as subespécies e cepas da cannabis para que fossem incorporadas no mercado legal de diferentes países e tivessem a finalidade desejada, o que fez surgir a subespécie de cannabis híbrida, que nada mais é do que a mistura entre a sativa e a indica.
Além disso, as novas pesquisas também mudaram a forma como a maconha foi entendida – em entrevista ao portal Cannabis e Saúde, o engenheiro agrônomo Lorenzo Rolim já afirmou que a indica e ruderalis são subespécies da sativa por terem se adaptado a diferentes regiões do mundo.
Tipos de maconha
A espécie Cannabis Sativa L., pertencente à família Cannabaceae, não se limita a apenas uma variação. Existem três tipos principais de strains de cannabis: Sativa, Indica e Híbrida. Cada uma delas possui características distintas que afetam de maneira diferente o corpo e a mente.
Cannabis Sativa
A Cannabis sativa é conhecida por seu efeito energizante e estimulante. Essa cepa é originária de regiões mais quentes, como a Ásia e a América Central, e tende a crescer mais alta e esguia. Ela é mais utilizada durante o dia, devido à sua capacidade de aumentar a energia e o foco. As pessoas que buscam criatividade, motivação e alívio para condições como depressão e fadiga podem se beneficiar das strains sativas.
- Efeitos típicos: Estimulante, eufórico, energético, criativo.
- Usos comuns: Alívio da depressão, aumento de foco, energização.
- Exemplos de strains populares: Jack Herer, Sour Diesel, Durban Poison.
Cannabis Indica
A Cannabis indica, por outro lado, é originária de regiões mais frias, como o Afeganistão e a Índia, e cresce de forma mais compacta e arbustiva. Essa cepa é conhecida por seus efeitos relaxantes e calmantes, sendo ideal para o uso noturno ou quando se deseja relaxar profundamente.
- Efeitos típicos: Relaxante, sedativo, calmante, físico.
- Usos comuns: Tratamento de insônia, alívio de dores crônicas, redução da ansiedade.
- Exemplos de strains populares: Northern Lights, Granddaddy Purple, Purple Kush.
Cannabis Híbrida
As strains híbridas são o resultado do cruzamento entre as variedades sativa e indica, criando cepas com características de ambas. Dependendo da predominância da genética sativa ou indica, os efeitos podem variar. As híbridas oferecem uma gama mais ampla de opções, permitindo que o usuário escolha um equilíbrio entre os efeitos estimulantes e relaxantes.
- Efeitos típicos: Variedade de efeitos, pode ser energizante ou relaxante, dependendo da proporção de sativa e indica.
- Usos comuns: Adaptável para várias condições, pode ser usado tanto durante o dia quanto à noite.
- Exemplos de strains populares: Blue Dream, Girl Scout Cookies, OG Kush.
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Skunk, hush e haze
Essas são três das cepas mais populares da cannabis. Como dito anteriormente, são as cepas que se diferenciam na distribuição de canabinoides, terpenos e canaflavinas, o que faz com que sejam as principais responsáveis pelos benefícios terapêuticos da planta.
A skunk é um tipos de maconha dos mais antigos do meio canábico e tem esse nome porque tem um cheiro forte – skunk, em inglês, significa gambá. Veja algumas de suas características a seguir:
- Cresce de forma compacta e com folhas grossas;
- Ambientes quentes e ensolarados são ideais para seu cultivo;
- Contém por volta de 17% de THC, mas depende da nutrição e luminosidade da planta;
- Pode conter 1% de CBG;
- Tem altos níveis de mirceno, um dos terpenos existentes na natureza;
- Oferece relaxamento, criatividade melhora o humor quando consumida.
Já a kush, que tem origem na região dos Himalaias, pode ser descrita da seguinte forma:
- Pequena, densa e com folhas largas;
- Tem sabores terrosos, cítricos e florais;
- Oferece efeitos psicotrópicos sem exagero para o usuário;
- Pode causar sonolência;
- Contém por volta de 18% de THC;
- Tem efeitos que duram por um tempo longo.
Por último, a haze:
- Tem uma estrutura alta e fina;
- Contém por volta de 16% de THC;
- Causa efeitos energéticos e eufóricos;
- Contém terpenos que adocicam seu sabor e cheiro.
Efeitos das strains de maconha
A principal razão pela qual as pessoas escolhem diferentes tipos de maconha é devido aos seus efeitos variados. Como já vimos, cada tipo de strain possui uma combinação única de canabinoides e terpenos, que pode alterar significativamente a experiência de quem a utiliza. Vamos explorar os efeitos mais comuns:
Quais são os efeitos físicos no corpo?
- Relaxamento muscular: As strains com predominância de indica são conhecidas por induzir um forte relaxamento físico. Elas ajudam a aliviar tensões musculares e podem ser ideais para quem sofre de dores crônicas ou simplesmente quer relaxar após um dia longo.
