A legalização da cannabis vem impulsionando uma revolução silenciosa no mercado de trabalho. O que antes era um setor marginalizado, hoje movimenta bilhões e oferece milhares de oportunidades profissionais em diferentes áreas que desejam trabalhar com cannabis — da saúde à comunicação, do direito à logística.
Nos Estados Unidos, por exemplo, já há mais pessoas trabalhando com cannabis do que como engenheiros elétricos. No Brasil, embora o cenário ainda esteja em amadurecimento, os números são cada vez mais expressivos:
- Mais de 670 mil pacientes já fazem uso medicinal da cannabis;
- Cerca de 18 mil médicos já prescreveram produtos à base da planta;
- O mercado já movimenta R$ 850 milhões por ano só na área medicinal.
E isso é só o começo. Estimativas indicam que, com a regulamentação completa da cannabis, o Brasil pode gerar até 328 mil novos empregos e movimentar mais de R$ 26 bilhões em toda a cadeia — que vai do cultivo ao varejo, passando por pesquisa, tecnologia e educação.
Trabalhar com cannabis no Brasil

Apesar das limitações regulatórias, o mercado de cannabis no Brasil não para de crescer. Atualmente, a RDC 660 da Anvisa permite a importação e comercialização de produtos à base de cannabis com prescrição médica. Mais recentemente, a agência voltou a discutir a possibilidade de liberar o cultivo para fins medicinais e industriais — o que abriria um leque ainda maior de oportunidades profissionais.
Além disso, existem mais de 40 associações de pacientes com autorização judicial para cultivar cannabis, muitas delas já contratando médicos, farmacêuticos, agrônomos, biólogos e profissionais de acolhimento para atender suas demandas. É o início de um ecossistema que vai muito além da prescrição.
No setor de varejo, o mercado de growshops, headshops e tabacarias já movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano. São mais de 3 mil estabelecimentos ativos no Brasil, empregando milhares de pessoas nas áreas de vendas, marketing, logística e gestão.
Áreas com oportunidades reais de trabalho
Mesmo com um cenário regulatório ainda em evolução, as oportunidades já existem — e estão se diversificando. Veja alguns dos principais segmentos que já contratam:
Setor medicinal e terapêutico
Empresas farmacêuticas, distribuidoras e associações de pacientes buscam:
- Médicos prescritores;
- Profissionais da saúde para atendimento e acompanhamento;
- Equipes de apoio (acolhimento, telemedicina, gestão de prontuário);
- Pesquisadores e profissionais de regulação e farmacovigilância.
Comunicação e educação
A demanda por conteúdo confiável e educativo sobre cannabis segue crescendo. Há espaço para:
- Redatores, jornalistas e roteiristas;
- Social media e estrategistas de marketing digital;
- Especialistas em SEO, audiovisual e gestão de comunidade.
Varejo e atendimento
No comércio canábico — que inclui growshops, headshops e tabacarias — as funções mais comuns são:
- Atendimento ao cliente (presencial e online);
- Vendas e relacionamento;
- Marketing e redes sociais;
- Logística e reposição de produtos.
Agronegócio e pesquisa científica
Com mais de 40 associações autorizadas a cultivar, surgem oportunidades para:
- Agrônomos, biólogos e químicos;
- Técnicos de laboratório e especialistas em cultivo;
- Pesquisadores clínicos e acadêmicos.
Consultorias e serviços especializados
Startups, consultorias e empresas de dados como a Kaya Mind contratam perfis que combinam:
- Pensamento analítico e habilidades com dados;
- Capacidade de articulação institucional;
- Conhecimento sobre o mercado canábico nacional e internacional.
Oportunidades reais para trabalhar com cannabis
A boa notícia? Você não precisa esperar uma mudança completa na legislação para começar a atuar com cannabis no Brasil. Mas é importante se preparar. Aqui vão algumas dicas práticas para quem quer entrar na área:
1. Atualize seu LinkedIn e seja claro sobre seu interesse no setor
Muitas vagas ainda surgem por networking. Deixe explícito que você busca oportunidades no mercado de cannabis. Participe de eventos, interaja com profissionais da área e entre em grupos especializados.
2. Conheça seus pontos fortes
Você não precisa ser médico ou biólogo para atuar no setor. Comunicação, vendas, análise de dados, logística, design — quase todas as profissões têm espaço nessa indústria, desde que você se conecte com o propósito da área e entenda sua aplicação.
3. Acompanhe as oportunidades reais
O site cannabisempregos.com.br já reúne vagas abertas em empresas do setor. Visite com frequência e ative alertas para áreas de interesse.
4. Invista em formação e capacitação
Cursos são uma forma direta de se destacar. A Kaya, por exemplo, oferece formações como:
- Cannabis para comunicadores – voltado para quem quer trabalhar com conteúdo, imprensa e redes sociais;
- Empreendedorismo verde – ideal para quem quer empreender ou entender a lógica de negócios canábicos.
5. Busque inspiração e informação de quem já está no mercado
Assista aos vídeos e entrevistas com profissionais que já atuam na área:
- Cannabis e carreira: caminhos profissionais possíveis
- Como comunicar a cannabis sem ser censurado
- Oportunidades no mercado da cannabis – Talk Kaya
E lá fora, como está o cenário para quem deseja trabalhar com cannabis?
Nos EUA e Canadá, onde o mercado já está bem mais avançado, a cannabis gerou centenas de milhares de empregos em tempo integral. E isso em diferentes frentes:
- Produção e cultivo;
- Vendas em dispensários;
- Desenvolvimento de produtos e P&D;
- Atendimento médico e suporte terapêutico;
- Comunicação, gestão e tecnologia.
Empregos como budtender (o “bartender da cannabis”), operadores de cultivo, técnicos de laboratório e cargos administrativos já fazem parte da rotina dessas economias — e oferecem salários competitivos mesmo em tempos de crise.
Inclusive, mesmo durante a pandemia, o mercado da cannabis foi um dos poucos setores que manteve crescimento e contratação — reforçando sua resiliência econômica e social.
Um setor com propósito e espaço para todos
Mais do que um novo segmento de mercado, a cannabis é uma causa, uma transformação cultural e uma oportunidade de reconstruir modelos de negócio com base em saúde, sustentabilidade e inclusão.
É também um setor que valoriza a diversidade de forma mais ampla do que a maioria das indústrias tradicionais:
- A participação feminina em cargos de liderança é maior que em outros setores;
- Há espaço para jovens talentos e perfis não convencionais;
- Empresas valorizam propósito e envolvimento com a causa tanto quanto formação técnica.
Se você busca um mercado onde possa aprender, crescer e fazer parte de uma transformação social e econômica, o setor da cannabis é, sem dúvida, um dos mais promissores do Brasil e do mundo nos próximos anos.

Trabalhar com cannabis no Brasil deixou de ser um sonho distante. A indústria está se estruturando, abrindo espaço para novos perfis e exigindo cada vez mais profissionais preparados, informados e conectados com o propósito do setor.
A regulamentação está em movimento. A Anvisa estuda mudanças na RDC 327 que podem ampliar o acesso a produtos nas farmácias. A discussão sobre o cultivo medicinal e industrial avança. As associações crescem. E o mercado, que hoje já movimenta quase R$ 2 bilhões somando suas diferentes frentes, tem tudo para se tornar um dos mais relevantes da economia brasileira.
Se você quer trabalhar com cannabis, comece agora. Estude, se conecte, se candidate e construa o futuro com a gente.