Entender o que as pesquisas recentes abordam sobre um assunto é fundamental, principalmente no contexto da saúde. Vamos explorar como a cannabis medicinal na universidade vem se desenvolvendo e o que as pesquisas sugerem de mais recente e importante.
Seja você um médico ou paciente, buscar informação atualizada e confiável é primordial para um tratamento terapêutico de sucesso. Vamos citar as revistas científicas e universidades que estudam o assunto, além do mostrar os temas mais pesquisados.
Cannabis medicinal na universidade vem ganhando mais espaço
Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem ganhado cada vez mais destaque no campo acadêmico, tanto no Brasil quanto no exterior. Isso se deve a um conjunto de fatores, incluindo avanços científicos, mudança de percepções sociais, e uma crescente demanda por tratamentos alternativos e mais naturais para uma série de condições de saúde.
Cenário da cannabis no Brasil
Embora a legislação ainda seja restritiva em alguns aspectos, o debate sobre o uso medicinal da cannabis se intensificou. Universidades como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) estão investindo em estudos que envolvem os usos terapêuticos dos canabinoides.
A crescente aprovação da cannabis medicinal por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2019 foi um marco importante, possibilitando a regulamentação e o uso de produtos derivados da planta para tratamentos de condições como:
- Epilepsia;
- Dor crônica;
- Esclerose múltipla;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Glaucoma; dentre outros.
Além disso, algumas universidades brasileiras passaram a oferecer cursos, palestras e até mesmo programas de pesquisa específicos, promovendo um maior envolvimento acadêmico com o tema.
Cenário internacional da cannabis
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O interesse por cannabis medicinal nas universidades vem crescendo consideravelmente, principalmente em países como os Estados Unidos, Canadá e Israel. Nos EUA, universidades como a Universidade da Califórnia, Berkeley, e a Universidade de Harvard têm investido em estudos relacionados à cannabis, explorando desde a sua composição até os efeitos terapêuticos para doenças como câncer, doenças neurodegenerativas, transtornos psicológicos e doenças inflamatórias.
Além disso, há um número crescente de cursos de pós-graduação focados em cannabis, como o “Cannabis Science and Therapeutics” da Universidade de Maryland, que oferece uma formação acadêmica mais profunda sobre o uso medicinal da planta, desde os aspectos legais até os benefícios e riscos para a saúde.
Esse aumento no número de pesquisas e cursos acadêmicos reflete uma mudança cultural mais ampla, onde as abordagens convencionais de tratamento estão sendo cada vez mais questionadas, e alternativas naturais como a cannabis ganham mais espaço no debate médico e científico.
Esse movimento é também impulsionado pela pressão de pacientes, que buscam tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais. O resultado é um campo de estudo mais robusto e, com isso, uma maior aceitação tanto dentro das universidades quanto entre o público em geral.
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Quais são os temas mais pesquisados sobre cannabis medicinal?
A Kaya lançou recentemente o Anuário da Cannabis Medicinal de 2024 e categorizou os estudos publicados por temas, com o intuito de obter um entendimento mais aprofundado a respeito das condições médicas. Esses dados foram extraídos da base de dados PubMed, de janeiro até agosto de 2024.
- Saúde mental: 29 estudos;
- Prevenção/Redução de danos: 21 estudos;
- Interação com outras substâncias: 16 estudos;
- Performance física: 11 estudos;
- Saúde geral: 9 estudos;
- Epilepsia: 9 estudos;
- Câncer: 6 estudos;
- Transtornos do sono: 5 estudos;
- Gravidez/Pré-natal: 5 estudos;
- Sistema endocanabinoide: 4 estudos.
Conforme visto acima, a saúde mental é um dos temas mais explorados envolvendo a cannabis medicinal. Somente em 2024 tivemos +672 mil pacientes no Brasil – isso mostra a relevância desta planta para a saúde e bem-estar.
Quais universidades mais pesquisam sobre cannabis?
Além de saber os temas mais pesquisados, é importante estar por dentro das instituições que são referência no assunto e/ou que mais publicam pesquisas na área. A Kaya também levantou esses dados no seu anuário e vamos pontuá-los aqui:
- Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP): 7 projetos;
- Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita (UNESP): 5 projetos;
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN): 3 projetos;
- Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ): 3 projetos;
- Universidade Federal Integração Latino-Americana (UNILA): 3 projetos;
- Universidade de São Paulo (USP): 3 projetos.
Ao todo, 40 instituições possuem autorização para conduzir estudos com cannabis – até o momento da pesquisa. Dessas, foram responsáveis por 89 autorizações concedidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2015.
Enquanto algumas universidades realizam projetos de insumos nacionais de associações de pacientes, outras optam por importar insumos farmacêuticos de cannabis ou derivados. As pesquisas focam, principalmente, na comprovação dos efeitos terapêuticos dos canabinoídes, como o CBD e o THC, ou mesmo a realização de estudos para a adequação regulatória de pedidos futuros de autorização sanitária pela Anvisa.
Seja você um médico ou paciente, é crucial entender o quanto essas evidências impactam no tratamento e no desenvolvimento da indústria da cannabis medicinal brasileira.
Se você é um médico prescritor e tem interesse em estar por dentro das pesquisas recentes, na plataforma Kaya Doc é possível acessar a bibliotecas de estudos e encontrar os melhores e mais atualizados estudos sobre cannabis e assuntos relacionados. Além disso, você pode encontrar outras funcionalidades essenciais para a sua consulta ficar mais simples e prática!