Muitas plantas têm propriedades medicinais, tanto que foram estudadas e transformadas em medicamentos por meio da fitoterapia. Mas é possível aproveitar os benefícios de algumas ervas mesmo em casa, já que você pode cultivar várias delas e usá-las para alimentos, chás e até óleos essenciais.
A concepção de uma horta para essas plantas, no entanto, não é tão simples, já que cada uma das espécies necessita de cuidados específicos para se desenvolverem bem. Veja abaixo algumas dicas.
O que plantar em uma horta medicinal?
- Alecrim: além de servir como um tempero para diversos pratos, o alecrim melhora a digestão, alivia dores de cabeça, combate o cansaço e mais.
- Louro: essa planta é muito popular pelo seu uso ao cozinhar arroz e feijão, por exemplo, mas poucos sabem que ela também pode ser consumida em chás e é anti-inflamatória, analgésica e diurética.
- Boldo: muito conhecida por ajudar a melhorar os sintomas da ressaca, essa planta auxilia no funcionamento do fígado e da vesícula biliar.
- Tomilho: muito aromática e saborosa, essa erva tem benefícios para pessoas que sofrem de hipertensão, bem como pode ajudar a prevenir o câncer e tem propriedades antissépticas.
- Babosa: também chamada de aloe vera, essa planta é muito usada para combater queimaduras, já que favorece a cicatrização e é anti-inflamatória.
- Hortelã: ela é digestiva, expectorante, anti-inflamatória e muito mais, mas, além disso, traz um aconchego perfeito para o final do dia se consumida em um chá.
- Lavanda: além de ser uma planta linda por conta das cores de suas flores, ela pode ser usada em infusões e óleos essenciais para ajudar no tratamento de depressão, insônia, ansiedade e mais.
É importante lembrar que o uso de plantas medicinais para tratar questões de saúde deve ser informado e acompanhado por profissionais da saúde, porque, assim como outras substâncias, elas também tem propriedades terapêuticas relevantes que podem gerar efeitos colaterais para certos organismos e condições médicas.
Como plantar e cuidar de plantas medicinais?
Cada uma dessas plantas mencionadas acima tem suas especificidades de cultivo, mas algumas dicas são universais. É muito importante considerar a poda e uma boa terra adubada para evitar pragas como cochonilhas, principalmente para as plantas que são cultivadas em vasos. Além disso, algumas ervas requerem uma renovação, ou seja, após um certo período de tempo, é preciso descartá-las para serem substituídas por suas pequenas mudas. Agora vamos entender uma por uma:
Alecrim
- Luz: muita luminosidade, com sol direto por pelo menos 5 horas.
- Solo: areno-argiloso, leve e bem drenado.
- Água: regas mais esparsas, não tolera solos encharcados.
Louro
- Luz: idealmente, sol direto por pelo menos 4 horas, mas também pode se desenvolver em meia-sombra.
- Solo: bem drenado e rico em matéria orgânica.
- Água: regas esparsas, porque o excesso prejudica as raízes.
Boldo
- Luz: muita luminosidade, com sol pleno por pelo menos 4 horas.
- Solo: bem drenado.
- Água: muito resistente, pode receber regas de uma a duas vezes por semana.
Tomilho
- Luz: sol direto por pelo menos 4 horas por dia.
- Solo: seco e arenoso, com um pouco de calcário ou areia na terra.
- Água: regas mais esparsas, prefere solos secos – faça o teste do dedo para ver se ele precisa de água.
Babosa
- Luz: sol pleno ou meia-sombra, com pelo menos 8 horas de luz natural.
- Solo: bem drenado e com pouca argila.
- Água: regas uma vez por semana.
Hortelã
- Luz: muita luminosidade, com sol direto por pelo menos 4 horas.
- Solo: bem drenado e rico em nutrientes.
- Água: regas de duas a três vezes por semana – quando ficar murchinha, é hora de regar.
Lavanda
- Luz: muita luminosidade, com sol direto por pelo menos 5 horas.
- Solo: leve, bem drenado e moderadamente fértil.
- Água: regas frequentes, sendo diárias em vasos e, em jardineiras, de duas a três vezes por semana.
E a cannabis, como é o cultivo?
Diferente das plantas medicinais mencionadas anteriormente, a cannabis precisa de muito mais cuidados. Ela pode ser cultivada tanto indoor, como outdoor e em estufas, sendo que cada um desses ambientes necessita de orientações específicas.
Uma das maiores dificuldades do cultivo da cannabis é que ela precisa de temperaturas controladas – entre 24°C e 29°C – para que a floração aconteça. Além disso, é preciso ter paciência, porque o tempo de floração varia e pode levar semanas.
Outras dicas são: manter o solo sempre úmido; controlar a luminosidade, já que não podem receber luz direta do sol caso sejam utilizadas para fins medicinais; e não tocar nas plantas, pois pode prejudicar o seu crescimento.
O processo de colheita e cura das flores da maconha também necessita de cautela, mas esse é um assunto à parte.
Ainda, vale lembrar que, mesmo sendo uma planta medicinal como a hortelã, o cultivo de cannabis no Brasil é ilegal, tanto para fins medicinais, recreativos e industriais. O auto cultivo também não é permitido, a não ser que o paciente medicinal tenha impetrado um habeas corpus aprovado que o proteja nesse quesito.