Apenas 5% dos brasileiros fazem terapia, entretanto, 1 a cada 6 fazem uso de medicamentos para tratar a saúde mental, segundo os dados do site O Globo. Além desses dados, apenas 11,9% da população realiza algum tipo de tratamento complementar como a yoga e meditação. Por esse motivo, vamos explorar as abordagens da psicologia e mostrar como você pode escolher a ideal para o seu caso.
Existem inúmeros fatores que afetam a nossa qualidade de vida, resultando em problemas de saúde mental, como as pressões no trabalho e sua elevada carga horária, as comparações com outras pessoas, o uso de redes sociais, alimentação desequilibrada e rica em alimentos industrializados, a falta de atividades físicas, e por aí vai. Se você se encontra nessa situação, vamos explorar as linhas da psicologia que podem te ajudar a sair deste quadro e retomar a sua qualidade de vida e bem-estar mental.
O que são as abordagens da psicologia?
A abordagem da terapia, no contexto da psicologia, refere-se ao conjunto de métodos e técnicas utilizadas pelos terapeutas para tratar problemas emocionais, psicológicos e comportamentais. Cada abordagem é baseada em teorias e princípios distintos sobre como a mente funciona e como os problemas psicológicos se desenvolvem, e cada uma oferece estratégias específicas para ajudar os indivíduos a enfrentar e superar esses desafios.
Essas abordagens terapêuticas são desenhadas para abordar a gama de questões que os indivíduos podem enfrentar, desde transtornos mentais até dificuldades emocionais e de relacionamento. A escolha da abordagem pode depender de vários fatores, incluindo a natureza do problema, as preferências do cliente, e a formação e experiência do terapeuta.
Algumas abordagens são baseadas em técnicas mais estruturadas e diretas, oferecendo intervenções específicas para mudar comportamentos e pensamentos disfuncionais. Outras podem focar mais na exploração profunda das experiências passadas e das dinâmicas emocionais subjacentes. Há também abordagens que se concentram no desenvolvimento de habilidades práticas para enfrentar desafios cotidianos e promover o bem-estar.
Além disso, muitas abordagens terapêuticas podem ser adaptadas e combinadas para atender às necessidades individuais dos clientes, criando um plano de tratamento personalizado que busca maximizar a eficácia da terapia e promover a melhoria geral da qualidade de vida.
5 Principais abordagens da psicologia
Agora que esclarecemos o conceito de abordagens da psicologia, vamos adentrar nas principais linhas dentro desta área tão importante e necessária para a nossa qualidade de vida e bem-estar.
Psicanálise
Desenvolvida por Sigmund Freud, a psicanálise foca no papel do inconsciente na formação da personalidade e na origem dos comportamentos e emoções. Freud acreditava que muitos conflitos e problemas emocionais surgem de desejos reprimidos e experiências passadas, especialmente da infância. A terapia psicanalítica envolve a exploração dos sonhos, associações livres e a análise das relações transferenciais para acessar e resolver esses conflitos inconscientes.
Freud teorizou que a personalidade é composta por três partes: o Id, o Ego e o Superego:
- Id: É a parte primitiva e instintiva da personalidade que busca gratificação imediata e opera sob o princípio do prazer.
- Ego: Atua como mediador entre as demandas do Id, as restrições do superego e a realidade. O ego opera sob o princípio da realidade e tenta equilibrar as necessidades internas e externas.
- Superego: Representa a internalização das normas e valores sociais e morais. Ele atua como uma forma de consciência, pressionando o Ego a agir de acordo com padrões éticos e sociais.
A psicanálise como prática terapêutica busca explorar e resolver conflitos internos, promovendo uma maior compreensão do próprio inconsciente e das influências passadas. A terapia pode ser longa e profunda, com o objetivo de trazer à consciência e resolver questões emocionais subjacentes.
Embora a psicanálise tenha evoluído e gerado várias ramificações e críticas ao longo dos anos, suas ideias fundamentais continuam a influenciar a psicologia contemporânea e as abordagens terapêuticas.
Behaviorismo
Essa abordagem, associada a figuras como John B. Watson e B.F. Skinner, enfatiza o estudo do comportamento observável e a influência do ambiente sobre o comportamento. Os behavioristas acreditam que todo comportamento é aprendido e pode ser modificado por meio de condicionamento.
As técnicas de modificação do comportamento, como o condicionamento operante e clássico, são usadas para alterar comportamentos indesejados e promover comportamentos desejados.
Embora o behaviorismo tenha sido altamente influente, ele também enfrentou críticas, especialmente por sua abordagem limitada aos aspectos observáveis do comportamento e pela falta de consideração dos processos mentais internos. Em resposta, surgiram abordagens como a análise do comportamento e a cognitivo-comportamental, que integram aspectos do behaviorismo com uma compreensão mais ampla dos processos mentais e emocionais.
Se você quiser saber mais sobre o behaviorismo, esse artigo publicado na Revista Scielo explora as referências históricas e as origens desta linha da psicologia.
Humanista
Abraham Maslow e Carl Rogers foram um dos nomes mais importantes e que deram origem a abordagem humanista. Esta linha coloca a ênfase na autoatualização, na liberdade pessoal e na realização do potencial humano. Os humanistas acreditam que cada indivíduo tem a capacidade inata para crescimento e desenvolvimento.
A terapia humanista, como a terapia centrada no ser humano, se concentra na criação de um ambiente de aceitação incondicional e empatia para facilitar a autoexploração e o crescimento pessoal.
