O skatista Bob Burnquist é conhecido mundialmente por ser o maior medalhista da história do X-Games – considerado os jogos olímpicos dos esportes radicais –, por seus 10 títulos mundiais e por suas manobras criativas e ousadas. Mas sua dedicação e inovação acontecem para além das pistas de skate. É criador do Instituto Bob Burnquist (IBB), que tem o objetivo de realizar ações no esporte, na saúde e na inclusão social em território brasileiro, e tem forte envolvimento no movimento canábico.
Apesar de ter uma relação com a planta há muitos anos, esta só ficou mais em destaque a partir de 2017, quando decidiu se posicionar publicamente a respeito do tema e idealizou, em conjunto com o chef de cozinha Alex Atala, a Farmaleaf, empresa de produtos derivados de maconha e outras plantas medicinais. Seu posicionamento foi tão certeiro que o relatório Cannabis na Imprensa, lançado no dia 16 de março e baseado em uma análise de 22 mil matérias, apresentou Burnquist como um dos porta-vozes mais mencionados na categoria de uso adulto, entre 2018 e 2020.
Com previsão de estreia em 2021, a Farmaleaf tem base nos Estados Unidos, mas também entrará no mercado do Brasil. Em entrevista à Kaya Mind, ele falou sobre o processo de criação da start-up, o uso da maconha no esporte, a relação entre o proibicionismo e o racismo, e muito mais. Confira abaixo na íntegra:
Kaya Mind: Nesses últimos anos, você começou alguns novos projetos. Um deles foi a Farmaleaf, que também tem como sócio o chef de cozinha Alex Atala. Como surgiu essa ideia e essa parceria?
Bob Burnquist: Primeiro, é um prazer estar aqui, ainda mais com empresas e pessoas que estão na mesma frequência na luta pela verdade e pela saúde. A cannabis é uma planta mal compreendida pelo mundo e, às vezes até compreendida, mas justamente por isso é limitada; as pessoas sabem o quanto é libertadora e o quanto de coisa boa tem.
Na época [da criação da Farmaleaf], eu tinha logo parado de competir nos X-Games, em 2017, mas estava competindo ainda em alguns eventos mais esporádicos. Então, comecei a diminuir um pouco minha carga competitiva e passei a olhar para o lado empreendedor, entendendo que os patrocínios da forma com que eu estava acostumado, em algum momento, sofreriam uma transição. O primeiro pensamento foi de gerar algo voltado à saúde, obviamente por estar na Califórnia e por estar sempre me machucando e utilizando todas as formas diferentes e necessárias para lidar com a dor.
Nos meus relacionamentos, as coisas foram acontecendo: o filho do Alex Atala, o Pedro, morou comigo um tempão e a gente trocava ideia. De repente, pintou uma oportunidade e eu falei com o Alex, “a gente está no momento de entrar na cannabis aqui, vamos começar pequeno”. Não tinha nem o nome de Farmaleaf ainda, mas ele foi o primeiro que acreditou. Fundamos essa atividade e ele virou cofundador. Foi esse contato natural que aconteceu e ele super apoiou e deu a força para a gente iniciar o processo. E de lá para cá, é um mundo que pivota muito, ainda mais por causa das leis. Fiquei nessa navegação de start-up, que vocês conhecem bem, até chegar onde estou agora.
KM: Além de fundador, qual é o seu papel dentro da empresa?
BB: Como toda start-up, existem vários chapéus. Ainda estou no momento em que eu toco em tudo que é possível, mas o importante é que eu fui entendendo como funciona ter uma marca. Primeiro, eu queria cultivar, plantar e estar nessa área da cannabis. No decorrer da experiência, eu fui entendendo que tem gente que planta e cultiva muito melhor do que eu, e que eu seria rapidamente retirado do mercado se eu vacilasse. As plantas são bem sensíveis, então, se você erra aqui, erra ali, e está no processo de aprendizagem do cultivo, alguém que faça melhor vai te tirar do game. Pensei, “o que eu tenho de diferente?”. Eu tenho a marca, o nome. Comecei a procurar fornecedores de cultivo e, ao mesmo tempo, tentei entender meu posicionamento como imagem. A coisa foi evoluindo e teve um momento em que contratei pessoas para fazer uma projeção, mas eu sempre estava na rédea tentando cuidar dos relacionamentos para poder construir uma marca. Estou na direção conversando com a consultoria e com áreas que constroem uma empresa, não necessariamente com todo esse pessoal contratado.
