Assim como acontece com os seres humanos, os animais também possuem sistema endocanabinoide, o que permite que tratamentos com cannabis medicinal sejam utilizados para algumas condições clínicas. E, sim, isso já acontece no mundo todo, incluindo no Brasil, mesmo com regulamentações mais restritas.
Neste post, você vai entender como funciona esse sistema nos pets, quais espécies possuem esse mecanismo, os cuidados necessários com o uso da cannabis em animais e como está o avanço desse mercado por aqui.
O que é o sistema endocanabinoide em animais?
O sistema endocanabinoide é um conjunto de receptores (CB1 e CB2), moléculas (endocanabinoides) e enzimas que ajudam o corpo a manter o equilíbrio interno — o que os cientistas chamam de homeostase.
Ele está presente tanto em humanos quanto em animais vertebrados, como:
- Cães e gatos
- Cavalos
- Coelhos
- Macacos
- Golfinhos
- Elefantes
- Aves
Já insetos não possuem esse sistema.
Esse mecanismo atua em funções como apetite, sono, resposta à dor, memória e sistema imunológico. Quando substâncias da cannabis (os fitocanabinoides) interagem com esses receptores, elas podem ajudar a aliviar sintomas e promover bem-estar, tanto em humanos quanto em pets.
Primeiros usos da cannabis em animais
O uso da cannabis na medicina veterinária não é novidade. O primeiro registro vem de 1607, quando o autor Edward Topsell recomendava o uso de sementes de cânhamo para ajudar cavalos a ganharem peso.
Com o passar dos anos, diversos estudos começaram a investigar o efeito terapêutico da cannabis em pets. Um dos exemplos mais conhecidos envolve cães com osteoartrite, que apresentaram melhora na dor e na mobilidade após o uso de produtos com canabidiol (CBD).

Diferenças entre o sistema endocanabinoide humano e animal
Apesar de ser parecido com o dos humanos, o sistema endocanabinoide dos animais é muito mais sensível, principalmente em relação ao THC — o canabinoide mais psicoativo da planta.
Isso significa que doses seguras para humanos podem causar intoxicação em cães e gatos, com sintomas como:
- Letargia
- Vômito
- Falta de coordenação
- Ansiedade
Por isso, os produtos de cannabis para animais devem ter formulações específicas, geralmente com alto teor de CBD e pouco ou nenhum THC. É fundamental respeitar as orientações de um veterinário especializado.



O que diz a legislação sobre cannabis para pets?
Nos Estados Unidos e em países da Europa, veterinários já podem prescrever produtos à base de cannabis para animais, com regulamentações específicas.
No Brasil, os veterinários ainda não têm autorização oficial da Anvisa para prescrever cannabis medicinal. No entanto, existe uma brecha legal: se o tutor conseguir a prescrição de um médico e a autorização da Anvisa, pode importar o produto e administrar sob supervisão veterinária.
Isso tem impulsionado o mercado nacional e já existem marcas com linhas veterinárias em desenvolvimento — além de cursos e formações voltadas para profissionais da área.
O mercado de cannabis para pets
O setor de cannabis veterinária vem crescendo no mundo todo, impulsionado por tutores que buscam alternativas naturais para o tratamento de seus bichinhos. O Brasil não fica de fora dessa tendência.
Segundo dados do relatório Cannabis no Mercado Pet, da Kaya Mind, esse mercado pode movimentar até R$ 1,45 bilhão no quarto ano de regulamentação plena no país.
Baixe o relatório gratuito e veja:
- Quais condições médicas mais afetam os pets;
- Quais produtos e marcas já atuam no segmento;
- Como está a regulamentação brasileira;
- O perfil dos tutores que buscam tratamentos naturais.
Cannabis para animais: cuidados e recomendações
Antes de iniciar qualquer tratamento com cannabis em pets, é essencial:
- Consultar um profissional da área (médico ou veterinário com experiência no tema);
- Nunca utilizar produtos de uso humano em animais;
- Escolher marcas confiáveis e com formulações veterinárias;
- Observar o comportamento do animal e ajustar a dose conforme necessário.
O sistema endocanabinoide em pets abre portas para tratamentos inovadores, seguros e naturais. Apesar da regulamentação brasileira ainda estar em construção, o mercado avança — e o interesse dos tutores mostra que essa tendência veio para ficar.
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