Ir para o conteúdo
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos

Terapia com MDMA para tratamento de estresse pós-traumático 

Foto de Bianca Lemes

Bianca Lemes

Tempo de leitura: 5 min

Publicado em

  • março 24, 2025
A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) rejeitou a proposta para uso do MDMA como método de tratamento do estresse pós-traumático. A decisão aponta inconsistência nos dados apresentados, além de falhas no estudo. Vamos entender melhor como as evidências apontam os benefícios do MDMA para a saúde.

Nos últimos anos, a pesquisa científica sobre o uso do MDMA, uma substância psicoativa popularmente conhecida como ecstasy, tem gerado interesse crescente, especialmente em relação ao seu potencial terapêutico no tratamento de transtornos como o estresse pós-traumático (TEPT).  

Embora a substância tenha sido inicialmente associada a contextos recreativos e festas, estudos científicos vêm demonstrando que o MDMA pode ter um impacto positivo na saúde mental, especialmente para aqueles que lutam com os efeitos debilitantes do TEPT.  

Neste texto, exploraremos os benefícios e riscos da terapia com MDMA, a maneira como ele age no cérebro, e o status legal dessa terapia ao redor do mundo, com base em evidências científicas e publicações relevantes. 

O que é MDMA? 

O MDMA, ou 3,4-metilenodioximetanfetamina, é uma substância sintética que pertence à classe das fenetilaminas e é comumente associada ao ecstasy. Inicialmente desenvolvido na década de 1910 como parte de uma pesquisa farmacológica para sintetizar substâncias hemostáticas (para controlar sangramentos), o MDMA ganhou notoriedade nas décadas de 1970 e 1980 como droga recreativa, sendo utilizada em festas e eventos para promover sensação de euforia, empatia e energia.  

Contudo, nos últimos anos, a substância tem sido investigada em um contexto terapêutico, particularmente para o tratamento de condições como o TEPT. 

O MDMA é frequentemente confundido com drogas como a anfetamina e a metanfetamina, devido aos seus efeitos estimulantes. No entanto, o MDMA possui características únicas que o diferenciam, especialmente no que diz respeito à sua ação sobre os neurotransmissores no cérebro. 

Como o MDMA age no cérebro? 

O MDMA atua principalmente sobre três neurotransmissores: serotonina, dopamina e noradrenalina. Ao ser consumido, o MDMA aumenta a liberação de serotonina no cérebro, o que resulta em um aumento significativo de sentimentos de prazer, bem-estar e empatia. A serotonina, um dos neurotransmissores mais importantes para a regulação do humor, é essencial para os efeitos positivos do MDMA, mas também é responsável por alguns dos efeitos colaterais, como a sensação de “queda” após o uso. 

terapia com psicodelicos

Além disso, o MDMA também interfere na dopamina e na noradrenalina, o que pode causar uma maior sensação de energia e excitação. Esses efeitos podem ser especialmente úteis no tratamento do TEPT, pois ajudam a reduzir os sintomas de ansiedade, medo e hiperexcitação típicos dessa condição. 

No contexto terapêutico, o uso controlado de MDMA pode ajudar os pacientes a acessar e processar memórias traumáticas de maneira mais eficaz, ao criar um ambiente emocionalmente seguro e controlado, onde é possível reviver essas experiências sem os sentimentos de pânico e ansiedade que geralmente as acompanham. 

Benefícios do ecstasy para pessoas com TEPT 

O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma condição mental debilitante que pode se desenvolver após a vivência de eventos traumáticos, como acidentes graves, agressões físicas, abuso sexual ou experiências de combate em soldados. Os sintomas do TEPT incluem: 

  • Flashbacks; 
  • Pesadelos;  
  • Hipervigilância; 
  • Emoções intensas de medo e ansiedade;  
  • Sentimento geral de desconexão emocional. 

Estudos científicos apontam que o MDMA pode ajudar as pessoas com TEPT a lidar com essas experiências traumáticas de maneira mais eficaz. A razão disso é que essa substância facilita a conexão emocional entre o paciente e o terapeuta, o que pode ser crucial para a recuperação de eventos traumáticos. 

Pesquisas conduzidas por instituições renomadas, como a Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS), indicam que o uso de MDMA em conjunto com a psicoterapia tem resultados promissores. Um estudo realizado em 2021 mostrou que 67% dos participantes que receberam tratamento com MDMA demonstraram uma redução significativa nos sintomas de TEPT, em comparação com apenas 32% do grupo que recebeu placebo. 

Esses resultados têm sido bem recebidos, pois indicam que, ao contrário de outros tratamentos tradicionais, como medicamentos antidepressivos e psicoterapia convencional, o MDMA pode oferecer uma alternativa mais eficaz para aqueles que não respondem bem aos tratamentos tradicionais. A terapia assistida por MDMA também é considerada por muitos como menos invasiva, pois não requer medicamentos diários, mas sim sessões pontuais durante um período de tempo. 

Efeitos colaterais do MDMA 

Embora os benefícios para o tratamento de TEPT sejam promissores, a substância não está isenta de riscos e efeitos colaterais. Como mencionado, o MDMA aumenta a liberação de serotonina, o que pode resultar em uma “queda” ou “recaída” de humor após o efeito inicial, conhecida como síndrome pós-uso. Essa queda pode durar vários dias e incluir sintomas como depressão, fadiga e irritabilidade. 

Além disso, o uso excessivo de MDMA pode ser tóxico para o organismo. Entre os efeitos negativos associados ao uso recreativo da substância, estão: 

  • Aumento da pressão arterial; 
  • Desidratação; 
  • Hipertermia (aumento da temperatura corporal);  
  • Danos ao sistema nervoso, especialmente com o uso contínuo e em altas doses.  

