A vaporização da cannabis tem ganhado cada vez mais destaque no cenário da saúde. Um vídeo que circulou pela internet em 2019 mostrou um homem com síndrome de Parkinson em plena crise de tremores e enrijecimento. Após alguns minutos usando um vaporizador com cannabis, os sintomas diminuíram visivelmente. Mas o que está por trás desse efeito quase instantâneo? Vamos entender como funciona essa via de administração e quais os benefícios medicinais que ela pode oferecer.
Vaporizador de cannabis: o que é e como funciona?
Diferente de fumar, o vaporizador de ervas secas aquece a planta até uma temperatura suficiente para liberar os compostos ativos sem que ocorra combustão. Ou seja, não há queima da cannabis — e isso faz toda a diferença.
Essa forma de consumo é considerada muito mais segura, pois evita a formação de substâncias tóxicas que podem ser prejudiciais às vias respiratórias. O controle de temperatura, geralmente entre 160ºC e 220ºC, garante uma liberação eficiente de canabinoides e terpenos, otimizando os efeitos terapêuticos.
Nesse artigo você pode entender com mais profundidade sobre a vaporização da maconha.
Por que a vaporização de cannabis funciona tão rápido?
A absorção pulmonar é uma das vias mais rápidas de entrega de medicamentos ao organismo. Ao inalar os fitocanabinoides presentes na planta, eles chegam rapidamente à corrente sanguínea e ao sistema nervoso central. Saiba como funciona o sistema endocanabinoide.
A médica Laura Cremonese, especialista em medicina integrada e endocanabinologia, explica que os efeitos da cannabis vaporizada ocorrem de forma quase imediata justamente por conta dessa alta biodisponibilidade. Isso significa que o corpo aproveita mais os compostos da planta, com maior previsibilidade dos efeitos.
Efeitos terapêuticos observados com o vaporizador medicinal de cannabis
Diversos estudos e relatos de pacientes mostram que a vaporização de cannabis pode ajudar em condições como:
- Doença de Parkinson: redução de tremores e rigidez muscular, saiba mais
- Ansiedade: alívio rápido de crises
- Distúrbios do sono: melhora da qualidade do sono
- Dores crônicas: ação analgésica quase imediata
Além disso, pacientes que utilizam vaporizadores relatam maior sensação de bem-estar e conforto, sem os efeitos colaterais agressivos que outros medicamentos costumam causar.
Vaporização com CBD e THC: quais os limites?
O vaporizador medicinal de cannabis normalmente é abastecido com flores ricas em canabidiol (CBD) e com teor muito baixo de tetrahidrocanabinol (THC) — geralmente abaixo de 0,3%. Nesses casos, os efeitos psicoativos são praticamente inexistentes, mas os benefícios terapêuticos seguem potentes.
Essa proporção é importante para quem deseja tratar sintomas sem alterar o estado de consciência. Por outro lado, pacientes que precisam de doses mais altas de THC — como em alguns casos de dores intensas ou câncer — devem receber orientação médica adequada e observar a legislação vigente.
Vaporizador de ervas secas é melhor que vape com óleo?
Sim, e por vários motivos. O vaporizador de ervas secas aquece diretamente a planta, sem necessidade de diluentes ou solventes. Já os vapes com óleo podem conter outras substâncias na fórmula, como propilenoglicol ou acetato de vitamina E, que nem sempre são ideais para o pulmão. Saiba o que são os vapes de cannabis.
Por isso, se o objetivo é um uso farmacêutico e seguro, o ideal é utilizar vaporizadores desenvolvidos para uso com a planta in natura, regularizados e com controle de qualidade.
O vaporizador medicinal de cannabis é legal no Brasil?
A vaporização de cannabis para fins recreativos e medicinais ainda não é permitida no Brasil. Quer entender melhor essa regulamentação? Leia nosso post completo sobre como funciona a RDC 660 e descubra como pacientes têm acesso legal a produtos à base de cannabis no Brasil.
Existem riscos com o uso de vaporizadores medicinais?
Todo uso terapêutico exige acompanhamento profissional. Embora o uso de vaporizadores seja mais seguro que o fumo, a automedicação com cannabis não é indicada.
Além disso, a qualidade do produto utilizado é essencial. Produtos de origem desconhecida, mal armazenados ou com contaminação (fungos, pesticidas etc.) podem trazer riscos à saúde.
Outro ponto importante é que nem todas as doenças têm evidência científica suficiente para o uso de cannabis. Embora existam inúmeros relatos positivos, a prescrição deve ser individualizada e baseada em critérios médicos.
Se você quer saber mais sobre os diferentes tipos de produtos com cannabis e como cada um pode ser utilizado, acesse nosso acervo de conteúdos educativos e e-books gratuitos. Conhecimento é a melhor forma de cuidar da sua saúde com responsabilidade!
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