Segundo o Ministério da Saúde, existem mais de 13 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, ou seja, praticamente 7% da população tem a doença. Há inúmeros tratamentos com medicações tradicionais que são muito benéficas e agem de forma certeira para minimizar os danos causados por essa condição.
No entanto, nem todas as pessoas apresentam resultados positivos com medicamentos tradicionais e optam por um tratamento natural ou mesmo complementar. O CBD vem sendo estudado cientificamente por pesquisadores do mundo todo, realizando testes e avaliando a sua eficácia para muitas condições médicas, incluindo estresse, depressão, ansiedade, glaucoma, Parkinson e diabetes.
Vamos explorar o uso da cannabis medicinal no tratamento do diabetes, entendendo os seus tipos reações, além de compreender o potencial que a planta pode oferecer para aqueles que buscam um método natural.
O que é diabetes?
Considerado uma doença crônica, o diabetes acontece quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente ou mesmo quando o próprio organismo não consegue utilizar a insulina de modo eficaz.
A insulina é um hormônio responsável pela regulação da glicose no sangue. Quando a diabetes eleva a glicemia, pode causar diversos problemas, incluindo o comprometimento da visão, dificuldade de cicatrização de feridas, aumento no risco de infecções na bexiga, rins e pele, formigamentos, dentre outros sintomas.
Muitas pesquisas científicas são feitas para entender se existe cura para essa doença, mas até o momento, não foi encontrada uma forma de curar o diabetes – embora mudanças no estilo de vida possam gerar a remissão no diabetes tipo 2.
Mesmo que o paciente viva com essa doença para o resto da vida, ele pode ter uma excelente qualidade de vida, com o tratamento certo e seguindo as orientações do médico.
Principais tipos
Os principais tipos de diabetes são do tipo 1 e tipo 2. No entanto, também existe a gestacional e outras formas específicas, como no pâncreas, órgãos endócrinos, defeitos genéticos na secreção de insulina, dentre outras.
Vamos falar mais sobre as do tipo 1 e 2, que são as que mais ocorrem.
- Diabetes do tipo 1: É causado por uma reação autoimune, ou seja, quando o corpo ataca a si mesmo por engano, impedindo a produção de insulina. Nesse caso, as células beta do pâncreas são destruídas, levando à deficiência de insulina.
- Diabetes do tipo 2: Esse tipo é caracterizado pela resistência à insulina, é o excesso de glicose no sangue. Nesse caso, o pâncreas consegue produzir insulina, mas o corpo não o utiliza de forma eficaz. Esse tipo acomete cerca de 90% da população.
Os sintomas do diabetes tipo 1 são, geralmente, diagnosticados em crianças, adolescentes e jovens. Ainda que não possa ser prevenido por ser uma doença autoimune, é importante ter a consciência que ela existe o quanto antes para iniciar o tratamento e melhorar a qualidade de vida.
O tipo 2 se desenvolve mais em jovens e adultos, porém, não isenta pessoas mais novas de terem esse tipo. Ele pode ser retardado ou até prevenido com mudanças no estilo de vida. Pessoas que sofrem com obesidade podem estar mais propensas à terem a doença. Além disso, pessoas que não se alimentam de forma saudável e nem praticam atividades físicas também podem ser impactados com o tipo 2.
CBD para diabetes: Como o canabidiol pode ajudar?
Nos últimos anos, a Cannabis sativa tem chamado a atenção de pesquisadores por conta do seu potencial imunomodulador. Os inúmeros componentes da planta, incluindo os terpenos, canabinoides como CBD e THC, os flavonoides e outros compostos exercem efeitos tanto individuais quanto combinados, que potencializam o uso terapêutico.
Estudos recentes apontaram que a superativação periférica do sistema endocanabinoide (SEC), em especial, o receptor canabinoide CB1, desempenha um papel importante na progressão da resistência à insulina, principalmente no diabetes tipo 2. Por conta disso, os pesquisadores acreditam que o bloqueio periférico do CB1 pode melhorar o diabetes, resultando na melhora da qualidade de vida.
Quando o CB1 é ativado, promove a melhora no apetite, aumento da ingestão alimentar e armazenamento de energia na forma de tecido adiposo. Esse receptor influencia diretamente a homeostase glicêmica e o equilíbrio energético.
Entretanto, quando hiperativado, principalmente no fígado e no tecido adiposo, pode levar ao aumento da lipogênese e resistência insulínica, gerando um quadro de obesidade e diabetes tipo 2. Pessoas que apresentam um SEC desregulado, geralmente tem distúrbios metabólicos e pesquisadores acreditam que a modulação do sistema pode ser eficaz no tratamento dessas condições médicas.
Evidências científicas sobre canabidiol e diabetes
A revisão integrativa publicada pela Revista Arte, Ciência e Tecnologia explorou os benefícios medicinais do canabidiol em pacientes diabéticos. Foram usadas as bases de dados SciELO, PubMed e Science Direct para embasar a revisão e identificaram-se 1.065 pesquisas, nos quais a maioria tratou de pesquisas do tipo experimental com pessoas com diabetes tipo 1 e 2.
Como resultado, sugere-se que o CBD pode desempenhar papel significativo no controle de sintomas e complicações advindas da doença. No entanto, as pesquisas encontram-se em estágios iniciais, sendo necessários mais estudos para validar os resultados.
Um estudo duplo-cego, realizado com pacientes com diabetes tipo 2 descobriu que o CBD reduziu a resistência à insulina, além de ter aumentado o peptídeo insulinotrópico dependente de glicose. A tetrahidrocannabivarina (THCV) também mostrou resultados promissores ao reduzir a glicose plasmática em jejum, melhorando a função das células beta pancreáticas, adiponectina e Apolipoproteína.
Muitos estudos ainda estão em desenvolvimento, apontando os benefícios e os riscos que a cannabis pode oferecer. É importante se aprofundar no assunto, caso você queira realizar um tratamento à base de cannabis medicinal.
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