Na hora de contratar um operador, tive muita dificuldade, porque eu precisava de um que falasse inglês-português e, ao mesmo tempo, em 2017, com a presidência do Trump nos Estados Unidos, era tudo muito incerto. Então, voltou o chapéu para a minha cabeça. Mas percebi que eu não necessariamente precisava operá-la intensamente. Procurei parceiros, achei alguns em Chicago e, assim, fui transferindo as funções para os fornecedores. Mas, agora, no momento de lançamento ainda tem muitos chapéus comigo, onde vou começar a passá-los até a gente aterrissar como marca.
KM: Você pode falar também sobre como é o processo de produção dos produtos da Farmaleaf?
BB: O nosso fornecedor de Chicago tem toda uma rede de alta qualidade. Conectamos com laboratórios sérios e pessoas de cultivo altamente competentes. Extraímos apenas CBD, em laboratórios autorizados para mexer com CBD e com THC também. Mas com THC só podemos vender dentro de Michigan, por não ser legalizado federalmente, [o produto] não pode atravessar o estado. Com CBD, a gente consegue sair dessa linha e ir para os Estados Unidos todo, e, com prescrição médica, a gente consegue chegar no Brasil. Acredito que a qualidade dos fornecedores é a melhor dos EUA, até porque a experiência que estou tendo com eles é incrível. Eles procuram a melhor plantação, a melhor qualidade, eles têm o selo para poderem extrair e um laboratório próprio.
KM: Então você tem interesse em exportar os produtos da Farmaleaf para o Brasil. Me conta um pouco sobre isso?
BB: Em meio a uma pandemia, ficamos adiando o lançamento. O que foi ótimo, porque a gente conseguiu desenvolver três produtos. A ideia da Farmaleaf é uma empresa à base de plantas, não só cannabis, então o óleo que chama Sleep Recovery, com CBD e várias ervas diferentes, foi feito para você dormir bem e recuperar durante a noite e conseguir malhar, andar de skate, cair, tomar sol no dia seguinte. Temos também o creme com CBD e um creme maior, com a mesma receita de ervas, mas sem o CBD, para usar junto em terapia ou massagem. Esses produtos estão em teste, o Sleep Recovery já está pronto e aprovado. Os outros cremes eu vou ter que mudar a base que era de óleo para manteiga de karité, pela estabilidade de temperatura – em lugares mais quentes, o creme vira um óleo. Dentro do próximo mês, esses três produtos estarão disponíveis para o mercado americano.
Em paralelo, para entrar no mercado brasileiro, a gente preparou uma receita específica, sem todas as ervas complexas, com óleo de coco com CBD, que é o que naturalmente usam e prescrevem. Acho que esse vai ter 4000 mg [de canabidiol], em um frasco de 30ml, e é em spray, altamente absorvente e rápido. Para importar o primeiro produto da Farmaleaf, eu peguei uma prescrição médica, registrei na Anvisa e agora estou esperando. A fábrica já mandou o óleo anteontem [16 de março], então deve estar a caminho. Pode ser que chegue na alfândega e eles esperem para ver se tem uma última autorização da Anvisa, que está chegando. Eu fiz a primeira importação oficial. Isso acontecendo e dando certo, a gente tem como direcionar outros pacientes para comprar esse produto e médicos prescreverem ele.
KM: Em que momento você percebeu o potencial dos medicamentos à base de cannabis e outras plantas, e quis diminuir o consumo de opióides? Qual foi a virada para você?
