Hoje, a relação entre cannabis e saúde, ainda que milenar, é pauta de discussão mundial. As pesquisas que reconhecem seus benefícios para diversas condições médicas são parte do principal argumento para a mudança regulatória que já vem acontecendo em diversas nações, inclusive no Brasil. O país sul-americano, no entanto, é considerado bem atrasado a respeito desse tema e o seu mercado, na verdade, tem um potencial muito maior do que no cenário atual.
A regulamentação no Brasil se deu por meio de Resoluções de Diretoria Colegiadas (RDCs) publicadas pela Anvisa desde 2015, permitindo pessoas com condições médicas a comprarem e utilizarem produtos derivados de maconha. O cultivo ainda não é legalizado, o que obriga esses pacientes a importarem medicamentos por preços altos ou a comprarem os escassos produtos disponíveis nas farmácias brasileiras que também são caros. Os únicos tratamentos mais acessíveis se dão por meio das poucas associações que conseguiram autorização da justiça para cultivar e produzir os medicamentos ou pela impetração de habeas corpus para conseguir o direito de cultivar com fins medicinais e para uso pessoal.
Além do custo do tratamento com cannabis para fins medicinais no Brasil, outros empecilhos são a burocracia e a falta de informação. Para ter acesso a esses medicamentos, é necessário ter receita médica e, no caso da importação, deve-se fazer um cadastro e uma solicitação por meio da Anvisa. Neste eBook gratuito, você pode ter acesso à quantidade de solicitações já realizadas no país.
Quanto à falta de informação, muitas pessoas não têm conhecimento das propriedades medicinais da maconha, muito menos de que existe a possibilidade de seguir esse tratamento legalmente no Brasil – dos 500 mil médicos que atuam em território brasileiro, aproximadamente 2100 receitam esses medicamentos, de acordo com a agência reguladora. Veja aqui como virar paciente de cannabis medicinal.
Pode-se dizer, portanto, que ainda há muito a evoluir acerca desse tema neste país, onde a área e o solo são vantajosos para o cultivo e produção da cannabis, e há mais de 78 milhões de pessoas com condições médicas que podem ser beneficiadas pelo seu uso.
Em seu último relatório, “Impacto Econômico da Cannabis”, a Kaya Mind previu que, após o 4º ano de uma regulamentação nacional do uso medicinal da planta (com o plantio legalizado), seriam consumidas 33,8 toneladas de óleo à base de maconha por ano. No documento completo, você pode entender a real dimensão dessa quantidade a partir dos dados coletados e dos cálculos realizados, que revelam o consumo de miligramas por dia e de acordo com cada uma das 26 condições médicas consideradas.
Outras informações reunidas pela Kaya Mind, como as 23 variáveis científicas, sociais, culturais e econômicas, a média de preço dos óleos vendidos em território nacional, o total de gastos dos pacientes por ano etc., revelaram o tamanho do mercado medicinal diante de uma regulamentação desse uso da cannabis. No 4o ano após a legalização, seriam movimentados por volta de R$ 9,5 bilhões.
Este valor é extremamente relevante para compreender o potencial que essa indústria teria no Brasil, além de possibilitar uma estimativa da quantidade de impostos a serem recolhidos ao país, que poderiam auxiliar na manutenção e melhora da saúde, qualidade de vida e garantia de direitos dos brasileiros. Não pode-se esquecer, também, que uma movimentação desse tamanho poderia impactar positivamente o mercado de trabalho, oferecendo novas oportunidades para uma população que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, sofre com um desemprego preocupante – 14,8 milhões de desempregados – e com a fome – 116 milhões que conviveram com alguma insegurança alimentar.
Quer conhecer mais sobre o cenário atual do mercado de cannabis para fins medicinais no Brasil? Confira o último relatório da Kaya Mind.