Em muitas culturas antigas, a cannabis estava entrelaçada com divindades femininas poderosas, representando a conexão entre o sagrado e a natureza. Essas deusas canábicas não eram apenas símbolos de fertilidade, cura e proteção, mas também de sabedoria, liberdade e transcendência.
Neste artigo, vamos explorar a fascinante relação entre deusas e a cannabis, destacando cinco figuras femininas mitológicas que estavam intimamente ligadas ao uso e ao poder dessa planta. Prepare-se para uma viagem no tempo, onde vamos descobrir as antigas deusas canábicas e entender como a planta moldou as crenças e práticas espirituais de diversas civilizações.
Qual é a relação das deusas canábicas com a cannabis?

O uso de cannabis remonta a milhares de anos, e em diversas culturas antigas, a planta estava associada ao sagrado. Muitas civilizações acreditavam que a cannabis tinha poderes curativos e espirituais profundos, sendo usada em rituais de cura, meditação e conexão com o divino.
A conexão entre deusas e cannabis é particularmente significativa, pois as divindades femininas eram vistas como figuras que representavam tanto a criação quanto a destruição, o nascimento e a morte, e a conexão com o espiritual. A cannabis, com suas propriedades alucinógenas e terapêuticas, se encaixava perfeitamente nesse papel, sendo utilizada para alcançar estados elevados de consciência, promover a cura e, em alguns casos, facilitar a comunicação com o divino.
Em muitas tradições, as mulheres eram as guardiãs do conhecimento sobre plantas e ervas, e a cannabis não era exceção. As deusas canábicas, portanto, representavam não só a feminilidade, mas também o poder ancestral das mulheres como sábias curandeiras e líderes espirituais.
Ao longo da história, em várias mitologias, o uso da cannabis como um canal para a divindade feminina foi um símbolo do poder da terra e da natureza. Muitas dessas deusas eram associadas à fertilidade, à proteção e ao prazer, aspectos que também estão intimamente ligados à cannabis, uma planta que pode promover o relaxamento, o prazer sensorial e até mesmo a regeneração do corpo e da mente.
5 deusas canábicas para você conhecer
Agora que já falamos um pouco sobre a conexão entre as deusas e a cannabis, vamos conhecer cinco figuras mitológicas que incorporaram essa relação ao longo da história. Cada uma dessas deusas tem sua própria história e simbolismo, mas todas compartilham um elo com a planta e suas propriedades.
Magu
Magu é uma deusa chinesa da imortalidade e da medicina, frequentemente associada à cura e ao equilíbrio espiritual. No Taoísmo, ela é considerada a guardiã das ervas e plantas sagradas, e há registros históricos que sugerem que a cannabis era uma dessas plantas. Magu é conhecida por seu conhecimento profundo das propriedades medicinais das plantas e pelo seu domínio sobre a vida e a morte.
Ela também é frequentemente representada com uma erva mágica em mãos, símbolo de sua conexão com o poder curativo das plantas. Em várias tradições, acredita-se que Magu usava a cannabis para prolongar a vida e alcançar a imortalidade, tornando-a uma figura central no uso espiritual e terapêutico da planta.
Seu nome significa “donzela do cânhamo” e representa a interseção da história, mitologia e da prática religiosa.
Princesa Ukok
Ukok é uma figura que remonta às antigas culturas das estepes da Ásia Central, especialmente a civilização dos Citas. A Princesa Ukok, ou “Princesa de Ukok”, é uma figura histórica real, mas sua associação com as divindades e com o uso da cannabis é alimentada por suas crenças espirituais.
Os povos citas eram conhecidos por usarem a cannabis em rituais xamânicos, e a Princesa Ukok, que foi enterrada com uma série de objetos religiosos e rituais, tinha uma conexão direta com esses costumes espirituais. Esta deusa representa:
- Liderança feminina;
- Vínculo com a natureza.
- Espiritualidade através do uso da cannabis.
