Qual é a origem da maconha? 

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Registros históricos apontam o uso da cannabis há milhares de anos, tanto para fins industriais, medicinais, recreativos e até religiosos

A cannabis, apesar de estar em discussão de forma mais latente nas últimas décadas, já é parte da humanidade há milhares de anos. Seu uso medicinal, recreativo e industrial não são exclusivos à modernidade, pelo contrário, são parte da rotina e do costume de diversas populações antigas. No entanto, a forma como enxergamos a maconha hoje, como uma commodity que pode transformar economias, a saúde e a sociedade como um todo, é exclusiva aos tempos modernos. Mas para entender o futuro, precisamos saber sobre o passado e conhecer qual a origem da maconha.

Onde surgiu a cannabis?

Não é possível ter certeza em que país ou região surgiu a cannabis. Alguns estudos mostram que a planta tem seus primeiros registros datados de 27.000 a.C. e que ela tem origem no Afeganistão, sendo que também era muito utilizada na Índia para fins religiosos ou medicinais.  O cultivo da cannabis, então, se espalhou e chegou a outras regiões.

O cânhamo, variação da Cannabis sativa, tem seus primeiros registros referentes à 10.000 a.C., na ilha de Taiwan, país ao leste da China. Estudiosos encontraram suas fibras em objetos de cerâmica nessa região. 

Esses são os registros mais antigos relacionados à cannabis, o que indica que a planta tem origem na Ásia.

E qual a origem da maconha no Brasil?

origem da maconha

Após chegar ao continente africano e europeu, onde a cannabis passou a ser usada para a fabricação de tecidos, papéis, cordas e até mesmo da primeira Bíblia impressa. Assim, embarcações de nações como Portugal tinham parte de suas estruturas constituídas de cânhamo, mais especificamente suas velas e cordas. Ao navegarem e chegarem ao Brasil, portanto, esse foi o primeiro contato do território nacional com a cannabis.

Ainda, segundo o relatório oficial do Ministério das Relações Exteriores de 1959, escravizados também trouxeram sementes de maconha dentro de bonecas de pano – a planta fazia parte de rituais religiosos e costumes africanos.

No entanto, foi só no século XVIII que Portugal resolveu investir no cultivo da erva em terras brasileiras a ponto de dedicar milhares de escravizados para esse trabalho.

Enquanto se plantava maconha para a fabricação de diferentes insumos, o seu uso recreativo era associado exclusivamente aos africanos e seus descendentes. Mas, em 1830, no Rio de Janeiro, a Câmara Municipal restringiu seu fumo e passou a penalizar vendedores com uma multa e os compradores.

No entanto, na mesma época, ocorriam estudos sobre os efeitos medicinais da cannabis, que eram liderados pelo psiquiatra francês Jean Jacques Moreau. Essa pesquisa tornou o uso da planta bem aceito entre a classe médica brasileira. Recomendava-se o fumo da maconha para pacientes (inclusive crianças) com bronquite, asma, insônia e outras condições. Mas não demorou muito e já no século XX as políticas proibicionistas começaram a se intensificar mundo afora, chegando ao Brasil, mas o consumo da planta persistiu até hoje.

Quem fumou o primeiro “beck” do mundo?

Não há formas de descobrir quem foi a pessoa que fumou o primeiro cigarro de maconha no mundo, mas um estudo publicado no periódico Science Advances apontou que foram encontradas evidências de consumo recreativo da planta que datam de 2,5 mil anos atrás. Esses registros foram encontrados, novamente, na Ásia Central, mais especificamente no oeste da China, no cemitério de Jirzankal.

As sepulturas encontradas tinham 10 vasos de madeira, sendo que, em 9, tinham plantas de cannabis queimadas e que tinham um teor elevado de THC, fitocanabinoide que causa efeitos psicotrópicos. Não é possível saber se elas foram usadas para fins de entretenimento ou para rituais, mas é fato que, quem quer que tenha as utilizado, sentiu as sensações de “chapado” que muitos usuários experienciam hoje.

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