Como na maioria das profissões, as mulheres também ainda não têm o reconhecimento e a presença que merecem na cena canábica. Contudo, o empreendedorismo feminino nesse setor tem ganhado cada vez mais espaço, como merece, afinal, a relação entre mulheres e cannabis é longínqua. Atualmente, mulheres empreendedoras lideram empresas importantes voltadas à maconha, tanto internacionalmente como nacionalmente.
Mulheres empreendedoras da cena no Brasil
No Brasil, há regulamentação apenas em relação ao uso medicinal da planta, mas as figuras femininas, mesmo que poucas para o tamanho da indústria da cannabis, têm ocupado diferentes setores da área: eventos, dados, cosméticos, ativismo, associações, comunicação e mais. Entre elas, estão mulheres empreendedoras que hoje são personagens essenciais na luta pela pauta canábica no país.
Margarete Brito, por exemplo, é fundadora da Apepi, uma associação de pacientes que fazem uso medicinal da cannabis, e que já conseguiu permissão para cultivo, mas, hoje perdeu a liminar. Além disso, faz parte da primeira família brasileira a obter autorização para cultivar a planta para fins medicinais em casa, a fim de tratar a doença de sua primeira filha, Sofia, que nasceu com CDKL5, uma síndrome genética rara que causa convulsões frequentes.
Outra voz importante é a de Viviane Sedola, criadora da Dr Cannabis, plataforma que conecta pacientes e profissionais de saúde que prescrevem produtos à base de cannabis. Segundo a revista High Times, uma das publicações mais importantes do mundo sobre maconha, ela é a única representante latino-americana da lista das 50 mulheres mais influentes do setor canábico.
Outras figuras femininas que também chamam atenção:
- Poliana Rodrigues – Blazing Beauty
- Cidinha Carvalho – Cultive
- Renata Monteiro – Instituto Jurema
- Luna Vargas – Inflore
- Danila Moura e Katia Cezana – Xah com Mariaz
- Drika Coelho – Sinal de Fumaça
- Carolina Nocetti – Indeov e InterCan
- Camila Teixeira – Indeov
- Carolina Nocetti – InterCan
Segundo a agência de notícias Marijuana Business Daily, 36,8% dos empregos de nível sênior nas empresas de ramo nos Estados Unidos são ocupados por mulheres, um valor importante, pois já é superior à média de todos os negócios do país. Ainda assim, evidenciar essas mulheres é de extrema importância, pois, segundo uma análise da Insider, homens brancos representam 70% dos cargos executivos de alto nível das 14 maiores empresas de cannabis de capital aberto do mercado. Isso mostra não só a falta da presença feminina, como também da população negra, que foi uma das principais afetadas pela guerra às drogas durante décadas.