O Jornal da USP divulgou uma matéria onde aponta que o declínio cognitivo é maior para as pessoas que consomem mais de 20% das calorias diárias em ultraprocessados – E esse é apenas um dos fatores. Além desse fator, a pandemia acelerou em 50% o declínio em adultos com mais de 50 anos, segunda mostra o site O Globo.
Esses dados só apontam a importância de entender melhor sobre o declínio cognitivo e como você deve adotar um estilo de vida mais saudável e equilibrado para prevenir e até mesmo eliminar as possibilidades desse declínio.
O que é declínio cognitivo?

O declínio cognitivo é um termo que descreve a diminuição gradual das funções cerebrais, principalmente com a idade. Ele pode ocorrer de forma natural, como parte do envelhecimento, mas também pode ser um sintoma de doenças como Alzheimer, demência ou outras condições neurodegenerativas.
Quando o cérebro começa a perder a eficiência nas atividades diárias, como lembrar de nomes, fazer tarefas simples ou tomar decisões, isso pode ser um sinal de declínio cognitivo.
Embora muitas vezes seja associado a pessoas mais velhas, o declínio cognitivo não é uma parte inevitável do envelhecimento. Em muitos casos, ele pode ser retardado ou mesmo evitado, dependendo das causas subjacentes. Algumas pessoas podem experimentar um declínio cognitivo leve, enquanto outras podem enfrentar formas mais severas, como as vistas em doenças neurodegenerativas, que afetam gravemente a memória e outras habilidades cognitivas.
Sintomas do declínio cognitivo mais comuns
Os sintomas do declínio podem variar, mas geralmente estão relacionados a dificuldades em processos mentais básicos, como memória, concentração, raciocínio e aprendizado. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Perda de memória: A dificuldade de lembrar de informações novas ou antigas, como compromissos ou nomes de pessoas.
- Confusão temporal e espacial: Pessoas com declínio cognitivo podem se perder em lugares familiares ou ter dificuldade em distinguir o que é recente do que aconteceu no passado.
- Dificuldade em resolver problemas: A perda de capacidade de tomar decisões rápidas ou realizar tarefas cotidianas, como planejar um evento ou seguir uma receita.
- Desorientação: Sentir-se perdido em situações simples, como esquecer o caminho para casa ou não reconhecer uma rua familiar.
- Alterações de humor: Mudanças de humor repentinas, como irritabilidade, ansiedade ou depressão, podem ser sinais de declínio cognitivo.
- Problemas de comunicação: Dificuldade em manter uma conversa, encontrar palavras ou compreender o que está sendo dito.
Esses sintomas podem ser leves no início, mas com o tempo, podem piorar, tornando a vida cotidiana mais difícil e exigindo mais assistência.
Estágios do declínio cognitivo
O declínio cognitivo pode se manifestar de várias formas e em diferentes estágios, dependendo de sua gravidade e das condições subjacentes. Existem três estágios principais, que vão desde um declínio leve até uma perda completa de funções cognitivas:
1. Declínio cognitivo leve (DCL)
O DCL é um estágio inicial em que os sintomas começam a aparecer, mas não são suficientemente graves para interferir nas atividades diárias. As pessoas com DCL podem esquecer detalhes menores, como nomes ou datas, mas ainda são capazes de se manter independentes em grande parte.
Esse estágio pode ser considerado um sinal de alerta para doenças neurodegenerativas como Alzheimer, embora nem todas as pessoas com DCL evoluam para essas condições.
2. Declínio cognitivo moderado
Neste estágio, o declínio se torna mais evidente e afeta funções diárias mais complexas. A memória pode ser seriamente comprometida, e as pessoas podem ter dificuldades para realizar tarefas cotidianas, como preparar refeições ou gerenciar finanças. Podem também ocorrer mudanças comportamentais, como apatia, perda de interesse em atividades e dificuldades com o raciocínio lógico.
3. Declínio cognitivo grave
O estágio mais avançado do declínio cognitivo é caracterizado pela perda de independência completa. A pessoa pode se esquecer de quem são os familiares, não reconhecer rostos conhecidos e pode precisar de cuidados contínuos. A perda de habilidades cognitivas e motoras pode ser tão severa que a pessoa se torna incapaz de realizar atividades básicas, como se alimentar, tomar banho ou se vestir.
Para saber o grau da doença, é necessário realizar um acompanhamento com um profissional da saúde, para realizar exames e entender qual a melhor forma de tratamento.
Quais fatores podem acelerar o aparecimento do declínio?
Diversos fatores podem contribuir para o aparecimento precoce ou o agravamento do declínio cognitivo. Alguns desses fatores são controláveis, enquanto outros estão além do controle de uma pessoa. Vamos analisar os mais comuns:

