“Brigaconha”, brownie de cannabis, pirulito de maconha… mesmo quem não está familiarizado com o mercado da planta, já ouviu falar desses produtos. Os comestíveis de cannabis são extremamente populares, mas o que poucos sabem é que outros artigos derivados da planta também vem ocupando, cada vez mais, os espaços das prateleiras: as bebidas infusionadas com maconha.
Em 2019, a indústria de bebidas deu o primeiro passo em direção à cannabis. Empresas e fabricantes passaram a infusionar chás, sucos, refrigerantes, vinhos, cervejas e outros produtos com concentrações diversas de CBD, THC e até terpenos da planta. Essa técnica, no entanto, não é simples – a maconha é difícil de infundir em bebidas, pois os canabinoides e seus óleos não são facilmente misturados à água. Essas substâncias, no entanto, podem ser solúveis no álcool, como acontece no processo de tinturas, mas muitas regiões não permitem a comercialização de bebidas com álcool e cannabis – ainda que existam algumas opções, como a cerveja Cannabeer, da Croácia, e o absinto canábico.
A princípio, beber algo com cannabis pode parecer estranho, mas a verdade é que esse mercado está tomando proporções significativas. Grandes empresas como a Ambev, Constellation Brands, Heineken e até a Coca-Cola se interessaram por essa nova oportunidade de negócio, além de surgir a Cannabis Drinks Expo, em São Francisco, na Califórnia. Ainda, em um relatório da empresa Headset, reportou-se que o mercado de bebidas da cannabis quase dobrou de 2019 para 2020 e, segundo a Zenith Global, deve chegar a faturar cerca de US$ 1,4 bilhão até 2023.
Esses novos produtos prometem, pois eles se posicionam fortemente entre dois pilares: saúde e lazer. Imagina ingerir sua bebida favorita e, ao mesmo tempo, aumentar seu bem-estar? Enquanto uma bebida infusionada com CBD, por exemplo, pode oferecer calma e alívio dos sintomas de dor, inflamações e ansiedade, o THC pode funcionar como um estimulante, assim como o álcool. Muitos jovens, inclusive, vem deixando de beber cerveja, vinho, gin e outros alcoólicos, o que torna os artigos infusionados com cannabis muito mais interessantes.
Com o avanço das legislações sobre a cannabis no mundo, a previsão é de que esse mercado cresça ainda mais. No Brasil, esse cenário ainda está longe de ser alcançado, mas você pode conferir o que esperar do crescimento econômico do país diante de uma regulamentação dos três usos da planta (medicinal, industrial e adulto) no último relatório lançado pela Kaya Mind.
Cuidados ao ingerir bebidas com maconha
Assim como qualquer forma de uso da cannabis, as bebidas derivadas da planta devem ser consumidas com cautela, principalmente pelo fato das doses de THC ou CBD não serem tão claras. Quando se fuma a maconha ou se utiliza um óleo à base de suas substâncias, é possível ter mais controle sobre o quanto se consome, mas a bebida já vem com uma concentração específica e, ainda por cima, é mais difícil de parar de ingerir a partir do momento que você não sente efeitos instantâneos da planta e quer, muitas vezes, matar sua sede.
É importante seguir recomendações médicas, além de consumir produtos regulados no mercado, mas, também, beber com consciência. Diferente dos comestíveis derivados de maconha, as bebidas fazem efeito mais rápido, o que torna mais fácil dosar a quantidade e evitar possíveis consequências negativas.