BB: Foi em um momento recreativo mesmo de fumar um, era a minha escolha de remédio. Quando eu caía e quebrava um osso, a dor era incrível e tinha um processo de recuperação que eu já conhecia, e eu usava os medicamentos normais, aqueles que são prescritos por um médico. Depois eu fui vendo que não necessariamente o que foi falado para tomar, é o que deveria ser tomado. A gente que é do esporte está sempre com dor, então se você vai tratar uma situação crônica, que é parte do nosso lifestyle, com uma substância viciante, não funciona. Vira um ciclo vicioso, em que vou precisar da morfina e vou ficar viciado nela, porque é realmente bem difícil de parar, aí já não estou com um osso quebrado, mas tenho que me recuperar do vício. Sempre fazia mal para o meu estômago, eu não me dava muito bem com os remédios fortes, então eu desacelerava e fumava maconha. Eu não fingia que fumava para fins medicinais, era a real. Uma vez, eu estava com uma dor incrível, tinha acabado de quebrar o pé e a mão em um tombo de skate, e a gente estava longe para caramba, chegou um cara e me mostrou um bud de skunk. Fumei aquilo na hora e parou a dor, realmente aliviou muito. Na fase aguda da dor, se eu estivesse com o osso para fora, pedia morfina, mas quando passava 2 ou 3 dias não tinha mais essa necessidade. Então, eu usava a cannabis e as plantas em geral. Hoje a gente tem acesso a produtos muito mais eficientes, mais fortes e não necessariamente você precisa fumar. Tem o óleo, o creme… foi evoluindo para agora chegar em tudo que tem.
KM: Como a cultura do skate influenciou na sua crença em medicamentos derivados de plantas, especialmente da cannabis?
BB: Tem muita gente que não bebe e que não fuma no skate. Não teve muito essa influência, não era “eu escolhi o skate e aí virei maconheiro”. Tem mais a ver com “comecei a andar de skate, passei a me machucar muito, a sentir dor, e a maconha me ajudava”. Tem hora que é recreativo, o que é uma luta. A galera fala, mas a defesa principal é que você tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo. Mas a defesa realista é o [uso] medicinal, porque realmente faz diferença na vida de quem se machuca e sente dor constantemente. Se é o que me ajuda, por que eu não posso? Por que eu tenho que usar o remédio mais forte? Para fazer com que eu ande menos tempo de skate? Eu tenho 44 anos, me sinto muito bem, ainda estou no meu auge de conseguir andar e recuperar… e é o que eu vou continuar fazendo.
KM: Ainda que o consumo de CBD tenha sido autorizado pela Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês), o THC ainda é proibido durante as competições esportivas. Você acha que o uso de THC atrapalha o atleta?
BB: Vou dar uma olhada no currículo da minha carreira e eu te explico. Usei cannabis durante minha carreira inteira, me atrapalhou? Na verdade, não. Fiquei muito mais criativo, minha recuperação era mais rápida. Tem vários elementos da cannabis que não são falados, muitos são para dor, óbvio, e me ajudaram para caramba. Mas a gente tem que olhar para ela como um todo: para mim a cannabis foi toda a parte funcional, como também criativamente importante na minha vida como skatista. Muitas coisas que eu fiz, o looping aberto, o salto no Grand Canyon, a rampa flutuante e todas as outras ideias que são fora da caixa, a cannabis me ajudou muito, apesar de eu já ser uma pessoa criativa. O fato de ser proibida como substância na WADA, é apenas um atraso momentâneo na legislação; como muitas leis que estão erradas, essa também vai mudar. Tanto é que já diminuiu a punição se você for pego com cannabis; antes era dois anos, agora é três meses. Isso em eventos que tem a WADA como organizadora, porque os outros como UFC e NBA já não tem mais esse doping.
KM: Assim como na WADA, no Brasil o CBD também é mais bem aceito – apenas remédios com essa substância podem ser vendidos. Qual é a sua opinião sobre a posição do país em relação ao tema da cannabis?
BB: O que a gente tem que defender é a verdade, então é mais uma lei que está atrasada. A tristeza disso tudo é que, enquanto é legalizado importar um produto com essa planta, tem pessoas sendo presas e colocadas na cadeia agora, hoje, por comprar a mesma planta. Você consegue comprar no mercado internacional, mas paga muito mais caro, por ser proibido. Ou seja, são vários tiros nos pés. Quando entrar no SUS, o governo vai ter de pagar 2 mil e poucos reais, então é um dinheiro público sendo jogado fora, tudo por causa de leis atrasadas e politicamente posicionadas. A gente vive em uma realidade governamental politizada, mas sempre tem que ficar do lado da verdade, independentemente de atirarem pedra. É só desviar e continuar o caminho.
