O canabidiol (CBD), conhecido por seus efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos, demonstrou em um novo estudo publicado na revista Scientific Reports sua capacidade de atuar como um antioxidante poderoso, vamos entender mais sobre as propriedades antioxidantes do CBD. A pesquisa liderada por cientistas da Nicolaus Copernicus University, na Polônia, comprovou que o CBD é eficaz na redução do estresse oxidativo e na estabilização do fator induzível por hipóxia HIF-1α, abrindo novas perspectivas para o uso medicinal do canabinoide, especialmente no tratamento de lesões cerebrais induzidas por hipóxia.
Como funciona as propriedades antioxidantes do CBD?
Os antioxidantes são moléculas essenciais para combater o estresse oxidativo causado pelos radicais livres, que danificam células e tecidos. Em situações de estresse oxidativo intenso, como em condições de hipóxia cerebral (privação de oxigênio no cérebro), o equilíbrio entre oxidantes e antioxidantes no corpo é rompido, causando danos severos às células. A pesquisa, intitulada Cannabidiol Effectively Prevents Oxidative Stress and Stabilizes Hypoxia-Inducible Factor-1 Alpha (HIF-1α) in an Animal Model of Global Hypoxia, revelou que o CBD não só diminuiu os danos oxidativos nos tecidos cerebrais, como também preservou os níveis de antioxidantes naturais e estabilizou proteínas importantes para a resposta ao estresse oxidativo.
Segundo o estudo, o tratamento com CBD conseguiu reduzir a concentração de malondialdeído (MDA), um dos principais marcadores de estresse oxidativo, e aumentou os níveis de glutationa (GSH) e da capacidade antioxidante total (TAC) no cérebro de camundongos submetidos a condições de hipóxia. O estudo também observou que o CBD aumentou os níveis do fator HIF-1α, que desempenha um papel crucial na adaptação celular à baixa disponibilidade de oxigênio.
Aplicações clínicas e benefícios do CBD
As propriedades antioxidantes do CBD já havia sido explorada em pesquisas anteriores em áreas como doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas, onde o estresse oxidativo desempenha um papel central. No entanto, esta é a primeira vez que se observa a eficácia do CBD em um modelo animal de hipóxia neonatal, um problema clínico significativo que afeta neonatos e resulta em danos cerebrais permanentes.
Nos testes realizados, os pesquisadores privaram os animais de oxigênio para induzir hipóxia cerebral e, posteriormente, administraram doses de CBD. Os resultados mostraram que o canabidiol reduziu significativamente a peroxidação lipídica e preveniu a depleção de antioxidantes. Além disso, o estudo sugere que o CBD pode inibir a ferroptose, um tipo de morte celular causada pela peroxidação de lipídios, ao prevenir a acumulação excessiva de ferro livre no cérebro.
Essas descobertas abrem novas oportunidades para o desenvolvimento de terapias com CBD para condições associadas ao estresse oxidativo e à hipóxia, especialmente no contexto de lesões cerebrais perinatais e doenças neurodegenerativas.
Perspectivas para a Cannabis medicinal e a dermatologia
Além dos benefícios neurológicos, as propriedades antioxidantes do CBD também podem ser exploradas em outras áreas, como a dermatologia. Segundo a Dra. Alessandra Lindmayer, dermatologista entrevistada pelo portal Cannabis & Saúde, “produtos com CBD podem ajudar a prevenir o envelhecimento da pele graças à sua ação antioxidante.” Devido ao seu perfil anti-inflamatório e antioxidante, o CBD se mostra promissor para o desenvolvimento de cosméticos e tratamentos tópicos para combater o estresse oxidativo na pele, que contribui para o envelhecimento precoce e o surgimento de manchas.
O estudo traz novas evidências sobre o potencial terapêutico do CBD em condições de estresse oxidativo e sugere que ele pode ser um agente eficaz na estabilização do fator HIF-1α, essencial para a adaptação celular a situações de hipóxia. Embora a pesquisa tenha se concentrado em um modelo animal, seus resultados oferecem uma base sólida para investigações futuras e desenvolvimento de novas terapias para uso clínico em humanos.
Para saber mais sobre os detalhes do estudo, você pode acessar o artigo completo publicado na Scientific Reports.