Pode também afetar o sistema cardiovascular e aumentar o risco de complicações, como ataques cardíacos, especialmente em pessoas com condições preexistentes. 

Outro efeito colateral importante é o risco de dependência. Embora o MDMA não seja considerado uma substância altamente viciante, o uso recreativo frequente pode levar a problemas relacionados ao abuso da substância. No contexto terapêutico, o uso controlado e supervisionado reduz esses riscos significativamente. 

Quem tem ansiedade pode usar ecstasy? 

O uso de MDMA para tratar TEPT tem sido estudado com resultados positivos, mas quando se trata de ansiedade generalizada, a situação é mais complexa. Pode ser eficaz para algumas pessoas com formas específicas de ansiedade, como a ansiedade relacionada ao trauma, pois permite que o paciente enfrente memórias dolorosas de maneira mais tranquila e controlada.  

No entanto, para tratar ansiedade generalizada não é recomendado sem supervisão médica, pois a substância pode desencadear ou agravar problemas em indivíduos com transtornos de ansiedade não relacionados ao trauma. 

Portanto, é fundamental que a terapia assistida por MDMA seja realizada em um contexto clínico controlado, onde os profissionais de saúde possam avaliar as condições de cada paciente e garantir que a terapia seja adequada e segura. 

Onde é legalizado? 

Embora o uso recreativo de MDMA continue ilegal na maioria dos países, o uso terapêutico da substância tem sido legalizado em alguns lugares, à medida que as evidências científicas sobre sua eficácia no tratamento de TEPT se tornam mais robustas.  

Nos Estados Unidos, por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu ao MDMA o status de “terapia inovadora” para o tratamento de TEPT em 2017, o que permitiu que estudos clínicos avançassem de maneira mais rápida. Esses estudos são atualmente conduzidos em vários estados, com perspectivas de que o MDMA seja aprovado para uso terapêutico em breve. 

O portal G1 publicou em junho de 2024 que o FDA rejeitou o uso de MDMA para tratamentos de TEPT. A decisão apontou inconsistências nos dados que foram apresentados, além de falhas no estudo que resultaram em questionamentos a respeito da real eficácia da droga para a saúde. 

A BBC News aponta que a Austrália reconheceu, em julho de 2023, o uso de MDMA como medicamento, embora o acesso exija autorizações mais complexas, a depender de cada paciente. 

Além dos Estados Unidos, outros países, como o Canadá, estão explorando o potencial do MDMA como tratamento para transtornos psicológicos, incluindo o TEPT. Em alguns países da Europa, como o Reino Unido, ainda existem regulamentações restritivas, mas o interesse em tratamentos alternativos, como os baseados em substâncias psicoativas, está crescendo. 

No Brasil, o uso terapêutico de MDMA não é autorizado até o momento, mas a pesquisa nessa área tem avançado, especialmente em círculos acadêmicos e científicos. A utilização de substâncias no tratamento de TEPT pode ser um tema importante para debates futuros, à medida que mais estudos e dados sobre os benefícios e riscos da terapia se tornem disponíveis. 

O futuro da terapia com MDMA é promissor, mas é importante continuar a pesquisa, observar os efeitos de longo prazo e discutir de maneira aberta e informada os benefícios e riscos dessa abordagem para que possa ser adotada de forma segura e eficaz para aqueles que mais necessitam. 

Subscribe
Login
Notify of
guest

guest

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

0 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
AnteriorAnteriorDeficiência na planta de cannabis: O que fazer e como prevenir? 
PróximoComo está a legalização da maconha no Brasil em 2025? Próximo
pacientes de cannabis medicinal brasil 2025
Mercado
Maria Riscala

Número de pacientes de cannabis no Brasil em 2025: país ultrapassa 873 mil usuários e deve bater recorde histórico de importações

O número de pacientes de cannabis no Brasil em 2025

Leia mais
3 de dezembro de 2025
materiais de construção feitos com cânhamo
Sustentabilidade
Maria Riscala

Materiais de construção feitos com cânhamo: como funcionam, benefícios e por que estão crescendo no mundo

Os materiais de construção feitos com cânhamo estão ganhando espaço

Leia mais
30 de novembro de 2025
fumar na maçã acabou a seda
Cultura
Maria Riscala

Acabou a seda, e agora? 12 alternativas de como fumar sem seda

Além das sedas, uma diversidade de acessórios para fumar estão disponíveis no mercado ou podem ser feitas em casa! Venha conhecer e entender cada uma dessas alternativas.

Leia mais
29 de novembro de 2025

Não perca nossos conteúdos!

Ao se inscrever na nossa newsletter, você fica inteirado em todas as novidades que rolam na Kaya Mind e no mercado da cannabis, além de receber nossos relatórios e outros produtos em primeira mão!

A Kaya Mind

Conteúdos

Base de Strains

Relatórios

Ebooks

Infográficos

Podcasts

Vídeos

Blog

Tendências

Receitas

Mercado

Negócios

Política

Ciência

Saúde

Nos siga nas redes sociais
Instagram Youtube Spotify Linkedin Facebook
Fale Conosco

+55 11 91242-3799

[email protected]

Copyright © Kaya 2024. All rights reserved.
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos
  • Cannabis Medicinal
  • Pesquisas
  • Relatórios
    • Seja um patrocinador
    • Sob Demanda
  • Cursos
    • Imersão no Mercado da Cannabis
    • Cannabis para Comunicadores
  • Quem Somos
  • Conteúdos
    • Blog
    • Strains
    • Relatórios
    • E-books
    • Infográficos
    • Podcasts
    • Vídeos
  • Contato
Login
Teste Grátis
wpDiscuz
0
0
Nós adoraríamos saber sua opinião, deixe seu comentário!x
()
x
| Responder