Em contextos de rotina acelerada, pressão social e autocobrança, é comum que além de cansaço, o estresse esteja presente no nosso cotidiano. Porém, em casos mais graves, pode se tornar um sério problema de saúde e deixar o nosso organismo suscetível a outras doenças. Diante disso, alternativas naturais como a cannabis, são possíveis soluções para o combate de sintomas relativos ao estresse. Nesse texto, vamos entender o que é o estresse, quais suas principais causas, sintomas, como combatê-lo e de que forma os derivados da cannabis podem colaborar com esse fenômeno.
O que é o estresse
O estresse corresponde a uma resposta inata do corpo que se manifesta quando enfrentamos circunstâncias de perigo ou risco. Então, ele é desencadeado por situações que exigem adaptações além do limite do organismo.
Quando o organismo identifica alguma ameaça, é natural sentir alguns sinais que acusam um estado de alerta. Batimentos cardíacos acelerado, tensão muscular e outros sintomas caracterizam o que chamamos de estresse.
Esporadicamente, essas manifestações são normais e fazem parte da nossa rotina. No entanto, quando momentos estressantes se tornam muito comuns, podem causar impactos significativos no nosso bem-estar.
Dependendo da frequência, pode afetar a saúde, a qualidade de vida e trazer consequências graves para o nosso cotidiano. Esse processo nos conduz a um estado de vigilância ou apreensão, desencadeando mudanças tanto físicas quanto emocionais
Quais seus sintomas?
Embora cada pessoa apresente os sintomas de forma muito particular, no geral, alguns sinais são mais comuns e podem ser classificados de diferentes formas:
Sintomas físicos:
- Tensão muscular;
- Sudorese;
- Problemas gastrointestinais;
- Bruxismo;
- Insônia;
- Imunidade baixa.
Sintomas emocionais
- Dificuldade de concentração;
- Preocupação excessiva;
- Ansiedade;
- Irritação exacerbada.
E suas principais causas?
Assim como os sintomas, as causas do estresse também são muito particulares e depende da forma em que o indivíduo enfrenta os problemas. De modo geral, algumas situações frequentemente impactam o bem-estar cotidiano das pessoas, como por exemplo:
Preocupações financeiras: Questões financeiras, como dívidas consideráveis, dificuldades para atender às despesas essenciais e incerteza financeira, têm o potencial de desencadear níveis significativos de estresse.
Problemas nos relacionamentos: Conflitos familiares, divórcios, problemas de comunicação e relacionamentos complexos podem resultar em níveis elevados de estresse.
Eventos traumáticos: Situações traumáticas, como acidentes, a perda de entes queridos, violência física ou abuso, podem provocar estresse agudo ou levar ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Problemas acadêmicos: Estudantes que enfrentam pressões relacionadas a provas, trabalhos escolares, cobranças acadêmicas e a expectativa de alcançar bom desempenho acadêmico, podem vivenciar situações desconfortáveis e estressantes
Desafios ocupacionais: Problemas no trabalho, como carga excessiva de tarefas, prazos apertados, conflitos interpessoais no local de trabalho e a sensação de falta de controle sobre as responsabilidades são situações desencadeadoras de estresse e questões relacionadas a essa condição.
Problemas de saúde: Diagnósticos de doenças graves, tratamentos médicos invasivos e preocupações com a saúde física podem ser fontes significativas de estresse.
Momentos de transição: Eventos como transições de carreira, mudanças de residência, casamento, nascimento de filhos ou aposentadoria podem ser estressantes, mesmo que sejam considerados eventos positivos.
Isolamento social e solidão: A falta de companhia, carência de apoio social pode contribuir para o estresse e impactar a saúde mental do indivíduo.
Autocobrança e expectativas irreais: Estabelecer padrões extremamente elevados para si mesmo ou estar sob pressão de expectativas excessivas impostas por outros pode desencadear momentos extremamente estressantes.
Desafios do Cotidiano: Demandas diárias como tarefas domésticas, prazos e responsabilidades familiares podem se acumular, causar sobrecarga e resultar em doses excessivas de estresse.
Mudanças bruscas e inesperadas: Eventos naturais, como desastres naturais, poluição do ar ou da água, e variações climáticas, também têm o potencial de gerar estresse.
Dicas para combater o estresse
Não há uma fórmula perfeita para lidar com essa condição. Mas algumas práticas simples são cientificamente comprovadas no alívio desse desconforto:
Atividade física: Exercícios físicos são práticas essenciais para relaxamento da tensão muscular, melhora do sono e liberação de hormônios que promovem a sensação de bem-estar e aliviam o estresse a ansiedade.
