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Raízes de cannabis: Usos terapêuticos redescobertos pela ciência 

Foto de Maria Riscala

Maria Riscala

Tempo de leitura: 4 min

Publicado em

  • maio 11, 2025
Descubra o potencial terapêutico das raízes de cannabis e como a ciência moderna está redescobrindo seus usos medicinais ancestrais.

Quando falamos sobre cannabis medicinal, a maior parte das conversas gira em torno das flores — especialmente sobre os canabinoides mais conhecidos, como o THC e o CBD. Mas há uma parte da planta que ficou esquecida por séculos e que, aos poucos, começa a voltar para o centro dos estudos e da curiosidade: as raízes de cannabis. 

Isso mesmo. Muito antes da ciência moderna investigar os efeitos terapêuticos da cannabis, civilizações antigas já usavam suas raízes como parte importante da medicina tradicional. Com o avanço das pesquisas em fitocompostos e a redescoberta de práticas ancestrais, as raízes de cannabis voltam a ser consideradas uma fonte promissora de propriedades medicinais — e com um perfil bastante diferente do que encontramos nas flores. 

Neste artigo, exploramos a fundo os usos históricos, os compostos químicos presentes nas raízes e o que a ciência atual já sabe (ou está começando a investigar) sobre o seu potencial terapêutico. 

Tradição milenar das raízes de cannabis 

Raízes de cannabis

O uso das raízes de cannabis remonta a tempos antigos. Registros históricos mostram que, em culturas como a chinesa, indiana, persa e até romana, as raízes da planta eram usadas como recurso fitoterápico para tratar inflamações, dores, febres e infecções. 

Na China, manuscritos médicos da dinastia Han, datados de mais de 2 mil anos atrás, já descreviam preparações com raízes de cannabis para aliviar dores durante o parto, tratar feridas e reduzir inchaços. Na medicina tradicional indiana, as raízes apareciam em decocções utilizadas no tratamento de infecções urinárias e inflamações articulares. 

Apesar da longa história de uso, a medicina moderna praticamente ignorou essa parte da planta ao longo do século 20, focando seus estudos nas partes aéreas — especialmente nas flores, onde se concentram os canabinoides psicoativos e os terpenos mais aromáticos. Foi só recentemente, com o avanço das análises fitoquímicas e o interesse por fitoterápicos menos convencionais, que as raízes de cannabis voltaram ao radar da ciência. 

O que a ciência moderna encontrou nas raízes de cannabis? 

Diferente das flores, folhas e caules, as raízes não apresentam concentrações significativas de THC ou CBD. Mas isso não quer dizer que elas sejam menos interessantes. Estudos recentes identificaram uma série de compostos bioativos com potencial terapêutico, entre eles: 

  • Friedelin: um triterpeno com efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes reconhecidos; 
  • Eptadecano: um composto lipídico com propriedades antimicrobianas; 
  • Estigmast-4-en-3-ona e outros esteróis vegetais, com ação anti-inflamatória e hepatoprotetora; 
  • Ácidos graxos e compostos fenólicos que podem contribuir para a modulação do sistema imune. 

Além disso, foram encontrados traços de canabidivarina (CBDV), um canabinoide não psicoativo com propriedades estudadas no tratamento de epilepsias e distúrbios neurológicos — embora presente em concentrações muito menores do que nas flores. 

O perfil químico das raízes indica um potencial interessante para o desenvolvimento de fórmulas naturais com foco em inflamação, dor e saúde do fígado, além de aplicações tópicas para tratar problemas dermatológicos. 

Potenciais usos terapêuticos das raízes de cannabis 

Ainda que os estudos em humanos ainda sejam escassos, a combinação de conhecimento tradicional e evidências laboratoriais já aponta para várias possíveis aplicações medicinais das raízes de cannabis: 

1. Anti-inflamatório natural 

O friedelin, um dos principais compostos das raízes, tem demonstrado efeito anti-inflamatório em estudos pré-clínicos. Sua atuação pode ser útil no tratamento de condições inflamatórias crônicas, como artrite, inflamações intestinais e doenças autoimunes. 

2. Alívio de dores e espasmos 

As raízes de cannabis foram tradicionalmente usadas para aliviar cólicas, dores musculares e dores do parto. Estudos recentes sugerem que alguns compostos presentes na raiz podem atuar como relaxantes musculares leves, auxiliando em casos de espasmos ou tensão muscular. 

3. Saúde hepática 

Alguns dos compostos fenólicos e esteróis presentes nas raízes mostraram capacidade hepatoprotetora — ou seja, podem proteger o fígado contra inflamações e danos oxidativos, especialmente em casos de hepatite medicamentosa ou exposição a toxinas. 

4. Cuidados ginecológicos e obstétricos 

Relatos históricos do uso das raízes no pós-parto e em casos de dores menstruais motivam novas linhas de pesquisa. Ainda são necessárias mais evidências, mas há uma base tradicional que apoia o uso ginecológico das raízes em contextos de cuidado complementar. 

5. Aplicações tópicas e dermatológicas 

Pelo seu potencial anti-inflamatório e antimicrobiano, preparações tópicas com extratos de raízes podem ter ação benéfica em casos de queimaduras, feridas, eczema e outras afecções da pele. 

Por que as raízes ainda não fazem parte das fórmulas medicinais? 

Apesar do seu potencial, ainda existem alguns obstáculos que dificultam a inserção das raízes de cannabis nas práticas clínicas atuais: 

  • Pouca pesquisa clínica: a maioria dos estudos ainda está em fase laboratorial ou em modelos animais; 
  • Falta de padronização: não há métodos amplamente reconhecidos para extrair compostos das raízes com segurança e consistência; 
  • Baixo teor de canabinoides clássicos: como a indústria foca em produtos com alto teor de CBD ou THC, as raízes não são prioritárias em cultivos comerciais; 
  • Questões regulatórias: em muitos países, a legislação ainda restringe o uso de partes específicas da planta ou não reconhece o potencial terapêutico das raízes. 

Mas isso pode estar mudando. Com o avanço das pesquisas e o interesse crescente por tratamentos mais naturais e integrativos, é possível que vejamos nos próximos anos a chegada de extratos, tinturas e pomadas à base de raízes de cannabis com aplicações clínicas complementares. 

E o que isso significa para o futuro da cannabis medicinal? 

Futuro da cannabis

A redescoberta das raízes de cannabis nos convida a olhar a planta como um todo — e não apenas como um fornecedor de canabinoides psicoativos. Isso reforça a importância de uma visão mais ampla da fitoterapia, que integra flores, folhas, caules e raízes em suas múltiplas possibilidades de cuidado. 

As raízes também simbolizam uma reconexão com o passado. Elas nos lembram que, muito antes da medicina baseada em evidências, comunidades ao redor do mundo já reconheciam o poder das plantas e sabiam como utilizá-las com sabedoria. Ao integrar essa tradição com a ciência moderna, temos a chance de construir um futuro terapêutico mais completo, sustentável e respeitoso com a diversidade da natureza. 

No contexto da cannabis medicinal, isso representa uma nova fronteira de possibilidades: para pacientes, pesquisadores, profissionais de saúde e empresas do setor. 

Enquanto flores e extratos de CBD e THC seguem como protagonistas no mercado da cannabis, as raízes começam a sair da invisibilidade para ocupar um novo espaço de pesquisa e inovação. 

Se você trabalha com saúde, pesquisa, regulamentação ou inovação no setor canábico, vale ficar de olho nesse tema. As raízes de cannabis podem, literalmente, dar base a uma nova geração de produtos naturais e tratamentos complementares. 

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