Os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos que promovem efeitos como redução da ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular e prevenção de convulsões. São prescritos para tratar transtornos de ansiedade, insônia, epilepsia, síndrome de abstinência alcoólica e alguns distúrbios neuromusculares, alguns dos sintomas tratados pelo Lorazepam. Nesse texto, da série Psicofármacos, você vai encontrar as principais características desse medicamento, o Lorazepam.
O que é o Lorazepam?
O Lorazepam é um medicamento pertencente à classe das benzodiazepinas, que são substâncias frequentemente utilizadas no tratamento de transtornos de ansiedade, insônia e outras condições relacionadas ao sistema nervoso central. Como outras benzodiazepinas, o lorazepam atua no cérebro, aumentando a atividade do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), que é responsável por reduzir a atividade neuronal e produzir efeitos calmantes e sedativos.
Devido às suas propriedades ansiolíticas, o lorazepam é frequentemente prescrito para o tratamento de transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e o transtorno do pânico. Além disso, também pode ser utilizado para controlar a ansiedade associada a procedimentos médicos ou cirúrgicos, bem como para tratar a insônia temporária.
Quais são os sintomas tratados pelo Lorazepam?
O Lorazepam é frequentemente prescrito para tratar sintomas de ansiedade, como preocupação excessiva, tensão muscular, nervosismo e irritabilidade. Além disso, pode ser utilizado para controlar a ansiedade associada a procedimentos médicos ou cirúrgicos, bem como para tratar a insônia temporária.
Comparado a algumas outras benzodiazepinas, como o alprazolam (Xanax) ou o clonazepam (Rivotril), o Lorazepam pode ser considerado menos potente em termos de sedação e duração do efeito. No entanto, isso não significa necessariamente que seja menos eficaz no tratamento da ansiedade. O lorazepam tem uma meia-vida de eliminação de cerca de 12-16 horas, enquanto o clonazepam, o princípio ativo do Rivotril®, tem uma meia-vida de eliminação de 30-40 horas. Isso significa que leva aproximadamente esse tempo para que metade da substância seja metabolizada e eliminada do organismo.
Quais as contraindicações do Lorazepam?
O medicamento é contraindicado para pessoas que possuem hipersensibilidade a benzodiazepínicos ou a qualquer composto da fórmula de Lorazepam. Além disso, também não é indicado para crianças, gestantes ou mulheres em fases de amamentação, pessoas com glaucoma, pessoas com quadro de convulsões, doenças nos rins, no fígado e comprometimento do sistema respiratório.
Como usar o medicamento?
O Lorazepam está disponível em forma de comprimidos, ou seja, são destinados à administração via oral.
Para alcançar os melhores resultados, a dose, a frequência de administração e a duração do tratamento devem ser adaptadas individualmente com base na resposta do paciente. Recomenda-se utilizar a menor dose eficaz possível e pelo menor período de tempo necessário.
A dose de lorazepam deve ser aumentada gradualmente para minimizar a ocorrência de efeitos adversos. No caso de pacientes idosos e/ou debilitados, a dose inicial deve ser reduzida em cerca de 50%, com ajustes posteriores conforme a necessidade e a tolerabilidade do paciente.
Algumas particularidades diferencia esse fármaco dos outros benzodiazepínicos, o Lorazepam é eliminado do organismo, ou seja, apresenta a meia-vida muito mais rápida que o Clonazepam, por exemplo.
Duração do tratamento
A duração do tratamento com Lorazepam também é individualizada e depende da tolerância ao medicamento, da gravidade e intensidade dos sintomas e do histórico do paciente.
Descontinuação do tratamento
A interrupção abrupta do tratamento pode aumentar o risco de sintomas de retirada e fenômenos de rebote, portanto, a descontinuação deve ser feita gradualmente.
Uso em crianças
O lorazepam não é indicado para crianças menores de 12 anos, devido ao seu potencial impacto no desenvolvimento cerebral, uma vez que nessa fase da vida o cérebro está em constante crescimento e maturação. Os médicos devem considerar cuidadosamente os riscos e benefícios antes de prescrever o medicamento para essa faixa etária, pois há preocupações sobre como o lorazepam pode interferir nesse processo de desenvolvimento.
