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História da maconha no mundo: uma viagem pela trajetória da cannabis

Foto de Maria Riscala

Maria Riscala

Tempo de leitura: 5 min

Publicado em

  • novembro 18, 2025

A história da maconha no mundo é muito mais antiga do que a maioria das pessoas imagina. A planta acompanha a humanidade há milhares de anos, participando de rituais, curas, guerras, navegações, economias e até sistemas de punição.

Hoje a cannabis está no centro de debates sobre saúde, justiça social, regulamentação e mercado. Mas, para entender por que ela virou esse fenômeno global, precisamos voltar no tempo — e muito.

Neste artigo, vamos viajar pela origem da cannabis, suas rotas pelo planeta, seus usos medicinais e industriais, a proibição, a guerra às drogas e os avanços da legalização.

Origem da cannabis: onde tudo começou?

A origem da maconha remonta a mais de 10 mil anos, fazendo da cannabis uma das primeiras plantas domesticadas pela humanidade. Pesquisas arqueológicas indicam que ela surgiu na Ásia Central, especialmente nas regiões que hoje correspondem ao Cazaquistão, Mongólia e China Ocidental.

Cannabis na Ásia Central — os primeiros usos

Estudos mostram que povos nômades usavam a planta para:

  • Produzir fibras resistentes (cânhamo)
  • Criar cordas, tecidos e ferramentas
  • Fazer remédios naturais para dor e inflamação
  • Realizar rituais espirituais com fumaça e sementes queimadas

Isso porque o cânhamo é extremamente versátil e fácil de cultivar. Ele cresce rápido, resiste ao frio e tem fibras longas e maleáveis, perfeitas para ferramentas e roupas.

A cannabis como uma das primeiras “farmácias” da humanidade

Textos chineses antigos descrevem o uso medicinal da planta há quase 5 mil anos. O livro “Shennong Ben Cao Jing”, um dos registros mais antigos da medicina chinesa, já mencionava o uso de cannabis para:

  • dores reumáticas
  • inflamações
  • problemas menstruais
  • distúrbios gastrointestinais

Isso mostra que, desde o início, a planta já era vista como uma ferramenta terapêutica.

História da maconha na China: medicina, espiritualidade e indústria

A história da cannabis na China é uma das mais bem documentadas. Ao longo dos séculos, o cânhamo foi usado para criar:

  • papéis
  • cordas
  • vestimentas
  • medicamentos
  • óleos

Acredita-se que o primeiro papel do mundo tenha sido feito com fibras de cânhamo.

Na medicina tradicional chinesa, a cannabis era chamada de “má”, e partes da planta eram usadas de formas específicas:

  • Sementes: para tratar constipação e inflamações
  • Raízes: para dores pós-parto
  • Flores: em rituais religiosos

Além disso, há registros de médicos usando preparações com cannabis como anestésico, misturado com vinho — algo extremamente avançado para a época.

História da maconha na Índia: espiritualidade e medicina ayurvédica

Se existe um lugar onde a cannabis se tornou parte da cultura, esse lugar é a Índia. Lá, ela é chamada de “ganja” ou “bhang”, termos que deram origem às palavras usadas até hoje em vários países.

Cannabis como planta sagrada

Na mitologia hindu, a cannabis era ligada ao deus Shiva, considerado o criador do universo. Textos sagrados afirmam que Shiva descobriu a planta nas montanhas e a adotou como parte de seus rituais.

A Índia incorporou a cannabis em cerimônias religiosas, celebrações e meditações.

Cannabis medicinal na Ayurveda

A Ayurveda — sistema medicinal tradicional indiano — também utilizava a planta há milhares de anos. Ela era aplicada para:

  • aliviar dor
  • aumentar apetite
  • ajudar no sono
  • tratar ansiedade
  • reduzir náusea

Até hoje, o bhang é consumido legalmente em diversos festivais indianos.

A maconha no Oriente Médio e África: rituais e resistência

Oriente Médio — hashish e práticas sufis

Por volta do século XII, a cannabis ganhou força no Oriente Médio, especialmente na forma de hashish — resina concentrada da planta. Grupos sufis (uma vertente mística do Islã) usavam o hashish em rituais para entrar em estados profundos de contemplação.

A palavra “assassino”, inclusive, é frequentemente relacionada ao grupo “hashashin”, embora historiadores digam que a associação é equivocada — mas a conexão popular alimentou o imaginário de que o hashish era usado por guerreiros.

África — resistência e cultura popular

Na África, a cannabis chegou ainda na Antiguidade, sendo usada em comunidades tribais para:

  • rituais de cura
  • práticas espirituais
  • uso recreativo
  • construções e ferramentas

Ela também foi utilizada como forma de resistência cultural durante períodos de colonização europeia, tornando-se símbolo de liberdade em muitas regiões.

História da maconha na Europa: cânhamo como peça-chave da economia

A Europa Medieval se tornou um dos polos mais importantes para o cânhamo. As fibras eram indispensáveis para:

  • cordas navais
  • velas de navio
  • lonas
  • roupas

Sem cânhamo, países como Inglaterra, Espanha e Portugal não teriam conseguido construir seus impérios marítimos.

