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Problemas da legalização da cannabis: por que uma regulamentação malfeita pode ser um desastre?

Foto de Maria Riscala

Maria Riscala

Tempo de leitura: 4 min

Publicado em

  • agosto 11, 2025

A legalização da cannabis é uma pauta cada vez mais presente no Brasil — mas se engana quem pensa que basta liberar o uso e tudo se resolve. A experiência de países como Tailândia e Estados Unidos mostra que uma regulamentação mal planejada pode causar problemas graves de saúde pública, desigualdade social e falta de controle sobre o que está sendo vendido. Neste artigo, vamos explicar por que é tão importante criar políticas públicas sólidas, que priorizem a qualidade dos produtos, a segurança do consumidor e a reparação histórica.

executivo de pais com plantas de cannabis

Políticas públicas frágeis: o que acontece quando falta regra?

Legalizar sem regras claras é uma porta aberta para o caos. A Tailândia, por exemplo, legalizou rapidamente o uso adulto da cannabis, mas não definiu regras básicas sobre:

  • Idade mínima para compra;
  • Limite de canabinoides nos produtos;
  • Controle de pesticidas e agrotóxicos;
  • Rotulagem padronizada;
  • Limites de THC.

O resultado? O mercado foi inundado por produtos mal testados, com alto teor de THC e sem nenhuma garantia de segurança. Isso levou a um aumento de intoxicações, confusão entre usuários e uma possível reversão da legalização, ou seja, tem que ter muito cuidado com os problemas da legalização da cannabis.

A falta de limite de THC: um risco crescente

A ausência de um limite claro para a concentração de THC nos produtos comercializados em mercados recreativos tem gerado uma corrida pela potência. Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum encontrar flores e comestíveis com níveis que ultrapassam 25% ou até 30% de THC.

Isso pode parecer atraente para quem busca efeitos intensos, mas representa um risco considerável, principalmente para pessoas mais sensíveis, jovens e usuários inexperientes. A exposição a níveis elevados de THC está associada ao aumento de episódios de ansiedade, surtos psicóticos, quadros de dependência e uma condição chamada síndrome de hiperêmese canabinoide.

Sem regulamentação que imponha limites razoáveis, o acesso irrestrito a produtos ultrafortes pode se tornar um problema de saúde pública.

Rótulos incompletos e sem controle: o consumidor fica no escuro

Outro problema comum na legalização da cannabis é a falta de informações claras nos produtos. Em vários estados dos EUA, é possível comprar flores, comestíveis e óleos que não trazem no rótulo:

  • A concentração exata de THC e CBD;
  • Quais outros canabinoides estão presentes;
  • Qual o perfil de terpenos;
  • Se houve uso de pesticidas ou fertilizantes químicos.

Sem essas informações, o consumidor fica perdido — e o médico, sem base para orientar um tratamento seguro.

O “green rush”: quando o lucro vale mais que o paciente

A chamada “corrida verde” (green rush) é o fenômeno da explosão de negócios após a legalização. A promessa é simples: lucrar o máximo possível com a cannabis. Mas, sem regulação, isso vira um problema:

  • Empresas priorizam volume em vez de qualidade;
  • Pequenos produtores são engolidos por grandes corporações;
  • Os preços sobem sem controle;
  • Produtos com má procedência dominam o mercado.

O resultado? Uma indústria voltada para o lucro, não para a saúde dos pacientes.

Sem reparação histórica, não há justiça

Um dos pontos mais negligenciados na legalização da cannabis é a reparação dos danos causados pela guerra às drogas. Nos Estados Unidos, diversas comunidades negras e latinas foram as mais afetadas por décadas de criminalização.

Com a legalização, seria esperado que essas populações fossem beneficiadas com acesso facilitado ao mercado, programas de capacitação e incentivos para empreenderem no setor. No entanto, o que se vê, na prática, é um domínio de grandes empresas lideradas por grupos privilegiados, enquanto os verdadeiros protagonistas da resistência seguem à margem.

No Brasil, essa discussão precisa ser central. Legalizar sem enfrentar a desigualdade histórica é perpetuar a injustiça de forma mais sofisticada.

O exemplo da Tailândia: legalizar sem planejamento pode sair caro

A Tailândia legalizou o uso da planta em 2022, tornando-se o primeiro país da Ásia a liberar a cannabis. A iniciativa parecia ousada, mas foi feita sem regras claras, o que levou a:

  • Proliferação descontrolada de lojas de cannabis;
  • Vendas para menores de idade;
  • Aumento de hospitalizações por uso indevido;
  • Falta de regulamentação para rotulagem e origem dos produtos.

Em 2024, o governo anunciou que pretende reverter a legalização e voltar a proibir o uso adulto da planta — um retrocesso causado pela falta de planejamento.

O que podemos aprender com os EUA?

Nos Estados Unidos, cada estado tem sua própria legislação. Alguns (como Califórnia e Colorado) criaram modelos mais robustos, com:

  • Controle de qualidade e rastreabilidade;
  • Limites para THC;
  • Regras para publicidade;
  • Inclusão de grupos sociais historicamente afetados.

Outros estados, no entanto, abriram o mercado sem critérios claros. O resultado é que a maioria das licenças vai para grandes grupos econômicos, e os preços continuam altos — afastando o público que mais precisa da planta.

Para saber mais sobre os diferentes tipos de produtos, veja também: Como identificar um produto de cannabis regulamentado pela Anvisa

O que seria uma boa regulamentação no Brasil?

Legalizar bem feito é possível. Para isso, o Brasil precisa garantir:

  • Controle de qualidade rigoroso;
  • Rastreabilidade da produção;
  • Limite de canabinoides (principalmente THC);
  • Rótulos completos e padronizados;
  • Preço acessível;
  • Inclusão social e racial na cadeia produtiva;
  • Programas de capacitação profissional;
  • Apoio às associações de pacientes;
  • Incentivo à pesquisa científica.

Segundo o Anuário da Cannabis Medicinal 2024, 1 em cada 3 pacientes brasileiros é atendido por associações. Ignorar esse grupo seria uma falha grave.

Legalizar, sim — mas com responsabilidade

Legalizar a cannabis não é só liberar o uso. É criar um sistema justo, seguro e eficiente. E, para isso, o Brasil precisa aprender com os erros de outros países.

Se quisermos um modelo que funcione de verdade, que priorize a saúde pública, combata desigualdades e impulsione o setor com responsabilidade, precisamos:

  • Regulamentar com base na ciência;
  • Garantir reparação histórica;
  • Colocar o paciente no centro da discussão.

A legalização é um caminho sem volta. Mas a forma como ela será feita é o que vai definir se teremos um avanço ou apenas mais um problema para resolver.

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