Preconceitos em relação ao uso da maconha são muito comuns, seja no Brasil ou em outros países, as pessoas – por falta de informação ou mesmo pelo conservadorismo – acabam proferindo informações falsas a respeito da planta. Para quem quer começar a prescrever canabidiol ou mesmo ser paciente isso pode ser um grande obstáculo.
Muitos profissionais da saúde relatam uma certa dificuldade para conseguir pacientes de cannabis medicinal. O mais comum é o paciente chegar até o médico e pedir a prescrição, mas em alguns casos, os médicos também conseguem realizar prescrições ao explicar os benefícios da cannabis.
De onde vem o preconceito com a cannabis?
Além da dificuldade de seguir as burocracias impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), muitos pacientes encontram outros obstáculos para consumir a cannabis medicinal.
Não apenas a importação, os altos custos e as regulamentações, mas também os preconceitos ao falar de tratamento com canabidiol impedem muitas pessoas que poderiam se beneficiar, de realizam o tratamento. Isso resulta em uma baixa valorização dos médicos que querem prescrever canabidiol.
Entretanto, os tabus estão enraizados há muito tempo na nossa sociedade, principalmente por questões políticas. Durante o início do século 20, especialmente nos Estados Unidos, a cannabis foi associada a minorias étnicas e a estilos de vida considerados marginais. A propaganda anti-cannabis, como a campanha “Reefer Madness” na década de 1930, espalhou mitos sobre seus efeitos perigosos, contribuindo para a estigmatização.
Além disso, fatores como a Guerra contra as Drogas reforçaram a percepção negativa, levando à criminalização da planta e de seus usuários. Esse contexto político e cultural moldou a opinião pública e perpetuou o preconceito ao longo dos anos, mesmo diante de evidências científicas que mostram os benefícios medicinais e terapêuticos da cannabis.
A luta por legalização e descriminalização tem buscado combater esses estigmas e promover uma visão mais informada sobre a planta. Se você quer prescrever canadibiol, vamos explorar nos próximos capítulos, algumas estratégias que podem te ajudar a mostrar para seus pacientes como esta planta milenar pode ser benéfica para a saúde.
Por que é importante os médicos falarem sobre cannabis medicinal?
Mesmo sendo uma planta terapêutica, mundialmente usada para tratar diversas condições médicas, incluindo ansiedade, depressão, Alzheimer, Parkinson, dores crônicas, glaucoma, cólicas menstruais, dentre outras doenças, ainda se encontram muitas barreiras na prescrição. A discussão sobre tratamentos com cannabis medicinal é importante por várias razões:
- Evidências científicas e benefícios terapêuticos: A cannabis contém canabinoides, como o THC e o CBD, que têm propriedades terapêuticas comprovadas para diversas condições, como epilepsia e náuseas associadas à quimioterapia. É fundamental que médicos estejam informados sobre esses benefícios para poderem oferecer alternativas eficazes aos pacientes.
- Personalização do tratamento: Cada paciente tem necessidades e respostas diferentes a tratamentos. A cannabis pode ser uma opção para aqueles que não respondem bem a medicamentos tradicionais. Os médicos podem ajudar a determinar a dosagem e a forma de administração mais adequada, considerando a condição e o histórico do paciente.
- Redução do estigma: A abertura sobre a cannabis pode ajudar a desestigmatizar seu uso, incentivando os pacientes a discutir suas preocupações e opções de tratamento. Quando médicos falam sobre isso de maneira aberta e informada, ajudam a normalizar o assunto, tornando os pacientes mais confortáveis em buscar informações.
- Educação e informação: Muitos pacientes têm dúvidas ou preconceitos sobre o uso da cannabis. Os médicos podem fornecer informações baseadas em evidências, esclarecendo mitos e desinformações, além de orientar sobre os riscos e benefícios.
