Com o crescimento do mercado da maconha, surgem cada vez mais novas empresas no Brasil para atuar com esse segmento. Hoje, o país conta com startups de cannabis que contribuem para o desenvolvimento da indústria e enxergam, apesar da falta de regulamentação, oportunidades em diversas frentes desse setor e o seu potencial econômico.
Afinal, de acordo com dados levantados pela Kaya Mind, o mercado da cannabis pode movimentar cerca de R$ 26,1 bilhões no Brasil, caso regulamentado amplamente nos âmbitos medicinal, uso adulto e industrial.
Como entrar no mercado canábico no Brasil?
Como a regulamentação da cannabis não é ampla no Brasil, abrangendo apenas o setor medicinal, as formas de atuar nessa indústria no país são limitadas.
Quem pode vender CBD no Brasil?
Apesar de algumas exceções, como a Abrace e outras instituições que podem realizar o cultivo e a produção de produtos da planta em território brasileiro, não é possível atuar diretamente com a cannabis por conta da ilegalidade de plantio. Por outro lado, existe a possibilidade de entrar no mercado canábico por meio de importadoras que realizam o fornecimento de medicamentos à base de cannabis para pacientes com prescrição, empresas que produzem parte dos medicamentos no Brasil por meio da RDC 327, clínicas que fazem a ponte entre prescritores e pacientes, associações que facilitam o acesso à cannabis medicinal, veículos e portais que visam informar a sociedade sobre os verdadeiros potenciais da cannabis e muitos outros modelos de negócios que já existem no país.
A venda de CBD e outros derivados da cannabis é permitida com algumas limitações no Brasil. Apenas pacientes com prescrição médica podem comprar esses produtos e existem alguns meios para realizar essa ação.
Algumas associações têm autorização para cultivo de cannabis para fornecimento de medicamentos, mas também é possível conseguir os produtos por meio de importadoras autorizadas à comercialização e, também, em farmácias onde há algumas opções oriundas de empresas específicas que foram permitidas pela RDC 327.
Startups de cannabis no Brasil
As startups que existem no Brasil não são todas voltadas à comercialização de produtos à base de cannabis. Muitas, inclusive, não atuam apenas com cannabis medicinal. Veja a seguir algumas delas que já ocupam lugares importantes no mercado canábico:
Kaya Mind
É claro que não podia faltar. A Kaya Mind foi criada em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, por Maria Eugenia Riscala e Thiago Dessena Cardoso, mas começou a operar em janeiro de 2021. A empresa é a primeira do Brasil a se dedicar à inteligência de mercado no segmento da cannabis e seus periféricos, e inclui em seu portfólio de produtos e serviços: relatórios de mercado sobre temas variados, relatórios on demand para clientes, dashboards internos e personalizados, consultorias estratégicas e muito mais.
Scirama
Criada pelos neurocientistas Sidarta Ribeiro e Stevens Rehen, a startup é voltada para pesquisa, desenvolvimento e inovação em relação ao estudo de substâncias psicodélicas. A ideia é investir em pesquisas científicas sobre o tema para que a sociedade possa se beneficiar dessas terapias alternativas, tendo maior qualidade de vida. Conheça mais sobre a Scirama aqui.
Adwa Cannabis
Constituída na Universidade Federal de Viçosa, a startup focada em biotecnologia foi fundada em 2018 e tem como objetivo desenvolver pesquisas e tecnologias nacionais para a cadeia produtiva da cannabis, ajudando a construir um mercado no país. Um dos focos, por exemplo, é o melhoramento genético das variedades da cannabis, para que possam atingir o melhor nível de produtividade em território nacional. Saiba mais no site.
CannaPag Bank
Fintech voltada para o setor da cannabis, a CannaPag Bank visa facilitar os pagamentos para o mercado da cannabis medicinal no Brasil. O serviço é oferecido tanto para empresas e associações do setor, que contratam a startup para desburocratizar os métodos de pagamentos de seus clientes e pacientes, quanto para o próprio público que deseja se beneficiar dos tratamentos à base da planta.
Cannect
A healthtec, que recentemente se juntou à Dr Cannabis, visa conectar pacientes, médicos e produtos à base de cannabis. Assim, oferece atendimentos médicos para pessoas que desejam iniciar um tratamento com a planta e também realiza o processo de importação dos medicamentos para os pacientes. Isso tudo com o objetivo de democratizar o acesso à cannabis medicinal no país. Conheça a empresa.
CEC
O Centro de Excelência Canabinoide (CEC) usa a cannabis medicinal para para proporcionar qualidade de vida para os pacientes que necessitam do tratamento com a planta. A startup ainda tem um Instituto de Educação e Pesquisa, em que oferece diferentes cursos sobre cannabis medicinal.
Xah com Mariaz
O hub, também considerado uma consultoria, tem como objetivo incentivar o empreendedorismo feminino dentro do meio canábico. Por meio da educação, a ideia é empoderar e conectar mulheres para que tenham um espaço importante como devem no setor, hoje predominantemente masculino.
Favo Tecnologia
A startup oferece tecnologias e soluções para facilitar e tornar o plantio de cannabis para fins medicinais mais possível para quem necessita. Além disso, um outro braço da Favo também comercializa produtos que podem auxiliar o cultivo da planta.
Existem muitas outras startups que atuam no segmento da cannabis e a tendência é que isso aumente, à medida que a indústria vai amadurecendo no Brasil. Que os empreendedores possam explorar esse mercado com tanto potencial cada vez mais!