Psicoterapia: A psicoterapia é um espaço para identificar e compreender as causas específicas do estresse e desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis, como foco em estratégias de redução dos sintomas.
Mindfulness e Yoga: Ambas as práticas envolvem técnicas de atenção plena e consciência ao momento presente. As atividades têm se mostrado eficaz no gerenciamento do estresse e na promoção o equilíbrio físico e mental.
Hobbies ou atividades prazerosas: Realizar atividades prazerosas pode aumentar a sensação de satisfação e realização, melhorar seu humor e autoestima e consequentemente promover a redução do estresse. Reservar um tempo de lazer e descontração é sempre importante para a saúde mental.
Tipos de estresse
O estresse pode se manifestar de maneiras variadas, mas no geral, ele é representado por três categorias principais:
- Estresse agudo: é a reação emocional frente a uma situação desafiadora. É comum que sintomas físicos sejam facilmente identificados nessa fase. No entanto, é uma reação esperada.
- Estresse agudo episódico: Quando os sintomas do estresse agudo se repetem, ou até se prolongam, caracterizando uma tensão aguda frequente.
- Estresse crônico: Ocorre quando esse tipo de reação emocional acaba fazendo parte da rotina do indivíduo a longo prazo. Esse estado traz prejuízos significativos na qualidade de vida do indivíduo, que enfrenta os sintomas diariamente.
Além dessas categorias, há também o Transtorno do Estresse Pós-Traumático, um distúrbio que pode se manifestar diante de situações específicas.
O que é o Transtorno do Estresse Pós-traumático
Pessoas que passaram por experiências extremamente estressantes frequentemente experimentam sensações e sintomas muito desconfortáveis. Situações que envolvem ameaças à vida, violência urbana, assaltos, sequestros, abusos, acidentes e desastres naturais podem ser tão traumáticas a ponto de evocar sentimentos angustiantes e memórias difíceis de enfrentar.
Entre as diversas emoções e sensações que surgem após tais eventos, alguns sintomas, como ansiedade, estresse, sensação de alerta constante e hipervigilância, podem se manifestar de forma persistente e podem ser indicativos de um transtorno de ansiedade conhecido como Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT). Para compreender como a cannabis pode auxiliar no tratamento do TEPT, confira esse texto aqui.
Cannabis e estresse: como a cannabis pode colaborar na redução do estresse?
O uso da cannabis medicinal traz à tona consideráveis implicações para as psicopatologias. A cannabis é repleta de componentes químicos que afetam principalmente o sistema nervoso central, provocando alterações temporárias nas funções cerebrais e modificações momentâneas na percepção, no estado de ânimo, no comportamento e na consciência.
Pacientes que fazem o uso de medicamentos derivados da cannabis relatam experimentar um efeito relaxante, que ajuda a acalmar a mente e o corpo. Esse efeito pode ser muito benéfico para pessoas acometidas por estresse crônico, que sofrem com as respostas de “alerta” ou “fuga” desencadeada por essa condição.
Os compostos da cannabis também apresentam um potencial ansiolítico, ou seja, o uso medicinal da cannabis pode ajudar na redução da ansiedade e diminuir o uso de medicamentos convencionais, sendo uma alternativa mais natural. Os efeitos colaterais causados pelos derivados da cannabis são mínimos. As substâncias normalmente são bem toleradas e consideradas seguras.
Além dos efeitos ansiolíticos, a cannabis pode melhorar a qualidade do sono, e consequentemente minimizar o estresse causado por privação de sono.
O estresse afeta o nosso sistema imunológico, e os compostos da cannabis interagem com o nosso sistema endocanabinoide e promove a regulação do nosso organismo, em um processo conhecido como homeostase. Esse processo traz inúmeros benefícios para a saúde humana, e auxiliam não apenas no manejo do estresse, mas no controle da ansiedade, apetite, dor, inflamações e até quadros de convulsões e epilepsia refratária.
A preocupação com a saúde mental é crescente, pois muitos dos distúrbios de ordem emocional são ocasionados pelo estresse. Viver em uma sociedade cada vez mais acelerada e competitiva tem gerado uma pressão constante sobre as pessoas, levando a um aumento significativo nos casos de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. Diante de um cenário em que medicamentos convencionais são associados a altos níveis de efeitos adversos, alternativas naturais são cada vez mais procuradas. Nesse sentido, a cannabis têm se mostrado uma terapêutica eficaz no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos, incluindo gerenciamento do estresse.
Esperamos que os estudos acerca do potencial medicinal da cannabis continuem se expandindo e novas hipóteses referentes aos seus benefícios a saúde física e mental sejam confirmadas, proporcionando assim, novas possibilidades terapêuticas para aqueles que sofrem com o estresse ou outras condições médicas.