O debate sobre tabaco x maconha costuma ser mais comum do que se imagina — seja entre consumidores, especialistas ou legisladores. Afinal, apesar de ambas as substâncias serem fumadas com frequência, o perfil dos seus usuários, os impactos no mercado e até mesmo os custos associados ao consumo revelam diferenças marcantes.
Neste texto, você confere um panorama comparativo entre os mercados e perfis de usuários do tabaco e da maconha no Brasil, além de dicas para quem busca formas de reduzir os danos no consumo de ambas as substâncias.
Como é o perfil dos usuários de tabaco x maconha?

O Brasil tem cerca de 17,1 milhões de usuários de tabaco e 2,8 milhões de usuários de maconha, de acordo com os dados mais recentes. Ainda que o número de fumantes de tabaco seja consideravelmente maior, a maconha tem apresentado crescimento constante em sua base de consumidores — especialmente entre os mais jovens, em contextos urbanos e conectados a pautas de saúde mental, redução de danos e autocuidado.
Os usuários de tabaco, em sua maioria, estão concentrados entre pessoas com nível educacional médio ou inferior, e tendem a consumir tabaco industrializado ou desfiado (conhecido como “roll your own”). Estima-se que cerca de 1,09 milhão de brasileiros fumaram tabaco de enrolar diariamente em 2023. O fator preço pesa bastante nessa escolha, já que o tabaco de corda pode custar a partir de R$ 2,50, enquanto o tipo Virgínia (mais suave) ou blends mais elaborados chegam a R$ 70,00.
Já entre os usuários de maconha, observa-se uma predominância entre adultos jovens, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. A maconha é consumida em diferentes formas, sendo a flor prensada a mais comum por conta do preço acessível, embora a busca por flores de melhor qualidade também esteja crescendo com o fortalecimento das growshops e headshops.
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Tamanho de mercado do tabaco x maconha
O mercado de tabaco de enrolar movimentou em 2024 cerca de R$ 567,7 milhões de reais, considerando o consumo médio estimado de 0,6 gramas por cigarro e os preços praticados no varejo. São mais de 7.100 tabacarias ativas no Brasil, que abastecem milhões de consumidores diariamente. Além disso, a cadeia do tabaco ainda tem forte base agrícola e está entre as maiores do mundo em volume de exportação.
Enquanto isso, o mercado da maconha, mesmo operando na informalidade, apresenta um potencial financeiro muito superior. Considerando o limite de uso pessoal de 40 gramas por mês (como definido pelo STF em junho de 2024), e um consumo anual estimado de 1.378 toneladas, os cenários de faturamento variam entre R$ 4 a 11 bilhões por ano, a depender do preço médio por grama (R$ 3 a R$ 8).
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Além disso, existem hoje mais de 15 mil varejos ativos de plantas, incluindo estabelecimentos que vendem produtos relacionados ao cultivo, armazenagem e acessórios canábicos. O número evidencia que, mesmo sem regulação formal, o mercado da maconha já se consolidou como um segmento econômico relevante.
É usuário de tabaco ou maconha? Saiba como reduzir os danos

Seja qual for sua substância de escolha — tabaco ou maconha — a redução de danos é uma abordagem essencial para preservar sua saúde. Fumar, em qualquer contexto, pode trazer riscos ao sistema respiratório e cardiovascular, mas há maneiras de minimizar impactos negativos.
Para usuários de tabaco:
- Prefira tabacos orgânicos ou com menor adição de químicos;
- Reduza o número de cigarros por dia;
- Utilize piteiras de vidro ou cerâmica para diminuir a inalação de alcatrão;
- Busque apoio médico ou terapêutico caso queira parar de fumar.
Para usuários de maconha:
- Evite o uso de misturas com tabaco, que aumentam a dependência e os danos pulmonares;
- Dê preferência a formas de consumo não combustíveis, como vaporizadores;
- Conheça melhor as cepas de cannabis para encontrar a que se adapta ao seu perfil;
- Se possível, opte por produtos testados ou cultive sua própria planta com segurança.
Tanto o mercado do tabaco quanto o da maconha têm suas especificidades, desafios e perfis de público. Mas compreender o comportamento dos usuários é fundamental para construir políticas públicas mais eficientes, regulamentações mais justas e, acima de tudo, uma cultura de consumo mais consciente.
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