Uma pesquisa realizada pelo Instituto Agrônomo (IAC-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e com o Instituto Axxus apontou que atualmente, 97% das 4,2 mil pessoas entrevistadas bebem café ao acordar e dessas, 61% relaciona a bebida à melhora de humor e disposição gerada pela cafeína.
Nessa mesma pesquisa, 30% afirmam beber cerca de seis xícaras de café por dia. A maioria das pessoas relaciona o consumo de café a um hábito cultural, muito ligado a questões afetivas e de comunidade. Apesar disso, o consumo em excesso pode gerar danos à saúde e vamos explorar mais desses riscos, benefícios e outros efeitos da cafeína no organismo.
O que é cafeína?
Antes de entender como essa substância se comporta no seu organismo, é importante saber o que, de fato, é a cafeína. É um alcaloide natural amplamente consumido devido às suas propriedades estimulantes, presente em diversas plantas como grãos de café, folhas de chá, cacau, guaraná e erva-mate.
Quimicamente falando, é conhecida como 1,3,7-trimetilxantina, com a fórmula C₈H₁₀N₄O₂, e atua principalmente como um antagonista dos receptores de adenosina no cérebro. Ao bloquear esses receptores, a cafeína aumenta a atividade de neurotransmissores como dopamina e norepinefrina, o que resulta em maior alerta, redução da fadiga e melhora na concentração.
A sua história é rica e multifacetada, envolvendo descobertas, tradições e inovações ao longo dos séculos. Acredita-se que o uso de cafeína começou com o consumo de grãos de café na Etiópia, onde, segundo a lenda, um pastor chamado Kaldi descobriu os efeitos estimulantes dos grãos de café após observar que suas cabras ficavam excepcionalmente energéticas depois de comer as frutas do cafeeiro. O café foi posteriormente cultivado e consumido na Península Arábica, especialmente no Iémen, onde o cultivo e o preparo do café se tornaram uma prática comum.
A cafeína foi isolada pela primeira vez em 1820 por Friedrich Ferdinand Runge, que identificou o composto como a substância responsável pelos efeitos estimulantes do café. Durante este período, a cafeína também foi reconhecida por seus efeitos sobre o sistema nervoso central e suas propriedades como um potente estimulante.
A partir dos anos de 1950 e 1960, o desenvolvimento de métodos modernos de decafeinação e a introdução de novos produtos à base de cafeína, como refrigerantes e bebidas energéticas, aumentaram a acessibilidade da cafeína em várias formas.
Atualmente, a cafeína é uma das substâncias mais consumidas no mundo, encontrada em uma variedade de produtos, incluindo café, chá, refrigerantes, bebidas energéticas e até alguns medicamentos. A pesquisa científica continua a explorar os efeitos da cafeína sobre a saúde, o desempenho cognitivo e a performance física, além de investigar seus impactos sociais e culturais.
Efeitos da cafeína no organismo
Que a cafeína deixa o corpo mais acelerado, isso todo mundo já sabe, mas você conhece os outros efeitos desta substância? Vamos explorá-los agora!
- No sistema nervoso central aumento o estado de alerta e concentração, além de possibilitar uma maior velocidade de reação, atenção e memória de curto prazo.
- Aumento da frequência cardíaca e também da pressão arterial.
- Estímulo da secreção de ácido, podendo causar azia ou refluxo, além de acelerar o trânsito intestinal, ocasionando um efeito laxante.
- Melhora a força e resistência, trazendo uma redução da percepção de esforço durante exercícios intensos.
- Estimula a produção de adrenalina e cortisol, envolvidos na resposta ao estresse.
- Pode influenciar a qualidade do sono, trazendo dificuldade na hora de dormir, especialmente se consumido no período da tarde.
- Sintomas de abstinência como dores de cabeça, fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração ao reduzir o consumo abruptamente.
Estes são apenas alguns efeitos que a cafeína pode causar no seu organismo, lembrando que podem variar de pessoa para pessoa por conta das diferenças biológicas, rotinas de treino, hábitos alimentares, sintomas causados por doenças mentais, dentre outras variáveis.
6 benefícios da cafeína para o seu corpo
Apesar dos diversos fatores a serem levados em consideração ao consumir a cafeína no seu dia a dia, existem muitos benefícios que esta substância pode proporcionar a curto e longo prazo, vamos ver os 6 principais:
- Melhora na atenção e concentração para realizar atividades cotidianas e que demandam foco.
- Efeito antidepressivo leve, podendo causar um efeito positivo no humor e ajudar a aliviar sintomas de depressão, contribuindo para uma sensação geral de bem-estar.
- Estimulação do metabolismo, promovendo a queima de calorias e ajudando na gestão do peso, além de proporcionar uma melhora na performance da atividade física.
- Com suas propriedades antioxidantes, ajuda a neutralizar radicais livres e reduzir o estresse oxidativo, contribuindo para o envelhecimento celular e diversas doenças.