KM: Diante de uma possível regulamentação da cannabis no Brasil, como você entende o impacto social dessa decisão? Principalmente, para quem já trabalha com movimentos sociais e educacionais, como é o seu caso com o IBB.
BB: Acredito que a lei proibicionista da cannabis é racista. Quem acaba sendo afetado são as minorias: se você é branco e é pego com maconha, você é usuário; se é negro, é traficante. Essa é a grande desigualdade da lei. A gente tem que prestar muita atenção e corrigir essa sujeira social, que manda tanta criança, tanto jovem e tantas pessoas com potenciais incríveis para a cadeia, e que destrói vidas. Existe sim o tráfico e a solução não é simples, mas a gente tem que, de alguma maneira, retificar esse problema. A gente tem que correr atrás da mudança das leis. Poder importar é ótimo, mas por que a gente não cultiva no Brasil? Um país de agricultura forte… por que a gente não corre atrás disso? E até [o cultivo] ser legalizado, você dá oportunidades para países estarem mais à frente, como a Colômbia. Economicamente e socialmente, o Brasil está perdendo. É muito importante ficar em cima da mudança dessas leis pelo bem do próprio país, pelo crescimento econômico e como sociedade.
KM: Para você, o que é mais importante para o desenvolvimento da indústria da cannabis?
BB: O cultivo em massa, esse mercado chegar no tamanho do de cana e poder exportar, mas a partir do desenvolvimento em laboratórios altamente qualificados. O mais importante, no Brasil, é baratear o custo, porque quem realmente precisa paga um preço caríssimo e acaba virando um remédio de elite, ou então os institutos ajudam. No mercado internacional, é incrível a evolução dos laboratórios, a forma de extração e os diferentes elementos da cannabis que ainda estão sendo compreendidos: o THC, o THCV, o CBG, o CBN… a gente fala em CBD, mas tem tantos. Acho muito importante essa liberação de pesquisa para compreender melhor e trabalhar em algo que não foi feito para aprender cada vez mais.
KM: Falando em custo, qual é a média do preço dos produtos da Farmaleaf?
BB: O de exportação vai estar em torno de US$ 80 a 100. No Brasil, com a taxa de importação e a conversão, vai chegar a R$ 1.000 um frasco. Como empresa, isso me dói, porque eu quero que seja acessível, mas dentro da lei e da realidade que a gente vive, esse é o preço.
KM: E ainda é mais acessível dos que vendem nas farmácias brasileiras. O Mevatyl, por exemplo, é mais de R$ 2.000.
BB: Sim, pois é. E além disso, a ideia da Farmaleaf é que as pessoas entendam e saibam que a comida também é um remédio. O seu lifestyle é um remédio. Só o CBD e os produtos que vem não adiantam, mas estão para completar isso.
KM: Além da cannabis, quais outras plantas farão parte dos produtos da Farmaleaf?
BB: No Sleep Recovery, por exemplo, tem valerian root [valeriana, em português]. Como é para trazer calma, é uma mistura de CBD, valerian root, camomila… a gente estava desenvolvendo um outro que era para dar energia, para iniciar o dia, com guaraná e outras ervas, mas ao invés de colocar um monte de CBD nesse produto, a gente coloca só um pouco. As ervas dão energia e o CBD tira, é legal dar uma equilibrada.
KM: No nosso mapeamento de imprensa dos últimos três anos (2018 a 2020) você saiu como principal porta-voz quando o assunto estava relacionado a cannabis e uso adulto. Como você percebe esse fato?