Além disso, essa vertente se baseia na ideia de aceitação, ao qual enfatiza que só conseguimos mudar quando assumimos a nós mesmos que realmente existe um problema a ser tratado. A abordagem humanista acredita que toda pessoa tem capacidade de crescimento e desenvolvimento, sendo indicada para pessoas que apresentam algum tipo de vício ou comportamento autodestrutivo.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A TCC é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada que combina princípios do cognitivismo e do behaviorismo para tratar uma variedade de problemas emocionais e comportamentais. Desenvolvida inicialmente por Aaron Beck na década de 1960 e aprimorada por outros psicólogos, a TCC se concentra em ajudar os indivíduos a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos problemáticos.
Um dos principais focos da TCC é a identificação e a alteração de pensamentos disfuncionais, ou distorções cognitivas. Estes são pensamentos automáticos e frequentemente negativos que afetam nossa percepção e reação aos eventos. Alguns exemplos de distorções cognitivas incluem:
- Catastrofização: Pensar que o pior cenário é o mais provável.
- Pensamento tudo ou nada: Ver as coisas em termos extremos, como tudo ou nada, sem meio-termo.
- Leitura da mente: Presumir saber o que os outros estão pensando e acreditar que é negativo.
Os psicólogos ajudam os pacientes a reconhecer esses pensamentos disfuncionais, a questionar sua validade e a substituí-los por pensamentos mais realistas e equilibrados. Além disso, essa linha foca em dois pilares: a reestruturação cognitiva e a resolução de problemas, partindo do princípio de que as crenças, pensamentos e cognições tem origem no histórico de vida, gerando emoções como raiva, tristeza, ansiedade, dentre outros sinais.
Análise Junguiana (analítica)
A abordagem junguiana, também conhecida como psicologia analítica, é uma teoria psicológica desenvolvida por Carl Gustav Jung, um dos principais discípulos de Sigmund Freud. Embora Jung tenha inicialmente colaborado com Freud, ele desenvolveu suas próprias ideias que se afastaram da psicanálise freudiana.
A psicologia junguiana se concentra em aspectos profundos e simbólicos da psique humana e é conhecida por sua ênfase na individuação, nos arquétipos e no inconsciente coletivo.
Os arquétipos são imagens e padrões universais que habitam o inconsciente coletivo e influenciam o comportamento e a experiência humana. Alguns dos arquétipos mais conhecidos incluem:
- A sombra: Representa aspectos reprimidos ou não reconhecidos da personalidade, frequentemente associados a características negativas.
- O anjo da guarda ou o mentor: Representa a sabedoria e a orientação.
- A mãe: Reflete qualidades maternas, como nutrição e proteção, mas também pode ter conotações negativas, como superproteção.
Existem outras diversas abordagens da psicologia que são amplamente utilizadas nas sessões terapêuticas. Para além de entender as diferentes linhas, é fundamental saber como escolher a ideal para você, e é sobre isso que vamos abordar no próximo tópico.
Abordagens da psicologia: Como escolher a ideal?
A escolha de uma abordagem na psicologia pode ser um processo complexo, pois depende de vários fatores relacionados ao indivíduo, ao problema específico que está sendo tratado e ao estilo do terapeuta. Vamos pontuar algumas informações que devem ser levadas em conta na hora de escolher uma linha de terapia:
- Identificar as necessidades e objetivos com a terapia. Entenda se você tem um problema específico a ser explorado ou uma questão que está enfrentando no momento, incluindo transtornos mentais, emocionais, dificuldade de relacionamento, entre outros.
- Esclareça se você está buscando um alívio rápido dos sintomas, uma compreensão mais profunda de si mesmo ou mudanças comportamentais.
- Considere a formação e experiência do terapeuta antes de iniciar as sessões. Verifique se ele possui as qualificações necessárias com a abordagem que você deseja ser tratado e analise o estilo de trabalho dele para entender se estão alinhados com o seu perfil.
- Veja o custo financeiro e tempo despendido em cada sessão de terapia, isso porque esse processo tende a ser de longo prazo, podendo se estender por muitos anos.
Esses são apenas alguns aspectos que precisam ser analisados antes de escolher abordagens da psicologia para começar a sua jornada terapêutica. Você pode pedir indicações de amigos, familiares ou mesmo profissionais de outras áreas para que a busca seja mais certeira e alinhada com os seus objetivos.
Como a Cannabis pode potencializar o seu autoconhecimento?
A cannabis tem o poder de potencializar o autoconhecimento de várias maneiras, mesmo que seus efeitos variem amplamente de pessoa para pessoa e dependa de inúmeros fatores, como a dosagem, a variedade da planta, a frequência de uso e as características pessoas de cada indivíduo. Por meio da cannabis é possível explorar vários pontos:
- Mudanças na perceção sensorial e de consciência;
- Reflexões pessoais e mudança na forma de olhar o mundo com outra perspectiva;
- Explorar as emoções por meio do processo de introspecção;
- Reduzir as barreiras psicológicas e autocríticas;
- Aumentar a criatividade e experiências espirituais.
A cannabis é uma planta que contém diversos princípios ativos, como os fitocanabinoides, terpenos e as canaflavinas. Cada componente tem um papel importante no corpo humano, interagindo com o sistema endocanabinoide e trazendo um equilíbrio interno e externo.
A cannabis medicinal vem sendo amplamente estudada no campo científico por conta dos seus diversos benefícios à saúde e aumento da qualidade de vida. Dentre as condições médicas mais tratadas temos a ansiedade, depressão, Alzheimer, Parkinson, Transtorno do Espectro Autista, Borderline, dentre outros.
Se você tem interesse em começar um tratamento à base de cannabis, a Kaya Mind Saúde pode te auxiliar nesse processo para que você encontre os melhores médicos prescritores e tenha um tratamento personalizado.
