A maconha chegou na Jamaica por volta de 1850 com a população que vinha da Índia, nação que era governada pelos britânicos, mas logo foi banida em 1913 por uma lei predominantemente apoiada pelas elites brancas. As restrições se intensificaram a partir dos anos 40 e, em 1963, houve um massacre do governo contra a comunidade Rastafari que colocou 400 pessoas na prisão. A partir desse dia, portar a menor quantidade de maconha possível já levava ao encarceramento, com pena de 18 meses, e cinco anos para crimes como cultivo e tráfico, mas o cenário vem mudando de alguns anos para cá. Entenda nesse texto o atual status da legalização da cannabis na Jamaica!
Por que a Jamaica é conhecida pela maconha?
Na Jamaica, a maconha é principalmente conhecida pela sua relação com a religião Rastafari, que surgiu no país na década de 30 e foi popularizada pelas músicas do cantor de reggae Bob Marley. A crença usa alguns elementos do judaísmo e cristianismo, prega a adoração do deus Jah e seus seguidores usam cannabis em rituais de meditação, além de terem outros costumes característicos.
O país é tão relacionado à cannabis, que o termo “ganja” que os jamaicanos utilizam para se referir à maconha foi disseminado mundialmente – no Brasil, por exemplo, se escuta muito falar nessa palavra e virou parte do vocabulário de usuários e entusiastas da planta.
A cannabis é legalizada na Jamaica?
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Em 2015, novas especificações na lei de drogas da Jamaica foram implementadas, favorecendo a cannabis. Tornou-se possível usar cannabis com fins religiosos, em rituais de Rastafári, por exemplo, o que levou a Jamaica a ser o primeiro país a legalizar a substância com esse propósito. Ainda assim, não é permitido fumar maconha em locais públicos, apenas de forma privada e em lugares licenciados.
Além disso, a posse de até 56g da erva passou a ser considerada uma pequena infração, resultando em uma multa de no máximo US$ 5 e não mais em registro criminal, e o cultivo de até cinco plantas para consumo pessoal é permitido. Usar maconha para fins recreativos, no entanto, continua não sendo legal.
Medicinalmente, as possibilidades também aumentaram: o cultivo para grandes produtores, a posse e a distribuição foram descriminalizadas. Mas foi em 2018 que a cannabis medicinal passou a se estabelecer no país, a ponto de a Jamaica querer se tornar referência nesse mercado. Em 2021, inclusive, o Ministério da Saúde e Bem-estar organizou uma campanha defendendo a produção da maconha e sua cadeia produtiva, chamada “Good Ganja Sense”(em português, “O lado bom da maconha”), a fim de promover seu uso medicinal e acabar com os mitos que envolvem a planta.
Apesar dos avanços, as autoridades jamaicanas afirmam que essas alterações na lei não mudam as regras e atitudes em relação ao narcotráfico e cultivo ilícito. Para combater esse problema, também decidiram oferecer um caminho para os produtores ilegais se tornarem legalizados dentro desse mercado.
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Turistas podem fumar maconha na Jamaica?
Assim como para os jamaicanos, os turistas também poderão responder a um processo criminal no país se forem pegos com mais de 56g de maconha e terão de pagar uma multa de 500 dólares jamaicanos caso fumem em locais públicos. Essa sanção também vale para quem portar a planta sem prescrição médica ou licença científica e religiosa.
Já o uso medicinal no país é permitido até para turistas. As prescrições médicas no país são fáceis de se obter, o que possibilita a compra de medicamentos à base da erva ou a própria erva para fins terapêuticos. Mas lembre-se: tráfico internacional de drogas é crime inafiançável, então, na hora de voltar para seu país natal, é essencial que você se adeque às leis de seu destino.
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Na Jamaica, uma das opções interessantes para turistas conhecerem mais sobre a relação do país com a maconha é visitando fazendas de cultivo da planta. Existem passeios guiados para diferentes plantações e os preços são variados.
Como está o mercado da cannabis na Jamaica hoje?
Desde a descriminalização, muitos países têm investido na Jamaica nesse setor. Mas ainda se encontram problemas por causa dos bancos, que demoram para aprovar a abertura de contas, e da lentidão do processo de licenciamento. A Marijuana Business Daily informou que, em outubro de 2019, havia 22 cultivadores, 14 vendedores e seis fabricantes registrados no país. Nove meses depois, foram acrescentados apenas outros cinco cultivadores, 11 vendedores e cinco fabricantes. Em 2021, outros dados apontam que ao menos 29 produtores receberam autorização para o cultivo, e 70 empresas detêm direitos de transporte, venda e processamento da droga.
Uma vantagem do negócio de cannabis no país, por outro lado, é o incentivo e apoio do governo para essas iniciativas. De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, os fazendeiros na Jamaica cultivam 15.000 hectares de maconha por ano.
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