A classe dos benzodiazepínicos é composta por diversos psicofármacos que agem no combate aos transtornos que afetam nossa saúde mental. Dentre eles, o Clonazepam é um dos medicamentos psiquiátricos mais vendidos atualmente, e faz parte da rotina de milhões de brasileiros. Nesse texto, vamos conferir mais detalhes sobre o Clonazepam, o famoso Rivotril.
O que é o Clonazepam?
O clonazepam é um princípio ativo bem antigo. Inicialmente, ele era usado apenas para crises epilépticas, devido às suas propriedades anticonvulsivantes. Com o tempo, outras propriedades foram descobertas, e o clonazepam começou a ser prescrito para uma variedade de condições médicas além da epilepsia, incluindo transtornos de ansiedade, transtorno do pânico e distúrbios do sono, devido à sua eficácia no alívio da ansiedade e da tensão.
O Rivotril se tornou um dos benzodiazepínicos mais prescritos em todo o mundo devido à sua eficácia e perfil de segurança, embora também apresente riscos de dependência e abuso, especialmente com o uso a longo prazo.
O clonazepam está disponível em todo o mundo e sua popularidade se deve, além de sua ação de curto prazo, ao seu preço acessível e disponibilidade de genéricos ainda mais baratos. No entanto, o fármaco não é livre de efeitos colaterais e risco de dependência.
Quais são os sintomas tratados pelo Clonazepam?
O clonazepam é um ansiolítico, ou seja, utilizado em casos de transtornos de ansiedade. É prescrito principalmente no tratamento de transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e transtorno do pânico. Ele também é utilizado para tratar distúrbios do sono, epilepsia e algumas condições neurológicas.
Quais as contraindicações do Clonazepam?
É muito importante informar o seu médico de qualquer condição que você enfrente, ou outro medicamento que já faz o uso.
O Clonazepam é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao clonazepam ou a qualquer um dos excipientes do medicamento. Também é desaconselhado em pacientes com insuficiência respiratória grave ou comprometimento hepático grave, devido ao potencial dos benzodiazepínicos em causar comprometimento do sistema nervoso como resultado do problema hepático.
O uso clonazepam para o tratamento de transtornos do pânico não é recomendado em pacientes com histórico médico de apneia do sono. Além disso, a substância é contraindicada em pacientes com glaucoma agudo de ângulo fechado. No entanto, pode ser utilizado por pacientes com glaucoma de ângulo aberto, desde que estejam recebendo o tratamento apropriado.
Como usar o Clonazepam?
Ao obter a receita médica, o profissional irá orientar exatamente a maneira que o medicamento deve ser utilizado. É importante que você siga as instruções da forma em que foram passadas, pois cada caso tem suas particularidades. O clonazepam está disponível em gotas ou comprimidos, e as doses dependem da gravidade de cada quadro. No geral, é comum que os profissionais aumentem ou diminuam a dose conforme o necessário. Por isso, esteja atento aos efeitos, sejam eles positivos ou colaterais. Esses efeitos podem ser indicativos da dose ideal, que deve ser discutida diretamente com o seu médico.
Duração do tratamento
A duração do tratamento com clonazepam pode variar significativamente de acordo com a condição médica do paciente, a gravidade dos sintomas, a resposta ao medicamento e outros fatores individuais. Em muitos casos, o Rivotril é prescrito para uso a curto prazo no tratamento de condições agudas, como crises de ansiedade ou episódios de insônia.
No entanto, em algumas situações, o tratamento com Rivotril pode ser necessário a longo prazo para o controle de condições crônicas, como transtornos de ansiedade, epilepsia ou distúrbios do sono. Em tais casos, o médico responsável pelo tratamento geralmente monitora de perto a eficácia do medicamento e faz ajustes na dose conforme necessário.
Descontinuação do tratamento
Não é indicado que o tratamento seja interrompido de forma abrupta justamente para minimizar o risco de sintomas de abstinência e outros efeitos adversos. A interrupção do tratamento deve ser discutida diretamente com o médico, que pode optar por reduzir a dose de clonazepam gradualmente, conforme o paciente apresentar a melhora dos sintomas. Assim como o uso do medicamento pode causar efeitos colaterais, sua interrupção também pode acarretar desconfortos. Para interromper o tratamento, você deve seguir as orientações médicas.
Uso em Crianças
Não há evidências que o uso de rivotril seja eficaz em quadros de transtorno de pânico em crianças. O uso de clonazepam é mais comum para tratar crises epilépticas do que distúrbios de ansiedade. Ainda assim, é importante avaliar os benefícios e os riscos, bem como as outras alternativas existentes no combate a esse tipo de crise.
