Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE e MDHC em 2022, a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões, o que corresponde a 8,9% da população na faixa etária dos dois anos ou mais. Desse total, mais da metade são mulheres com 10,7 milhões, representando 10% da população feminina. Entre os estados do país, o Nordeste lidera com o maior número de pessoas com deficiência, seguido da região Sul, Centro-Oeste e Norte, respectivamente.
Com uma população tão numerosa, é primordial a criação de tratamentos complementares para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Por esse motivo, a Cannabis medicinal tem ganhado mais espaço, as suas propriedades medicinais e terapêuticas tem se mostrado benéficas para tratar diversas deficiências. Vamos explicar neste artigo como a cannabis pode ser utilizada, o que as evidências científicas falam sobre o assunto e muito mais!
Tipos de deficiência
As deficiências são geralmente classificadas em grandes categorias, que se referem a diferentes aspectos da funcionalidade humana. Vamos entender quais são os tipos e suas características:
Deficiências físicas
Esse tipo de deficiência refere-se a condições que afetam a capacidade de uma pessoa realizar movimentos e funções corporais normais. Elas podem variar amplamente em termos de gravidade e impacto na vida diária. Podem ser causadas por uma série de fatores, incluindo lesões, doenças congênitas, condições degenerativas ou condições adquiridas ao longo da vida.
- Mobilidade: Afetam a capacidade de movimentar-se livremente, como paralisia ou amputações.
- Coordenação motora: Dificuldades em realizar movimentos precisos, como em distúrbios neuromusculares.
- Força muscular: Enfraquecimento dos músculos, que pode afetar a capacidade de realizar atividades diárias.
- Deficiências orgânicas: Envolvem problemas em órgãos internos, como doenças pulmonares ou cardíacas que limitam a capacidade de realizar atividades físicas.
Deficiências sensoriais
Deficiências sensoriais referem-se a condições que afetam a capacidade de uma pessoa perceber ou processar informações sensoriais. Essas deficiências podem envolver a perda ou alteração na capacidade de ver, ouvir, sentir o tato, cheirar ou degustar. Elas podem ter um impacto significativo na forma como uma pessoa interage com o ambiente e realiza atividades diárias.
- Deficiência visual: Inclui desde baixa visão até cegueira total. A deficiência visual pode afetar a percepção de luz, cores e detalhes.
- Deficiência auditiva: Abrange desde perda parcial de audição até surdez total. Pode incluir dificuldades em ouvir sons e compreender a fala.
Deficiências intelectuais
Esse tipo de deficiência envolve um grupo de condições que afetam o funcionamento cognitivo e as habilidades adaptativas de uma pessoa. Essas condições estão geralmente associadas a uma capacidade intelectual abaixo da média, que impacta significativamente a aprendizagem, a resolução de problemas e a realização de tarefas diárias. As deficiências intelectuais podem variar em gravidade e origem, e têm impacto em várias áreas da vida de uma pessoa.
- Retardo mental: Caracterizado por limitações significativas no funcionamento intelectual e nas habilidades adaptativas. Inclui condições como a Síndrome de Down.
- Dificuldades de aprendizagem: Dificuldades específicas na aquisição de habilidades acadêmicas, como dislexia ou discalculia.
Deficiências psíquicas ou mentais
Afetam o funcionamento emocional, comportamental e cognitivo de uma pessoa. Essas deficiências podem impactar a forma como alguém percebe e reage ao mundo ao seu redor, afeta sua capacidade de lidar com o estresse e as demandas do dia a dia, e influencia a qualidade de vida geral.
- Transtornos mentais: Envolvem condições como depressão severa, transtorno bipolar ou esquizofrenia, que podem impactar o funcionamento emocional e cognitivo.
- Transtornos de comportamento: Incluem condições como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou transtorno de personalidade, que afetam a maneira como uma pessoa lida com a vida cotidiana.
Deficiências múltiplas
Estão relacionadas à coexistência de duas ou mais deficiências em uma única pessoa, afetando diferentes aspectos de sua funcionalidade. Essas deficiências podem envolver uma combinação de limitações físicas, sensoriais, intelectuais ou psíquicas, e a interação entre elas pode criar desafios adicionais que vão além dos enfrentados por pessoas com apenas um tipo de deficiência.
- Combinações de deficiências: Algumas pessoas podem ter uma combinação de deficiências de diferentes categorias. Por exemplo, uma pessoa pode ter deficiência física e auditiva ao mesmo tempo.
Deficiências invisíveis
São condições que não são imediatamente aparentes para observadores externos, mas que podem ter um impacto significativo na vida da pessoa que as possui. Essas deficiências não têm sinais físicos óbvios e, portanto, podem ser mal compreendidas ou desconsideradas por aqueles que não estão familiarizados com a condição. Elas podem afetar várias áreas da vida e exigem um reconhecimento e compreensão adequados para garantir que as pessoas afetadas recebam o suporte necessário.
- Condições crônicas: Algumas deficiências não são visíveis, como doenças autoimunes, fibromialgia ou síndrome da fadiga crônica. Estas condições podem impactar significativamente a vida da pessoa, mesmo que não sejam evidentes externamente.
Cada uma dessas deficiências pode variar amplamente em termos de gravidade e impacto na vida cotidiana. Além disso, a forma como uma deficiência afeta uma pessoa pode ser influenciada por fatores como acesso a recursos, suporte social e adaptações no ambiente.
Tratamento com Canabidiol para pessoas com deficiência
A deputada Tereza Nelma (PSD-AL) debateu por meio da audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência sobre o uso do canabidiol no tratamento de doenças raras para pessoas com deficiência. Segundo Nelma, mais de 100 mil pessoas fazem uso da cannabis de forma medicinal e defende o aprofundamento das discussões para aperfeiçoar a utilização da planta na diminuição das dores paralelas de milhares de pacientes.