- Aumento do apetite: Algumas cepas, especialmente as híbridas e algumas indicas, podem aumentar o apetite, efeito popularmente conhecido como “fome de leão”. Esse efeito é útil para pacientes que precisam melhorar o apetite, como aqueles em tratamentos de quimioterapia.
- Alívio da dor: Muitas pessoas usam cannabis para alívio de dores físicas, como as causadas por artrite, fibromialgia e outras condições de dor crônica. As strains de indica e híbridas com THC são as mais eficazes nesse sentido.
Efeitos mentais das strains
- Euforia e felicidade: As strains sativas, com sua ação estimulante, podem causar uma sensação de euforia e bem-estar. Esse efeito é popular entre quem busca um aumento de energia e um impulso para a criatividade.
- Foco e clareza mental: Algumas cepas sativas são particularmente conhecidas por ajudar a melhorar o foco e a concentração, sendo úteis para tarefas que exigem atenção e pensamento claro.
- Relaxamento mental e redução de ansiedade: As indica e híbridas podem ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade, proporcionando uma sensação de tranquilidade mental.
Cuidado com os efeitos indesejados
É importante lembrar que o uso de cannabis também pode ter efeitos colaterais, especialmente quando não é consumida de forma responsável. Entre os efeitos indesejados, estão:
- Secura na boca e olhos vermelhos são efeitos comuns e temporários da cannabis.
- Em doses elevadas, algumas pessoas podem sentir-se paranoicas ou ansiosas, especialmente ao consumir cepas com altos níveis de THC.
- Embora a sonolência seja benéfica para quem tem dificuldades para dormir, pode ser um problema se você precisar de mais energia durante o dia.
Usos dos tipos de maconha
Além de seus efeitos recreativos, as strains de cannabis têm sido cada vez mais usadas para fins medicinais. Graças aos seus canabinoides, como o THC e o CBD, elas oferecem uma ampla gama de benefícios terapêuticos. A escolha da cepa certa pode fazer toda a diferença no tratamento de várias condições.
Muitas pessoas recorrem à cannabis para tratar dores crônicas, como aquelas associadas à artrite, esclerose múltipla e fibromialgia. As cepas com THC e CBD ajudam a reduzir a dor e a inflamação.
Uso recreativo da planta
Além dos benefícios medicinais, as cepas de cannabis também são consumidas de forma recreativa, sendo uma escolha popular entre aqueles que buscam relaxamento, aumento da criatividade ou momentos de euforia. No entanto, é sempre importante consumir com responsabilidade para evitar os efeitos colaterais indesejados.
Cuidados ao escolher a strain ideal
Cada pessoa reage de maneira diferente aos compostos da cannabis. Por isso, ao escolher um tipo de maconha, é fundamental levar em consideração o seu próprio corpo e necessidades. Experimentos pessoais podem ser necessários para encontrar a cepa que melhor se adapta às suas expectativas, seja para fins recreativos ou medicinais.
Como vimos, as strains de cannabis são variedades únicas, cada uma com seu perfil e efeitos próprios. Se você está começando a explorar o mundo da cannabis, entender as diferenças entre as cepas pode ser um grande passo para uma experiência mais enriquecedora. Lembre-se sempre de consumir de forma responsável, e, se necessário, procure o apoio de profissionais para encontrar o que melhor se adapta às suas necessidades.
Por mais que não seja possível observar uma plantação de cannabis ou escolher a cepa a se consumir de forma legal no Brasil, pode realizar um tratamento medicinal à base de cannabis a partir da importação de medicamentos, compra de produtos nas farmácias, do contato com associações para pacientes terapêuticos no país e do autocultivo por meio de uma autorização via habeas corpus. Assim, seria possível observar algumas das características dessas cepas a partir dos efeitos que os medicamentos proporcionarem e das especificidades descritas em seus frascos.
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Muito Bom Mesmo ,,Tou Muito Curioso pra Saber Mais ARESPEITO
Oi Lucas, tudo bem? Temos vários textos sobre genéticas de maconha, só clicar na categoria tendências no blog!
aameiiii saber sobre como querias umas cepas aqui em casa ;c
Ai Lazaro, sentimos sua dor. Nós estamos prontos pro dia que vamos poder cultivar também! Qual sua cepa preferida?
esse conteúdo é muito legal, pq fica mais facil de entender pq algumas strains batem mais ou menos
siiiim, essa foi a ideia!! agora estão saindo nossos conteúdos sobre as strains, chegou a ver?
Sobre o haxixe, poderia dissertar sobre isso!? Muito bom o texto sobre os tipos e cepas.
Oi, João! Temos uma série de conteúdos sobre vários tipos de haxixe, dá uma olhadinha aqui: https://kayamind.com/?s=haxixe. Espero que goste 🙂