Quais os efeitos colaterais do medicamento?
As reações adversas mais comuns do medicamento incluem sedação, sonolência e sensação de cansaço, ocorrendo em mais de 10% dos pacientes. Entre 1% e 10% dos pacientes podem experimentar confusão, depressão, alterações na coordenação e fraqueza muscular. Reações incomuns, ocorrendo entre 0,1% e 1% dos pacientes, podem incluir alterações no desejo sexual, náuseas e impotência. Outras reações, cuja frequência não pode ser determinada com precisão, abrangem desde efeitos hematológicos, alérgicos e neuropsiquiátricos até distúrbios respiratórios, gastrointestinais e hepáticos, entre outros.
Interação medicamentosa: posso tomar Lorazepam com outras substâncias?
Os benzodiazepínicos, como o lorazepam, têm efeitos depressores aditivos sobre o sistema nervoso central (SNC) quando coadministrados com outros depressores do SNC, como opióides, álcool, barbitúricos, antipsicóticos, sedativos/hipnóticos, ansiolíticos, antidepressivos, analgésicos narcóticos, anti-histamínicos sedativos, anticonvulsivantes e anestésicos.
A combinação de clozapina e lorazepam pode causar sedação intensa, salivação excessiva e ataxia. A administração simultânea de lorazepam e valproato pode aumentar as concentrações plasmáticas e reduzir o clearance do lorazepam. Quando o Lorazepam é administrado com valproato, a dose de lorazepam deve ser reduzida em cerca de 50%.
A coadministração de lorazepam com probenecida pode resultar em efeitos prolongados ou início de ação mais rápido devido ao aumento da meia-vida e diminuição do clearance total do lorazepam. Neste caso, a dose de lorazepam deve ser reduzida em cerca de 50%.
O uso de teofilina ou aminofilina pode diminuir os efeitos sedativos dos benzodiazepínicos, incluindo o lorazepam.
Uso durante a Gravidez
O uso de lorazepam não é recomendado durante a gravidez. Estudos indicaram um aumento do risco de malformações congênitas associadas ao uso de benzodiazepínicos, incluindo o lorazepam, durante o primeiro trimestre de gestação. Amostras de sangue do cordão umbilical mostraram que o lorazepam e seus metabólitos atravessam a placenta. Houve relatos de sintomas de abstinência em bebês cujas mães tomaram benzodiazepínicos por várias semanas ou mais antes do parto, incluindo hipoatividade, hipotonia, hipotermia, depressão respiratória, apneia, dificuldades alimentares e comprometimento da resposta metabólica ao frio.
O lorazepam é classificado como categoria D de risco na gravidez, o que significa que há evidências de risco para o feto, mas os benefícios potenciais podem justificar o uso em algumas situações. No entanto, o medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica. Em caso de suspeita de gravidez, a paciente deve informar imediatamente seu médico.
O medicamento pode causar dependência?
Assim como no caso dos outros benzodiazepínicos, como o clonazepam, o Lorazepam pode causar dependência física e psicológica se utilizado de forma prolongada ou em doses elevadas. A dependência ocorre quando o organismo se adapta à presença da substância e desenvolve uma necessidade contínua dela para funcionar normalmente. O uso prolongado pode levar à tolerância, o que significa que doses maiores são necessárias para obter o mesmo efeito inicial.
Além disso, a interrupção abrupta após o uso prolongado pode resultar em sintomas de abstinência, como ansiedade, agitação, insônia, irritabilidade e, em casos graves, convulsões. Portanto, é importante usar o lorazepam estritamente de acordo com as orientações do médico e evitar o uso prolongado ou o aumento da dose sem supervisão médica. Se houver preocupações com relação à dependência ou ao uso de lorazepam, é essencial discuti-las com um profissional de saúde.
A cannabis pode substituir o Lorazepam?
A cannabis tem potencial ansiolítico já constatado pela literatura científica. A interação entre os compostos da planta e os receptores endocanabinóides presentes no nosso organismo, promove a regulação de diversas funções, inclusive dos nossos neurotransmissores. No entanto, a substituição de medicamentos convencionais por derivados da cannabis deve ser feita com o auxílio de um profissional da saúde especializado no assunto.
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