Hoje, existem diversos tipos de ovos: de granja, caipiras, orgânicos e livres. Cada um se difere a partir da criação e nutrição das galinhas que os chocam, bem como na forma de produção estabelecida nas fazendas agrícolas. Internacionalmente, no entanto, surgiu um novo tipo de ovo, o ovo de cânhamo, em que galinhas são alimentadas à base de sementes de cânhamo e, portanto, carregam uma série de benefícios distintos.
O uso de óleos, farinhas e bolos da sementes de cânhamo para alimentar animais, como bois, porcos e galinhas, vem sendo colocado em prática em diversos países onde há regulamentação dessa subespécie da Cannabis Sativa L., pois estudos apontaram que têm vantagens nutricionais iguais ou melhores do que outros grãos e proteínas usados para esse fim, bem como podem ser capazes de melhorar as funções corporais dos bichos. Outras nações, no entanto, têm opinião contrária a essa decisão por acreditarem que o THC pode ser responsável por contaminar as carnes e os ovos – o que é refutável, já que no cânhamo a concentração de THC é menor que 1%, podendo chegar até 0,3%, na maioria dos casos.
Os benefícios do “ovo de cânhamo”
As pesquisas mostram que os ovos provenientes de galinhas alimentadas com cânhamo podem ter três vezes mais ômega-3, ácido graxo que fortalece os ossos e promove a saúde do coração; quatro vezes mais vitamina D, capaz de estimular a massa muscular; 30% a mais de luteína, que oferece uma maior saúde dos olhos; duas vezes mais vitamina B12, que proporciona mais energia; maior nível de proteína; e outros nutrientes como vitamina B5, vitamina E, biotina, colina, selênio.
Essas propriedades também acabam por mudar os aspectos físicos dos ovos, deixando-os com maior validade, cascas mais grossas e resistentes, e gemas maiores e com cores mais vibrantes sem a adição de corantes artificiais, como acontece na produção de muitos ovos comuns.
O “ovo de cânhamo” e a sustentabilidade
Além de seus benefícios para a saúde humana, o chamado “ovo de cânhamo” pode ser uma forma mais sustentável de produzir esses alimentos. Isso porque o cultivo de cânhamo usa em até 3 vezes menos água do que o cultivo do algodoeiro e, ao mesmo tempo, obtém uma produção até cinco vezes maior. Por ser resistente, necessita de pouco ou nenhum agroquímico para se desenvolver propriamente, o que é extremamente benéfico para a manutenção da flora e fauna. Ainda, a planta tem grande capacidade de sequestro de carbono e suas raízes longas conseguem regenerar solos contaminados com venenos e metais pesados, bem como estabilizar o solo para o controle de erosão.
Para complementar, o cânhamo é versátil, podendo ser aproveitado em inúmeras indústrias de diferentes tipos, como a têxtil, civil, cosmética, alimentícia, automobilística e mais. No Brasil, esse mercado ainda é proibido, mas algumas marcas de roupas já importaram tecidos prontos à base da fibra de cânhamo para produzir suas peças.