O tratamento com CBD para pessoas com deficiência é um campo em crescimento, impulsionado por pesquisas científicas que exploram o seu potencial terapêutico para diversas condições de saúde. O CBD é um dos compostos encontrados na planta de cannabis, mas ao contrário do tetrahidrocanabinol (THC), o CBD não é psicoativo e não causa os efeitos eufóricos frequentemente associados à cannabis. Em vez disso, ele possui propriedades terapêuticas que podem ajudar no tratamento de uma variedade de condições, como depressão, ansiedade, dores crônicas, câncer, Parkinson, incluindo algumas deficiências.
O CBD interage com o sistema endocanabinoide do corpo, que é uma rede de receptores e neurotransmissores que ajudam a regular várias funções fisiológicas, incluindo dor, inflamação, humor e sono. Além disso, pode influenciar a liberação de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que são importantes na regulação do humor, ansiedade e sensação de bem-estar.
O tratamento com CBD oferece uma abordagem potencialmente benéfica para pessoas com várias deficiências, mas requer um manejo cuidadoso e orientação médica para maximizar os benefícios e minimizar os riscos. A pesquisa está em constante evolução, e a colaboração com profissionais de saúde é essencial para um tratamento seguro e eficaz.
Benefícios e riscos do Canabidiol para pessoas com deficiência
Os efeitos no tratamento com cannabis podem variar bastante dependendo da condição individual, da forma de uso, da dosagem e de outros aspectos. Os principais benefícios incluem:
- Controle da dor: pode ajudar no alívio da dor crônica, uma preocupação comum entre pessoas com deficiências. Compostos como o THC e o CBD têm propriedades analgésicas.
- Redução da espasticidade: Em condições como a esclerose múltipla, a cannabis pode ajudar a reduzir a espasticidade muscular, o que pode melhorar a mobilidade e o conforto.
- Melhora do sono: A cannabis pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, o que é especialmente útil para pessoas que enfrentam dificuldades em dormir devido à dor ou outras condições.
- Aumento do apetite: O THC pode estimular o apetite, o que pode ser benéfico para pessoas com deficiência que enfrentam perda de peso ou dificuldades alimentares.
- Redução da ansiedade e depressão: O CBD pode ter propriedades ansiolíticas e antidepressivas, ajudando a melhorar o bem-estar mental e emocional.
- Apoio à reabilitação: Por seus efeitos neuroprotetores, ajuda na recuperação após lesões ou cirurgias.
Além dos pontos positivos, é importante se atentar aos riscos e efeitos colaterais que o uso indevido ou mesmo a rejeição do próprio organismo podem causar:
- Efeitos psicotrópicos: O THC pode causar efeitos psicoativos, como alterações na percepção e no julgamento. Isso pode ser desafiador para pessoas com deficiências cognitivas ou neurológicas.
- Interações medicamentosas: A cannabis pode interagir com outros medicamentos, potencialmente alterando a eficácia ou aumentando o risco de efeitos colaterais.
- Impacto na coordenação motora: Pode afetar a coordenação e o equilíbrio, o que pode ser um problema para pessoas com deficiências motoras.
- Dependência e uso excessivo: Existe o risco de desenvolvimento de dependência, especialmente com o uso prolongado ou em grandes quantidades.
- Efeitos cognitivos e memória: O uso de cannabis pode afetar a memória e as funções cognitivas, o que pode ser particularmente relevante para pessoas com condições neurológicas.
Esses são alguns dos principais aspectos benéficos e de risco para as pessoas que possuem algum tipo de deficiência e desejam realizar tratamento com cannabis. É fundamental ter um acompanhamento com um médico que prescreve cannabis e com outros especialistas da saúde para que o seu tratamento seja adequado e que promova maior bem-estar.
Estudos científicos sobre Canabidiol para pessoas com deficiência
Quando falamos em saúde e bem-estar, é primordial o desenvolvimento de pesquisas científicas nas universidades e centros de pesquisa. Isso porque é por meio das evidências que conseguimos atestar a qualidade e segurança de produtos e compostos no corpo humano. Por isso, quando falamos sobre saúde, sempre trazemos estudos para comprovar que a ciência está, a cada dia mais, evoluindo e transformando a vida de milhares de pessoas.
Um estudo publicado pela Brazilian Journal of Development analisou o uso do canabidiol como terapia alternativa para tratamento de pessoas com epilepsia. Os resultados apontam que a maioria dos pacientes com epilepsia refratária que utilizaram CBD, tiveram melhora total ou parcial. Além disso, o CBD não provocou efeitos colaterais e tóxicos, se mostrando seguro a longo prazo.
Outra pesquisa desenvolvida pela Universidade Pompeu Fabra, realizou testes com ratos de laboratório e segundo os pesquisadores, uma possível causa dos déficits cognitivos em pacientes com síndrome de Down está diretamente relacionada ao funcionamento do sistema endocanabinoide. Nos testes apontam que o uso do CBD se mostra importante para restaurar o equilíbrio e ajudar os pacientes a melhorar a capacidade cognitiva.
Esses são apenas alguns exemplos de evidências científicas que exploram o uso do CBD para diversos tipos de deficiências. No Brasil, o Projeto de Lei 2041/24 cria um programa para facilitar o acesso de pessoas com autismo a tratamentos à base de canabidiol por meio do SUS. Essas e outras iniciativas são cruciais para que a cannabis seja cada vez mais democratizada e usada para fins medicinais.
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