Você já deve ter ouvido falar em moedas digitais e, muito provavelmente, obteve a informação de que são sinônimas das criptomoedas. Apesar de toda criptomoeda ser uma moeda digital, nem toda moeda digital é uma criptomoeda. Isso porque as moedas digitais são qualquer ativo semelhante ao dinheiro que só pode ser armazenado e trocado virtualmente, como, por exemplo, as moedas de quando se utiliza um cartão de crédito.
Ainda, as criptomoedas e as moedas digitais têm suas transações emitidas e controladas de diferentes formas. As primeiras não são emitidas por governo e, portanto, não sofrem interferência governamental, enquanto as segundas são controladas por instituições certificadas pela autoridade nacional, entre eles os bancos centrais. Além disso, as criptomoedas funcionam como ativos financeiros, ou seja, são negociadas no mercado, enquanto a moeda digital é usada para pagar contas, fazer transferências investir e mais.
Mas o que são as criptomoedas?
As criptomoedas surgiram para facilitar transações financeiras no mundo todo no final dos anos 80 e tinham outra nomenclatura. Após a criação do Bitcoin em 2009, se tornaram muito conhecidas e, hoje, são consideradas importantes ativos no mercado financeiro global, com várias opções disponíveis de investimento.
As criptomoedas, portanto, são um tipo de dinheiro digital não-emitido por governos e que funcionam à base do uso de blockchain, um sistema à prova de violação que registra todas as suas transações, como se fosse um banco de dados. A forma de elas serem adquiridas são quando uma pessoa aceita um pagamento com elas, compra de outra pessoa ou de uma corretora específica. O valor das criptomoedas depende de qual você irá adquirir, mas uma Bitcoin, por exemplo, vale por volta de R$ 100 mil.
Como investir em moedas digitais
Como as criptomoedas são as moedas digitais mais conhecidas e com mais opções de investimento hoje, vamos explicar como comprar esses ativos em específico.
- Cadastre-se em plataformas de negociação de criptomoedas que, em inglês, se chamam “exchanges”.
- Em seguida, deposite o dinheiro necessário na conta da corretora para adquirir a criptomoeda que você deseja. Muitas dessas plataformas delimitam a transferência de, no mínimo, R$ 100 para realizar a compra. É claro que você pode transferir mais do que isso, mas lembre-se: esse mercado ainda é muito volátil, por isso, comece investindo um valor baixo mesmo.
- Fique atento se essas exchanges são reconhecidas pelo mercado. É essencial que você verifique os dados de pagamento corretos antes de realizar a transferência, pois há casos de fraudes com as corretoras.
- Depois de fazer o investimento, é hora de ver se ele rendeu bons frutos. Para isso, consulte a corretora na qual você adquiriu a criptomoeda, e, se achar que é o momento para receber o investimento em dinheiro, é preciso vender as moedas digitais nas próprias exchanges, pois elas reúnem vendedores e compradores. É possível também vender diretamente para outra pessoa e, em alguns casos raros, há caixas eletrônicos que fazem essa conversão automaticamente.
No Brasil, no entanto, as transações com criptomoedas ainda não são regulamentadas, apesar de haver um PL, o 3825/19, que prevê essa regulamentação. Essa proposta foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em fevereiro de 2022, e será encaminhada à Câmara dos Deputados caso não haja nenhum recurso para votação em plenário. Ainda, o Banco Central já vem discutindo como regulamentar essas moedas digitais.
Isso não significa, portanto, que não tenha uma movimentação de criptomoedas no país, afinal, sem regulamentação, há brechas na lei e ainda existe a possibilidade de comprar criptomoedas fora do Brasil. Segundo a Receita Federal, em todo o ano de 2021, foram movimentados mais de R$ 200 bilhões com criptomoedas.
Para investir nesse mercado sem comprar criptomoedas, é possível aplicar em fundos de investimentos ou ETFs que têm parte da carteira voltada para criptomoedas. Essas alternativas podem ser mais seguras para quem deseja começar a entrar nessa indústria.
Quais as principais criptomoedas? E em qual investir?
Hoje, existem milhares de criptomoedas disponíveis na indústria, com características distintas, sendo que algumas já receberam destaque em termos de valor de mercado e são globalmente conhecidas. Segundo um estudo da Coingecko, plataforma que reúne dados sobre criptomoedas, o mercado desses ativos digitais atingiu, em novembro de 2021, US$ 3 trilhões em capitalização de mercado.
As 5 principais são:
Bitcoin (BTC)
- Surgiu em 2008;
- Primeiro sistema de pagamentos global descentralizado;
- Estima-se que haverá no máximo 21 milhões de bitcoins em circulação sendo a última a ser minerada no ano de 2140;
- US$ 370 bilhões de capitalização de mercado (dados: julho de 2022).
Ethereum (ETH)
- Antiga Ether, que teve seu sistema hackeado em 2016;
- Hoje está entre as criptomoedas mais negociadas do mundo;
- Plataforma descentralizada para executar contratos inteligentes;
- US$ 129 bilhões de capitalização de mercado (dados: julho de 2022).
Tether (USDT)
- Surgiu em 2014;
- Uma stablecoin (moeda digital atrelada a ativos físicos e estáveis) que mantém paridade com dólar americano;
- Com menor volatilidade, usada para realizar transferências entre sistemas e com diferentes criptomoedas;
- US$ 66 bilhões de capitalização de mercado (dados: julho de 2022)
USD Coin
- Lançada em 2018;
- Assim como a Tether, é uma stablecoin pareada ao dólar;
- Focada em transparência, após denúncias relacionadas à Tether;
- US$ 55 bilhões de capitalização de mercado (dados: julho de 2022)
BNB
- Lançada em 2017;
- Usada dentro de uma Exchange;
- Há apenas 100 milhões de criptomoedas;
- US$ 35 bilhões de capitalização de mercado (dados: julho de 2022)
Além dessas criptomoedas, também existem àquelas relacionadas ao mercado da cannabis. Com essa indústria crescendo mundialmente, é natural que as moedas digitais incorporem o potencial da cannabis. Veja aqui algumas delas.