Ir para o conteúdo
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos

Maconha na gravidez: o que toda mãe precisa saber (guia prático e honesto)

Foto de Maria Riscala

Maria Riscala

Tempo de leitura: 5 min

Publicado em

  • outubro 2, 2025

O interesse pelo uso de maconha na gravidez cresceu com a expansão do uso medicinal e social em vários países. Muitas gestantes relatam buscar a planta para náuseas, vômitos, ansiedade e dor, especialmente no primeiro trimestre. Mas, apesar da popularidade, não há consenso científico de segurança.

Aviso importante: este conteúdo é um guia para informação geral. Não substitui avaliação médica. Se você está grávida, amamentando ou planejando engravidar, converse com seu obstetra/pediatra antes de usar qualquer produto de cannabis (THC ou CBD).

Por que esse assunto é tão difícil?

Porque a ciência tem limites aqui. Estudos clínicos costumam evitar testar substâncias em gestantes, por questões éticas e de segurança. Na prática, a maior parte do que sabemos vem de estudos observacionais, que comparam grupos de mulheres que usaram cannabis com grupos que não usaram, além de termos os relatos de mães que fizeram ou pausaram o uso durante a gestação. Para um estudo seria necessário um padrão no uso, qualidade e tipo de maconha usada na gravidez, o que torna quase impossível que ele seja conduzido.

Isso ajuda, mas não prova causa e efeito (podem existir outros fatores influenciando os resultados, como tabagismo, álcool, renda, acesso à saúde etc.). Ainda assim, o conjunto das evidências mais recentes vem apontando associações entre uso de maconha na gestação e desfechos não favoráveis para o bebê, e é por isso que as diretrizes recomendam evitar.

Conheça o sistema endocanabinóide. Entenda como o corpo usa endocanabinoides e porque isso importa no debate sobre gravidez e cannabis. Ler mais

O que as diretrizes mais novas dizem?

O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) atualizou sua orientação em setembro de 2025, recomendando triagem universal e aconselhamento para cessar o uso da maconha na gravidez e amamentação. A ideia é acolher, ouvir, orientar e oferecer alternativas seguras — sem punição nem preconceito.

O que os estudos vêm encontrando?

  • Uma meta-análise JAMA Pediatrics (Lo et al., 2025): reuniu 51 estudos e encontrou maiores chances de parto prematuro, baixo peso ao nascer, bebê pequeno para a idade gestacional e mortalidade perinatal entre mulheres que usaram cannabis na gestação (certeza moderada para parte dos desfechos).

Conheça o THC. Potência, efeitos e exposição fetal explicados de forma direta. Ler mais

  • Outra meta-análise, publicada na JAMA Network Open (Marchand et al., 2022): analisou 16 estudos (59.138 pacientes) e observou aumento de baixo peso ao nascer, pequeno para a idade e prematuridade associado ao uso materno.
  • Em outra revisão 2019 (Thompson et al.): destaca-se que o THC atravessa a placenta e pode se concentrar em tecidos fetais, inclusive no cérebro em desenvolvimento.

Tradução do “tecnicês”: há um padrão de associação preocupante, mesmo que esses estudos não provem causa e efeito. Por precaução, as sociedades médicas sugerem evitar o uso na gestação. É importante reforçar que diferentes médicos terão diferentes abordagens e esse guia foi feito para ajudar médicos e pacientes a encontrarem, juntos, o melhor caminho para cada mãe.

Não sabe onde pesquisas fontes confiáveis sobre cannabis? Fontes, critérios e como ler estudos sobre cannabis. Guia prático

E o CBD? “Não dá barato”, então é seguro?

Calma. Falta pesquisa robusta e específica sobre CBD em gestantes e lactantes.

O que já se sabe (e o que ainda falta estudar) sobre CBD. Ler mais

Sabemos que fitocanabinoides podem aparecer no leite materno por dias após o uso, mas ainda não entendemos totalmente quanto chega ao bebê e com quais efeitos. Em linha com a postura de precaução, as diretrizes também desencorajam o uso na amamentação — sem recomendar interromper o aleitamento por causa disso (o foco é acolher e reduzir riscos).

Experiência real de muitas mães

A gente sabe que muitas mulheres relatam melhora de sintomas como náusea intensa, ansiedade, dor e insônia quando usam cannabis. Esses relatos importam e merecem respeito — ninguém aqui está para julgar.

O ponto é: a evidência científica de segurança e eficácia na gestação ainda não acompanha essas experiências, então vale conversar com seu médico sobre outras estratégias para seguir ou não com o uso da maconha na gravidez (redução de danos no uso, medicamentos com melhor perfil de segurança na gravidez e outras medidas não farmacológicas).

Redução de danos (quando a conversa com o médico ainda não aconteceu ou está difícil)

Aviso importante: isto não é uma recomendação de uso durante a gestação ou amamentação. A orientação geral segue sendo evitar cannabis nesses períodos. As dicas abaixo são apenas informações de redução de danos, caso a pessoa decida usar mesmo assim, até conseguir alinhar tudo com seu médico.

  • Priorize informação de qualidade. Tente usar produtos testados em laboratório para saber teor de THC/CBD e ausência de contaminantes. Evite produtos caseiros sem controle de qualidade e cartuchos de procedência duvidosa.
  • Menos é mais. Se for usar, escolha a menor dose possível e a menor frequência necessária.