- Idade avançada: À medida que envelhecemos, o cérebro sofre mudanças naturais, o que pode levar a um enfraquecimento das funções cognitivas.
- Doenças neurodegenerativas: Doenças como Alzheimer, demência, Parkinson e outras condições neurodegenerativas causam dano progressivo ao cérebro, acelerando o declínio cognitivo.
- Estilo de vida pouco saudável: Fatores como sedentarismo, dieta inadequada, tabagismo e consumo excessivo de álcool podem aumentar o risco de declínio cognitivo.
- Fatores genéticos: Pessoas com histórico familiar de doenças como Alzheimer têm um risco maior de desenvolver declínio cognitivo. Embora não seja possível alterar a genética, ter conhecimento sobre a hereditariedade pode ajudar na detecção precoce e na implementação de estratégias preventivas.
- Estresse crônico e depressão: O estresse prolongado e a depressão podem afetar a função cerebral, interferindo nas capacidades de memória e concentração.
- Comorbidades e medicamentos: Outras condições de saúde, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas, podem aumentar o risco de declínio cognitivo. Além disso, o uso de certos medicamentos, especialmente os que afetam o sistema nervoso, pode contribuir para o enfraquecimento das funções cognitivas.
Existem muitos outros fatores além destes que acabamos negligenciando no dia a dia, mas só olhamos para ele quando os primeiros sinais das doenças aparecem no nosso corpo. Por isso, é fundamental cuidarmos da saúde física e mental diariamente, pensando a longo prazo.
É possível retardar o quadro do declínio da cognição?
Embora o declínio cognitivo não tenha cura, existem várias maneiras de retardar o seu avanço. A detecção precoce e a implementação de mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida e na preservação das funções cognitivas.
Estimule a sua mente com atividades dinâmicas
Manter o cérebro ativo é uma das melhores formas de prevenir o declínio cognitivo. Atividades como leitura, quebra-cabeças, jogos de memória, aprender uma nova língua ou instrumento musical podem ajudar a fortalecer as conexões cerebrais e melhorar a memória.
Faça atividade física diariamente
A prática regular de exercícios físicos, especialmente os que aumentam a frequência cardíaca, tem um impacto positivo na saúde do cérebro. O exercício regular melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro e pode ajudar a manter as funções cognitivas por mais tempo.
Tenha uma alimentação saudável e equilibrada
Uma dieta rica em antioxidantes, vitaminas e ácidos graxos essenciais (como os encontrados em peixes e oleaginosas) pode ajudar a proteger o cérebro dos danos causados pelo envelhecimento. Além disso, evitar o consumo excessivo de gorduras saturadas e alimentos processados pode reduzir os riscos de doenças associadas ao declínio cognitivo.
Priorize um sono de qualidade
O sono é fundamental para o bom funcionamento do cérebro. Durante o sono, o cérebro processa as informações do dia e realiza reparos necessários. A falta de sono pode prejudicar a memória, a concentração e o raciocínio. Portanto, manter uma rotina regular de sono e evitar distúrbios do sono pode ser crucial na prevenção do declínio cognitivo.
Uso de cannabis medicinal pode ajudar no tratamento e prevenção

Pesquisas recentes sugerem que a cannabis medicinal pode ter efeitos benéficos para pacientes com declínio cognitivo. O canabidiol (CBD), um composto da cannabis, tem mostrado potencial no tratamento de sintomas de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas. Ele pode ajudar a reduzir a inflamação no cérebro e proteger as células nervosas do dano, além de melhorar o humor e a qualidade do sono, fatores importantes para a saúde cognitiva.
Embora os estudos ainda estejam em andamento, a cannabis medicinal tem se mostrado promissora em alguns tratamentos, oferecendo uma alternativa aos tratamentos tradicionais. No entanto, é importante que os pacientes consultem um médico antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis.
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Tenha uma rede de apoio
O apoio social e emocional desempenha um papel significativo na preservação das funções cognitivas. Interagir com amigos e familiares, participar de atividades comunitárias e manter uma rede de apoio podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar mental.
O declínio cognitivo é um processo natural, mas pode ser retardado ou até mesmo evitado com a implementação de mudanças no estilo de vida e o tratamento adequado.