BB: Fico feliz que a mensagem esteja sendo passada e recebida, independente de tudo que está acontecendo, e do começo que atiraram tanta pedra. Mas isso foi estratégico e proposital. Durante minha carreira inteira, apesar de fazer uso da cannabis por muitos anos, nunca se viu uma imagem minha fumando um ou postando alguma coisa. Por mais que existisse essa vontade de falar, para a minha carreira não fazia sentido levantar essa bandeira naquela hora e levar um monte de porrada. Mas na época da Farmaleaf, eu comecei a ficar um pouco mais solto, mas nunca em relação a fumar ou ao recreativo. Eu entendi que precisava focar no CBD como defesa, então montei uma estratégia de comunicação voltada para o esporte e à dor. Comecei a fazer posts para as minhas redes sociais e o primeiro deles foi o melhor. Eu tenho dois mundos nas minhas redes sociais, né: o do skate, que é o meu e que a galera não se afeta; e o que não é do skate, mas que me conhecem pelos eventos na grande mídia. Quando eu fiz esse primeiro post, de repente, a comunidade se separou entre quem estava do meu lado e quem dizia que ia parar de me seguir. Eu fui bem constante e regrado no tema, na mensagem e na periodicidade, e acho que foi por isso que rapidamente me posicionei como um defensor com um debate sério.
KM: Você acha importante outras personalidades se posicionarem sobre o assunto? Por quê?
BB: Eu acho que é sempre importante um posicionamento, porque direciona e pontua uma evolução. Se você não se posiciona, você dá abertura ao duvidoso, ao que é mentira, ao que não é real. O posicionamento ajuda as pessoas que realmente precisam e necessitam do remédio, que muda a qualidade de vida das crianças, idosos e pessoas de todas as idades. Hoje em dia, é muito mais fácil de ter posicionamento, porque [o tema] já está mais avançado, então é importante que as pessoas continuem. Óbvio que é diferente para certas pessoas falar ou não, às vezes você pode se posicionar e, no dia seguinte, é despedido. É errado que seja isso, mas é realidade na vida de muitas pessoas. Eu não sou um que cobra, eu acho que cada um vai se posicionar quando tiver de se posicionar, mas eu só deixo essa mensagem de que é importante, seja contra ou a favor. Se posicione e argumente.
KM: Para finalizar, você falou bastante do racismo e como isso vem do histórico do proibicionismo. No nosso levantamento, a gente analisou mais de 22 mil matérias que saíram na imprensa e muitos tweets sobre alguns temas específicos. A gente viu que a mídia associa a palavra “cannabis”, que é de origem grega, a teores bons (ao uso medicinal, aos negócios, ao governo, a uma legislação), enquanto em 79% das instâncias, só se usa a palavra “maconha”, de origem angolana, relacionada ao tráfico de drogas. Como você enxerga essa questão do uso da palavra?
BB: Acho que vocês perceberam que, durante a entrevista, eu trocava cannabis por maconha. E eu faço isso propositalmente. “O Bob é maconheiro” é mais pesado do que falar que “O Bob defende ou usa a cannabis”. A palavra é carregada de energia. Ela pode denominar a mesma coisa, só que se você fala de um jeito tem um peso muito maior e mais difícil. Nosso trabalho também é, de vez em quando e o máximo possível, tirar essa carga negativa de uma palavra que é tão positiva, que é “maconha” e ajuda tanta gente. Se eu falo “cannabis para as crianças”, as pessoas vão entender que elas precisam de canabidiol, agora quando eu falo “maconha para as crianças”, [falam] “não é possível”; só que é a mesma coisa. O canabidiol é o que? Da cannabis, e a cannabis é o que? A maconha. Óbvio que, para a nossa inteligência como um movimento, dependendo com quem estou falando, eu uso o termo [cannabis]. Mas é importante falar [maconha] para desmistificar.
Para além da área de conteúdo escrita, a Kaya Mind criou o podcast Kaya Talks com o objetivo de disseminar ainda mais informação de qualidade sobre o mercado da maconha. A partir de entrevistas com especialistas ou entusiastas do tema, os convidados contarão um pouco de suas histórias, suas visões e suas relações com a planta, sempre, é claro, dando espaço para o assunto que é especialidade da Kaya: dados.
Caso você tenha interesse em conhecer mais sobre a relação entre cannabis e o mundo esportivo, não deixe de baixar nosso relatório gratuito “Cannabis e Esportes”.