- Redução dos riscos de doenças como Alzheimer e Parkinson, além de reduzir os riscos associados a diabetes tipo 2.
- Ação diurética, ajudando a eliminar líquidos, embora este efeito seja leve e não cause desidratação.
Estudos como o publicado pela National Center for Biotechnology Information explora a cafeína como fator que influencia o funcionamento do corpo humano. A pesquisa aponta que em doses baixas, a substância pode ter efeitos positivos em doenças como asma, cálculos renais, alguns tipos de câncer, dentre outras. No entanto, seus efeitos negativos podem gerar doenças como taquicardia, câncer de pulmão e arritmia. É fato que graças as suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, pode ser um medicamento útil para a melhora de diversas condições médicas.
Formas de consumir a cafeína
A cafeína pode ser consumida de várias formas, cada uma oferecendo diferentes concentrações e métodos de ingestão.
O café é o método mais tradicional de consumo da cafeína, feita a partir de grãos de café torrados e moídos. Ele pode ser feito de forma expressa, filtrado, na prensa francesa, turco, dentre outras variações.
Nos chás também encontramos a substância. O chá preto contém uma grande quantidade de cafeína, além dos chás verde ou branco, contendo uma dosagem menor. Além disso, nos refrigerantes também encontramos, principalmente em bebidas gaseificadas.
Além das bebidas, a cafeína pode ser encontrada nos chocolates por conta do cacau. Em suplementos feitos a partir de fórmulas concentradas para melhorar desempenho e aumentar a energia. Os medicamentos são outros tipos de substâncias que podem conter a cafeína, em especial nos analgésicos e antigripais.
Qual a quantidade indicada?
De forma geral, a recomendação para adultos é até 400 miligramas de cafeína por dia. No caso do consumo para crianças, adolescentes e gestantes, a dose deve ser ainda menor, para evitar que ocorram efeitos colaterais.
Saber a quantidade ideal pode ser desafiador, isso porque existem produtos industrializados que também contem a substância, sendo necessário fazer a leitura dos rótulos para identificar a quantidade exata.
No caso do café, é considerado que 4 xícaras de café coado representem o limite diário recomendado de consumo por um adulto.
Cuidados no momento do consumo
O consumo de cafeína, embora amplamente aceito e apreciado em várias culturas, exige alguns cuidados para evitar efeitos adversos à saúde.
- Considerar a quantidade de cafeína consumida diariamente e como já falamos acima, existe uma quantidade considerada aceitável para não causar efeitos negativos, como insônia, nervosismo, tremores e aumento de frequência cardíaca.
- É fundamental equilibrar o consumo com a ingestão adequada de água para manter uma boa hidratação.
- Para pessoas com condições de saúde específicas, como hipertensão ou problemas cardíacos, é aconselhável monitorar o consumo de cafeína com mais rigor.
- Gestantes e lactantes devem limitar o consumo, pois pode afetar o desenvolvimento do feto e a qualidade do leite materno.
Se você gosta de consumir cafeína para ajudar a se manter mais ativo e energizado, lembre-se de seguir essas orientações sobre o consumo e os cuidados. Mesmo com seus inúmeros benefícios, a substância pode não ser adequada para todas as pessoas, principalmente para as que possuem certas condições médicas que falamos ao longo do texto.
Alternativas à cafeína
Se você está buscando alternativas mais leves ao mundo eletrizante da cafeína? Temos algumas sugestões naturais e saudáveis que podem ajudar você a manter o pique sem precisar recorrer ao café ou ao chá preto. E sim, vamos falar também de como a cannabis medicinal pode se encaixar nesse cenário. Vamos lá!
- Chá de ervas: Troque o café da manhã por um chá de ervas calmante. Opções como camomila, hortelã ou rooibos não têm cafeína e podem ser super relaxantes.
- Água aromatizada: Quer algo refrescante? Experimente água com um toque de frutas cítricas, hortelã ou pepino. Hidrata e é delicioso!
- Smoothies Verdes: Uma explosão de energia natural que vem de folhas verdes, como espinafre e couve, misturadas com frutas. Esses smoothies são ricos em vitaminas e minerais, oferecendo um boost de energia sem cafeína.
- Cacau puro: Para os amantes do chocolate, uma boa notícia: o cacau em pó puro, usado em bebidas ou smoothies, oferece uma pequena dose de cafeína e uma rica fonte de antioxidantes, além de ser delicioso.
Além da cafeína, outro composto ativo que ajuda no controle da ansiedade, melhora no foco e no tratamento de várias condições é a cannabis medicinal. Esta planta contém diversos princípios terapêuticos, como os terpenos, fitocanabinoides e as canaflavinas, que interagem no sistema endocanabinoide para equilibrar o organismo e promover mais bem-estar.
Se você tem interesse em realizar tratamento com cannabis, não deixe de acessar o site da Kaya Mind Saúde para encontrar os melhores médicos prescritores do Brasil.
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