- Segurança e monitoramento: O uso deve ser supervisionado por profissionais de saúde. Médicos podem monitorar os efeitos colaterais, interações medicamentosas e a eficácia do tratamento, garantindo que o uso seja seguro e benéfico.
- Apoio à pesquisa: A discussão sobre cannabis medicinal pode incentivar mais pesquisas na área, contribuindo para um entendimento mais profundo dos seus efeitos e potencial terapêutico. Isso pode levar a novos tratamentos e abordagens na medicina.
- Política e advocacia: Médicos informados podem desempenhar um papel ativo em debates sobre políticas de saúde relacionadas à cannabis. Eles podem defender a legalização do uso medicinal, contribuindo para mudanças nas legislações que beneficiem os pacientes.
- Atendimento holístico: A saúde é multifacetada. A cannabis pode ser uma parte de um tratamento mais amplo que inclui abordagens complementares e alternativas, promovendo o bem-estar integral do paciente.
Tenha uma escuta ativa, esteja aberto às possíveis dúvidas que possam vir a surgir de pacientes e familiares sobre o tratamento e, mais importante, mantenha-se informado e atualizado sobre os benefícios e riscos associados a planta.
Estratégias para diminuir os preconceitos ao prescrever canabidiol
Para quem está iniciando no processo de prescrever canabidiol e sente muita dificuldade para conseguir pacientes, por preconceitos ou medo de usar a planta, vamos trazer algumas estratégias para você aplicar:
- Educação contínua
Manter-se atualizado é o primeiro passo para saber como prescrever corretamente. Participe de cursos e seminários sobre medicina endocanabinoide e pesquise os estudos clínicos para compreender melhor sobre os benefícios e a segurança do CBD.
- Crie materiais informativos
Desenvolver materiais educativos que expliquem o que é o CBD, suas aplicações terapêuticas, dosagens, efeitos colaterais e mitos comuns ajudará seus pacientes a terem uma melhor noção sobre a composição da planta.
Além disso, você pode criar ou recomendar sites confiáveis que ofereçam informações sobre o uso medicinal do CBD.
- Tenha uma comunicação aberta e empática com os pacientes
Ter uma escuta ativa envolve ouvir as preocupações dos pacientes em relação ao uso do CBD, validando seus sentimentos e medos. Você pode explicar as razões para considerar o CBD como uma opção de tratamento, incluindo dados científicos que sustentam seu uso.
- Estabeleça protocolos de prescrição
É fundamental desenvolver protocolos de prescrição baseados em evidências para o uso de CBD, garantindo que as recomendações sejam consistentes e seguras. Além de estabelecer um sistema para monitorar a eficácia e os efeitos colaterais do tratamento com CBD, ajustando conforme necessário.
- Use as redes sociais para mostrar o seu trabalho
Você pode criar um canal de comunicação mais direto e empático com os seus pacientes e seguidores por meio de redes sociais como o Instagram, YouTube ou TikTok. Mas, é importante sempre trazer a verdade, baseando a sua fala em evidências científicas.
Busque um modo de comunicação mais dinâmico e menos formal, faça com que as pessoas sintam que realmente podem confiar em você e na sua prescrição. Isso trará excelentes resultados, além de muitos possíveis pacientes.
- Esteja aberto a receber feedbacks dos pacientes
Recolher opiniões dos pacientes sobre a experiência de tratamento com CBD, pode ser uma ótima forma de melhorar o seu trabalho, além de saber se a cannabis realmente está fazendo efeito para aquela condição médica em questão.
Essa estratégia é fundamental para que você possa reajustar a sua abordagem, dosagem e método de tratamento, a depender de cada paciente.
Essas estratégias podem ajudar a diminuir os preconceitos que existem há muito tempo na sociedade em relação ao tratamento com cannabis. É importante ter em mente que esse trabalho leva tempo e paciência, isso porque os tabus estão enraizados nas pessoas e é necessário muito esforço para transformar e educar.
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