O fato de que a maconha oferece benefícios à saúde e ao meio ambiente já é conhecido há milhares de anos, mas o proibicionismo tentou escondê-lo para demonizar a planta. Com estudos científicos e o avanço de regulamentações a favor da cannabis em diversos países, isso voltou à tona e, hoje, sabe-se que ela tem potenciais medicinais e sustentáveis extremamente significativos para a sociedade a ponto de gerar transformações em âmbitos econômicos e sociais.
Essa planta tem propriedades terapêuticas porque seus fitocanabinoides, terpenos e canaflavinas interagem com o sistema endocanabinoide. Além disso, o cânhamo, variação da cannabis, tem uma estrutura que gera insumos que podem ser usados para diversos fins industriais, complementando outras culturas atuais e contribuindo para uma agricultura mais sustentável.
Condições médicas tratadas pela maconha
Os fitocanabinoides da cannabis atuam como os endocanabinoides que são produzidos pelo próprio organismo. Quando interagem com os receptores do sistema endocanabinoide, contribuem para a modulação de certas funções que levam ao equilíbrio corporal, e, assim, ajudam no tratamento de diversas condições médicas.
A maconha tem as seguintes propriedades terapêuticas:
- Anti-inflamatória;
- Analgésica;
- Ansiolítica;
- Antibacteriana;
- Relaxante;
- Sonífera;
- Anti-cancerígena;
- Neuroprotetora;
- Protetora do sistema imunológico.
Além dessas, existem muitas outras propriedades terapêuticas, sendo que ainda há algumas pouco exploradas pela comunidade acadêmica. Dessa forma, a planta é capaz de tratar patologias como dores crônicas, epilepsia, Alzheimer, esclerose múltipla, ansiedade, estresse, síndrome de Burnout, glaucoma, câncer e muitas outras.
Muitos desses benefícios são adquiridos apenas por meio do consumo terapêutico da cannabis, afinal, existem muitas diferenças entre fumar maconha e o uso medicinal. O fumo, no entanto, também pode proporcionar algumas propriedades terapêuticas, mas nem sempre é i ndicado como uma forma de tratamento, pois pode causar alguns malefícios e a dosagem não é tão precisa.
Há cada vez mais pesquisas em torno da cannabis e suas propriedades medicinais. Os resultados são, em sua maioria, promissores, mas vale dizer que a relação entre a cannabis e algumas condições médicas ainda estão em uma fase de estudos preliminares.
Sustentabilidade do cânhamo
Além dos benefícios de saúde, a cannabis, mais especificamente o cânhamo, também tem vantagens de cultivo sustentáveis. Tanto seu caule, quanto suas sementes e flores têm alguma utilidade para o mercado, o que gera diversas possibilidades de aplicações industriais.
O caule pode produzir fibras, por exemplo, que são úteis para a indústria têxtil, automobilística, construção civil e muito mais, podendo complementar a cultura de insumos e o uso de materiais não tão sustentáveis. Já a semente pode ser base para uma alimentação vegetal e nutritiva, bem como para o desenvolvimento de cosméticos naturais e terapêuticos.
Esses não são os únicos benefícios do cânhamo. O cultivo dessa planta é carbono negativo, restaura solos contaminados, necessita de pouco ou nenhum agrotóxico e pode ser realizado a partir do uso de poucos recursos.
Quais os malefícios do consumo da cannabis?
Apesar de todos os benefícios da cannabis, não é possível afirmar que ela não faz nenhum mal. Para alguns grupos de pessoas, o seu uso, principalmente se for recreativo, não é recomendado. Os adolescentes, por exemplo, estão em uma fase em que ocorrem novas formações e ligações neurais, o que é importante para a construção de suas personalidades; assim, quando consomem cannabis, que, ao contrário do que dizem, promove a neurogênese, acabam por ter uma movimentação neural ainda mais intensa, o que pode ser prejudicial ao desenvolvimento desses indivíduos.
Além disso, pessoas com históricos psiquiátricos também devem ficar atentas ao uso, pois as propriedades da cannabis também podem ocasionar efeitos negativos, como gerar ansiedade, paranoias, tristeza, entre outros. Essas consequências dependem de questões emocionais do indivíduo, além do fitocanabinoide consumido, a dosagem recomendada e a forma farmacêutica utilizada.
Ainda, fumar maconha, assim como qualquer outra substância que é consumida dessa forma, pode trazer malefícios para o trato respiratório. Por isso, em alguns casos, sugere-se o uso da planta por meio de vaporizadores, alimentos e bebidas e outras formas farmacêuticas. Utilizar piteiras de vidro e evitar o consumo do prensado também são maneiras de reduzir os danos que podem ser causados.