O autismo é uma condição que acomete milhares de pessoas no mundo todo. O diagnostico pode ser angustiante na infância, principalmente nos momentos em que a família passa a desconfiar que há algo diferente no comportamento da criança. É nesse período que a importância de compreender o funcionamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser extremamente importante. Aprenda nesse post a identificar os possíveis sinais de autismo.
O que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista)?
Conhecido popularmente como Autismo, o TEA consiste em um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. Entenda melhor nesse texto aqui.
Os critérios que fundamentaram o diagnóstico do autismo passaram por várias alterações ao longo do tempo e foram delineados nos manuais de categorização nosológica, ferramentas voltadas ao estudo das doenças e à classificação de transtornos de acordo com critérios específicos. Os mais reconhecidos incluem o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), que incluem a série de critérios que caracterizam a presença do TEA.
Inicialmente, é preciso compreender que o autismo é chamado de “espectro” devido à sua natureza heterogênea e à variedade de manifestações clínicas que pode apresentar. O termo “espectro” reflete a ideia de que o transtorno do espectro autista (TEA) abrange uma ampla gama de características, sintomas e níveis de gravidade.
Indivíduos dentro do espectro autista podem exibir uma diversidade significativa em termos de habilidades sociais, comunicação, comportamento e interesses. Alguns podem ter dificuldades significativas na comunicação e interação social, enquanto outros podem ter habilidades linguísticas avançadas, mas enfrentar desafios em outras áreas.
Ao usar o termo “espectro”, reconhece-se que o autismo não é uma condição única e uniforme, mas sim um conjunto de condições relacionadas. Essa abordagem mais abrangente permite uma compreensão mais completa das complexidades do autismo e reconhece a individualidade de cada pessoa afetada pelo transtorno.
Quais os principais sinais de autismo?
Por se tratar de um espectro, o autismo é uma condição difícil de ser identificada por pessoas que realmente não são especialistas no assunto. Os sinais de autismo podem variar amplamente de pessoa para pessoa, e muitas vezes são observados durante os primeiros anos de vida. É importante notar que nem todas as pessoas com autismo apresentarão todos esses sinais, e alguns indivíduos podem exibir comportamentos que não estão listados aqui. No entanto, alguns dos sintomas mais comuns incluem:
Dificuldades na Comunicação:
- Atraso ou ausência no desenvolvimento da linguagem.
- Dificuldade em iniciar ou manter conversas.
- Uso repetitivo e estereotipado da linguagem.
- Dificuldades na Interação Social:
- Dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos interpessoais.
- Falta de interesse em compartilhar experiências com outras pessoas.
- Dificuldade em compreender e responder a expressões faciais e linguagem corporal.
Comportamentos Repetitivos:
- Movimentos motores repetitivos, como balançar as mãos ou balançar o corpo.
- Interesses restritos e intensos em determinados tópicos.
- Adesão inflexível a rotinas ou rituais específicos.
Dificuldades Sensoriais:
- Sensibilidade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais, como luz, som, texturas e cheiros.
Atraso no Desenvolvimento de Habilidades Motoras:
- Dificuldades motoras, como coordenação motora fina ou grossa comprometida.
- Dificuldades na Brincadeira e Imaginação:
- Falta de jogo imaginativo ou simbólico.
- Foco intenso em atividades específicas, muitas vezes de forma repetitiva.
É importante destacar que esses sinais podem se manifestar de maneiras diferentes em cada indivíduo e podem variar em intensidade. Além disso, alguns sinais podem ser mais evidentes em crianças, enquanto outros podem se tornar mais perceptíveis à medida que a pessoa envelhece. O diagnóstico e avaliação de autismo devem ser realizados por profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras ou pediatras especializados em desenvolvimento infantil, como os neuropediatras.
A avaliação de autismo e outros distúrbios do espectro autista (TEA) é uma tarefa complexa que requer conhecimento especializado. Profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas em saúde mental, são capacitados para realizar avaliações diagnósticas detalhadas e precisas. A avaliação profissional também permite que as intervenções adequadas sejam indicadas para cada paciente.
O tratamento do autismo geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e personalizada, adaptada às necessidades específicas de cada indivíduo.
Como a cannabis pode ajudar no tratamento do autismo?
O canabidiol (CBD), um composto não psicoativo encontrado na cannabis, é considerado uma opção terapêutica para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é conhecido por apresentar uma ampla gama de desafios, incluindo hiperatividade, ansiedade e comportamentos repetitivos, e o tratamento convencional muitas vezes envolve o uso de medicamentos que podem ter efeitos colaterais.
O CBD, diferentemente do THC (outro composto da cannabis que causa efeitos psicoativos), não altera a consciência. Estudos sugerem que o CBD pode ser eficaz no tratamento de sintomas associados ao TEA, como ansiedade, depressão, convulsões, agressividade e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Embora o mecanismo exato pelo qual o CBD atua no TEA ainda não seja completamente compreendido, há indicações de que ele pode influenciar positivamente neurotransmissores importantes, como o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato, que são cruciais em atividades comportamentais e estão associados ao TEA.
Estudos específicos mencionados mostram melhorias em sintomas como convulsões, TDAH, distúrbios do sono e déficits de comunicação e interação social em pacientes com TEA submetidos a tratamento com CBD. Além disso, observou-se melhora na qualidade de vida e sintomas específicos, como hiperatividade e distúrbios do sono, em crianças com TEA tratadas com CBD.
Alguns estudos também destacam que o CBD pode ter um impacto positivo na atividade cerebral de indivíduos com TEA, aumentando a atividade em áreas específicas associadas ao transtorno. Esses achados sugerem que o CBD pode ter efeitos benéficos na interação social e nas atividades cerebrais relacionadas ao TEA.
Embora esses resultados sejam promissores, é importante ressaltar que mais estudos são necessários para entender completamente o impacto do CBD no tratamento do TEA, incluindo a dosagem adequada e a influência de outros compostos presentes na cannabis.