Quais os efeitos colaterais do Clonazepam?
Quando falamos de efeitos colaterais, é importante entender que esses eventos variam de pessoa para pessoa, nível de tolerância e gravidade dos sintomas. No geral, pacientes que vivenciam desconfortos após o uso do medicamento, costumam relatar sonolência, fraqueza muscular, fadiga e tontura. Além disso, é possível que problemas de memória e alterações no apetite também sejam registradas.
Interação medicamentosa: posso tomar Clonazepam com outras substâncias?
É fundamental estar atento a possíveis interações quando se trata de medicamentos psiquiátricos.
Interação do Rivotril com Depressores do Sistema Nervoso Central e Álcool:
O Clonazepam é um depressor do sistema nervoso central, e sua interação com outros depressores do SNC, como álcool, pode resultar em efeitos adversos, ou seja, ambos os agentes têm efeitos sedativos que se somam quando usados em conjunto. Como resultado, a combinação de Rivotril e álcool pode aumentar o risco de sonolência excessiva, diminuição da coordenação motora, dificuldade de concentração e até mesmo depressão respiratória. Essa interação pode ser perigosa e deve ser evitada.
Medicamentos que Agem no Sistema Nervoso:
O Rivotril pode interagir com outros medicamentos que atuam no sistema nervoso, como antidepressivos, medicamentos para dormir, analgésicos, antipsicóticos, ansiolíticos e anticonvulsivantes. Essas interações podem potencializar os efeitos sedativos e depressores do SNC, aumentando o risco de sonolência excessiva, diminuição da coordenação motora e outros efeitos colaterais. Portanto, é importante informar ao médico todos os medicamentos que está utilizando, incluindo produtos de venda livre e suplementos, para evitar interações adversas.
Uso durante a Gravidez
Esse assunto deve ser bem avaliado com o auxílio do seu médico. O Rivotril só deve ser administrado durante a gravidez se houver uma indicação absoluta e os benefícios potenciais do medicamento superarem os riscos para o feto. É importante estar ciente dos riscos que a substância pode causar para um bebê em desenvolvimento. Por isso, é crucial informar ao seu médico se estiver grávida ou planejando engravidar.
O uso de doses elevadas de Rivotril durante o último trimestre da gestação ou durante o trabalho de parto pode resultar em complicações para o feto, incluindo irregularidades nos batimentos cardíacos, baixa temperatura corporal, diminuição do tônus muscular, depressão respiratória e dificuldade de sucção após o nascimento. Além disso, tanto a gravidez quanto a interrupção abrupta do Rivotril podem aumentar o risco de crises epilépticas.
Se estiver amamentando, é essencial informar ao seu médico. Se for absolutamente necessário continuar o tratamento com Rivotril, a amamentação deve ser interrompida, pois o medicamento pode ser excretado no leite materno e afetar o bebê. É fundamental seguir as orientações médicas cuidadosamente para garantir a segurança tanto da mãe quanto do bebê.
O Clonazepam pode causar dependência?
O uso de benzodiazepínicos pode resultar no desenvolvimento de dependência física e psicológica. Este risco é ampliado com doses mais altas, tratamentos prolongados e em pacientes com histórico de abuso de álcool ou substâncias.
A cannabis pode substituir o Clonazepam?
A relação entre cannabis e epilepsia tem apresentado resultados promissores. Alguns estudos sugerem que certos componentes da cannabis, como o canabidiol (CBD), podem ter propriedades anticonvulsivantes e serem úteis no tratamento de algumas formas de epilepsia refratária, ou seja, aquelas que não respondem bem aos tratamentos convencionais.
Estudos clínicos e evidências anedóticas sugerem que os derivados da cannabis podem reduzir a frequência e a gravidade das convulsões em algumas pessoas com formas graves de epilepsia, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut. O medicamento Epidiolex, que contém CBD, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para o tratamento de algumas formas de epilepsia em crianças e adultos, e é usado por milhares de pacientes em todo o Brasil.
No combate à ansiedade, a cannabis também contém propriedades ansiolíticas que atuam diretamente no nosso sistema nervoso, regulam os neurotransmissores e melhoram nossa resposta emocional.
Em suma, pode-se afirmar que os compostos da planta são uma alternativa eficaz no tratamento dessas condições, mas a substituição do clonazepam deve ser avaliada por um profissional da saúde, que vai compreender o seu caso e verificar a possibilidade mais viável no que se refere a dose e composição do medicamento. Todos esses fatores dependem diretamente do seu quadro e da gravidade, intensidade e frequência dos seus sintomas.
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