Alguns arqueólogos encontraram vestígios de cannabis em seu túmulo, sugerindo que a princesa usava a planta em suas práticas espirituais. Além disso, ela era considerada uma figura de poder e autoridade, e é possível que ela tivesse sido uma líder espiritual que, através da cannabis, buscava se conectar com os deuses e obter sabedoria divina.
Rainha de Sabá
A Rainha de Sabá é uma figura famosa das tradições bíblicas e judaicas, conhecida por sua sabedoria, riqueza e poder. Embora sua história esteja mais ligada à política e à diplomacia, algumas tradições espirituais associam a Rainha de Sabá ao uso de ervas sagradas, incluindo a cannabis. Acredita-se que ela fosse uma líder espiritual e que o uso de substâncias como a cannabis estivesse ligado ao seu poder de intuição e capacidade de governar com sabedoria.
Em várias culturas, a Rainha de Sabá também é vista como uma figura que simbolizava a fertilidade e o prazer, aspectos frequentemente associados ao uso da cannabis. Sua relação com o divino e seu poder de trazer equilíbrio e prosperidade aos seus súditos são razões pelas quais algumas tradições consideram que a cannabis era um de seus meios para alcançar tais objetivos.
Deusa Ishtar
Ishtar, também conhecida como Inanna, é uma das deusas mais conhecidas da mitologia mesopotâmica. Ela é a deusa do:
- Do amor;
- Da fertilidade;
- Da guerra;
- Do sexo.
Sua história está repleta de símbolos de poder e transformação. Ishtar também era conhecida por sua ligação com o uso de plantas e ervas, especialmente em seus rituais de fertilidade e sexualidade.
A cannabis, com suas propriedades afrodisíacas e curativas, tem uma conexão natural com a energia de Ishtar, que representava tanto o prazer físico quanto o espiritual. Nos rituais dedicados a ela, as sacerdotisas e devotas usavam diversas substâncias sagradas, e acredita-se que a cannabis fosse uma delas. O uso da planta ajudava a estimular a sensualidade e a alcançar estados elevados de consciência, ligando as mulheres a Ishtar de uma forma profunda e transcendental.
Deusa Asherah
Asherah é uma das deusas mais antigas da mitologia semítica e é considerada uma deusa mãe, associada à fertilidade, à proteção e à criação. Em muitas tradições antigas, Asherah era vista como a esposa de El (o deus criador) e como uma figura que governava a terra, as águas e os ciclos da vida. Ela é frequentemente associada à árvore da vida e a plantas sagradas, incluindo a cannabis.
Em algumas lendas, Asherah é descrita como possuindo um jardim sagrado onde cultivava diversas plantas mágicas. A cannabis era provavelmente uma dessas plantas, usada em rituais de cura e purificação, ajudando seus seguidores a se conectarem com o divino e a entenderem os mistérios da vida e da morte.
O uso de ervas em seus cultos está diretamente ligado à busca pela sabedoria, pelo equilíbrio e pela renovação da vida, e Asherah era vista como uma protetora das mulheres, especialmente das mães e das curandeiras. A conexão dela com a cannabis reflete essa ideia de renovação e cura, um tema central em sua mitologia.

As deusas canábicas nos mostram que, desde os tempos antigos, a cannabis foi vista como uma planta sagrada, com poderosas propriedades espirituais e curativas. Essas divindades femininas não só representam o poder das mulheres como líderes espirituais e curandeiras, mas também simbolizam a ligação profunda entre a natureza e o divino.
Ao explorar as histórias dessas deusas, podemos entender melhor como a cannabis foi integrada nas culturas antigas e como ela desempenhou um papel importante na conexão com o espiritual, o curativo e o prazer. Hoje, ao redescobrirmos a cannabis para diversos usos, desde terapêuticos até recreativos, é importante lembrar das raízes dessa planta e do impacto que teve nas tradições antigas.
Essas deusas canábicas nos lembram do poder ancestral da cannabis e do papel central das mulheres na preservação do conhecimento espiritual e medicinal. Quem sabe, ao continuar a jornada de reavaliação da cannabis no mundo moderno, possamos trazer à tona a sabedoria dessas figuras antigas para um novo entendimento sobre a planta e sua conexão com o divino.