O cânhamo na navegação europeia

Durante as Navegações, estima-se que 70% dos materiais de um navio eram derivados do cânhamo — incluindo fios usados para coser velas e cordas de centenas de metros.

Em muitos países, plantar cânhamo era obrigatório por lei. Quem não cultivasse podia até receber punição.

Como a maconha chegou às Américas: rotas e migrações

A história da cannabis nas Américas está diretamente conectada a processos de migração humana e colonização.

Chegada ao Brasil

Pessoas escravizadas trazidas de regiões da África foram responsáveis por trazer sementes escondidas em dobras de tecidos, cabelos e objetos pessoais. Elas introduziram a planta no Brasil, onde passou a ser usada em:

  • rituais religiosos
  • rodas de capoeira
  • práticas medicinais
  • festas comunitárias

Essa parte da história é tão importante que temos um vídeo completo sobre isso no canal da Kaya Mind. Vale complementar com esse conteúdo.

Cannabis nos EUA

Nos Estados Unidos, o cânhamo era cultivado desde o período colonial. Figuras como George Washington e Thomas Jefferson tinham campos de cânhamo por causa da necessidade das fibras.

O uso medicinal se tornou comum no século XIX, quando farmácias vendiam tinturas de cannabis para:

  • cólicas
  • dor
  • insônia
  • náuseas

A demonização ainda não existia.

A virada histórica: quando a maconha virou “vilã”?

O século XX marcou a transição mais radical na história da maconha no mundo. Foi quando governos transformaram a planta em inimiga pública.

Primeiras proibições

As proibições começaram de forma regional, geralmente associadas a preconceitos raciais, como:

  • criminalização de imigrantes mexicanos nos EUA
  • perseguição a comunidades negras
  • ataques a movimentos contraculturais

Jornais sensacionalistas criaram histórias falsas sobre “violência causada pela cannabis”, o que influenciou políticas públicas.

Convenções da ONU

A partir de 1961, com a Convenção Única sobre Entorpecentes, a cannabis foi classificada como droga perigosa, sem valor terapêutico. Isso influenciou o mundo inteiro.

A Guerra às Drogas: impacto global e desigualdade

A partir dos anos 1970, os EUA declararam a War on Drugs — guerra às drogas. Essa política se espalhou pelo mundo e gerou consequências graves:

  • aumento do encarceramento
  • perseguição a comunidades vulneráveis
  • fortalecimento de cartéis
  • estigmatização da planta
  • interrupção de pesquisas científicas

No Brasil, as políticas adotadas nessa época ainda influenciam o debate atual.

Renascimento da cannabis: ciência, medicina e regulamentação

A partir dos anos 1990, a história deu outra guinada. Pesquisadores descobriram o sistema endocanabinoide, responsável por regular sono, dor, humor, inflamação e vários processos corporais.

Essa descoberta mudou tudo.

Uso medicinal ganha força

Países como:

  • Israel
  • Canadá
  • Holanda
  • Estados Unidos (estados individuais)

passaram a legalizar a cannabis para uso medicinal, abrindo caminho para estudos clínicos e novas tecnologias.

Hoje, sabemos que derivados da planta podem ajudar em:

  • epilepsia refratária
  • dor crônica
  • autismo
  • ansiedade
  • Alzheimer
  • Parkinson
  • náuseas de quimioterapia

E a lista só cresce.

Legalização da maconha no mundo: panorama atual

A cannabis vive sua fase mais madura. Cada vez mais países estão regulamentando o uso medicinal e/ou adulto.

Alguns exemplos:

  • Canadá — uso adulto e medicinal legal
  • Uruguai — pioneiro na legalização completa
  • Alemanha — regulamentação medicinal e mudanças recentes no uso adulto
  • Estados Unidos — mais de 20 estados com uso adulto
  • Colômbia, México e Argentina — avanços no uso medicinal

O cânhamo industrial também movimenta bilhões em setores como:

  • construção
  • moda
  • plástico biodegradável
  • alimentos
  • cosméticos

História da maconha no Brasil: repressão, resistência e avanço

A trajetória brasileira merece um capítulo à parte. Aqui, a cannabis foi:

  • sagrada em rituais afro-brasileiros
  • proibida em 1830 no Rio de Janeiro
  • demonizada durante o século XX
  • criminalizada pela influência dos EUA

Mas também:

  • cultivada durante décadas
  • usada medicinalmente por comunidades tradicionais
  • tema de políticas públicas recentes
  • foco de estudos científicos atuais

Hoje, o país vive uma das revoluções mais importantes da sua história com a cannabis medicinal.

Para entender mais sobre o cenário brasileiro, vale a leitura complementar do Anuário da Cannabis Medicinal da Kaya Mind.

A história da maconha no mundo explica o presente — e aponta o futuro

A história da maconha no mundo mostra como a planta passou de ferramenta agrícola para medicamento, depois virou alvo de proibições e hoje renasce como um dos mercados mais promissores do planeta.

Entender essa trajetória ajuda a quebrar preconceitos, melhorar políticas públicas e transformar a forma como lidamos com a cannabis — seja como medicina, indústria ou cultura.

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