Não conhece ainda os princípios esses ciais da redução de danos? Informação sem julgamento para reduzir riscos. Ler mais

  • Cuidado com a via de consumo. A combustão (fumaça) adiciona monóxido de carbono e toxinas; se for usar, evite fumar e não misture com tabaco.
  • Evite misturar com álcool, tabaco ou outras drogas/medicações.
  • Ambiente seguro. Evite dirigir ou realizar tarefas de risco sob efeito. Não exponha ninguém à fumaça passiva; ventile o ambiente. Guarde produtos trancados e fora do alcance de crianças.
  • Observe seu corpo (e registre). Anote quanto, quando e o que usou, sintomas percebidos e efeitos no sono/ansiedade/náusea. Esse diário ajuda numa conversa futura sem julgamentos com o médico.
  • Procure apoio, mesmo que não seja o obstetra agora. Se a conversa com o seu médico estiver difícil, tente outro profissional da equipe (enfermeira, pediatra, farmacêutico) ou um serviço de cessação/saúde mental. O objetivo é cuidar de você e do bebê, não punir.

Cannabis e amamentação: posso usar?

As orientações desencorajam o uso durante a amamentação, mas não recomendam parar de amamentar automaticamente.

O caminho é conversa aberta com seu pediatra/obstetra, apoio para cessação quando possível e acompanhamento do bebê. Estudos mostram THC detectável no leite por semanas em parte das mães avaliadas, mas os efeitos clínicos no bebê ainda não estão bem definidos — o que reforça a abordagem de redução de danos e monitoramento.

Por que os médicos falam em “evitar mesmo assim”?

Além das associações com resultados do parto, há preocupação com o cérebro do bebê, que está “passando fiação” nesse período e fumar maconha na gravidez pode ou não interferir nisso. O sistema endocanabinoide participa de etapas do neurodesenvolvimento; interferências externas (como THC) em janelas críticas podem mexer nesse processo — e é isso que a ciência está tentando entender melhor.

Se eu usei antes de descobrir a gravidez…

Respira. Pare de usar e conte ao seu obstetra (sem medo — a consulta é um espaço de cuidado). O médico pode ajustar seu pré-natal e orientar opções seguras para sintomas como enjoo, dor e ansiedade. Diretrizes atuais pedem triagem universal e sem viés, justamente para evitar julgamentos e garantir apoio.

Benefícios da maconha: o que é evidência e o que é mito. Um balanço honesto para além do hype. Descubra

Perguntas rápidas (FAQ)

Maconha na gravidez faz mal?
Os estudos não são perfeitos, mas meta-análises recentes encontraram maiores riscos de prematuridade, baixo peso e mortalidade perinatal entre usuárias. Por precaução, se possível, evite.

E o CBD? É diferente do THC.
É diferente, sim — não é psicotrópico —, mas faltam estudos de segurança em gestantes/lactantes. Diretrizes desencorajam o uso na amamentação e sugerem conversar com o médico sobre alternativas. (ACOG, 2025).

Vape, comestível ou óleo são “mais seguros”?
Muda a forma de usar, não a exposição do bebê a canabinoides, mas reduz os danos da combustão. Evite durante gestação e lactação. (ACOG, 2025).

Já uso e me ajuda muito. O que faço?
Traga isso para o seu médico. A recomendação geral é tentar parar durante a gestação e a amamentação, substituindo por opções com melhor perfil de segurança. Sem culpa, sem julgamento — com cuidado e plano individual. (ACOG, 2025).

Para ler mais (fontes citadas)

  • ACOG (2025) – Consenso clínico e nota à imprensa sobre triagem universal e cessação do uso na gestação/lactação. ACOG
  • Lo et al., JAMA Pediatrics (2025) – Revisão sistemática + meta-análise (51 estudos): maior chance de prematuridade, baixo peso, pequeno para a idade e mortalidade perinatal. cannabisevidence.org
  • Marchand et al., JAMA Network Open (2022) – Meta-análise (16 estudos): associações com baixo peso, pequeno para a idade e prematuridade. PMC
  • Thompson et al. (2019) – Revisão que detalha passagem transplacentária do THC. PMC
  • Wymore et al., JAMA Pediatrics (2021) e Bertrand et al., Pediatrics (2018) – THC detectável no leite materno em parte das mães avaliadas.
Subscribe
Login
Notify of
guest

guest

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

0 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
AnteriorAnteriorRegulamentação da cannabis no Brasil: em que pé estamos e o que pode mudar
PróximoObjetos feitos com cânhamo que você nem sabia que existiaPróximo
pacientes de cannabis medicinal brasil 2025
Mercado
Maria Riscala

Número de pacientes de cannabis no Brasil em 2025: país ultrapassa 873 mil usuários e deve bater recorde histórico de importações

O número de pacientes de cannabis no Brasil em 2025

Leia mais
3 de dezembro de 2025
materiais de construção feitos com cânhamo
Sustentabilidade
Maria Riscala

Materiais de construção feitos com cânhamo: como funcionam, benefícios e por que estão crescendo no mundo

Os materiais de construção feitos com cânhamo estão ganhando espaço

Leia mais
30 de novembro de 2025
fumar na maçã acabou a seda
Cultura
Maria Riscala

Acabou a seda, e agora? 12 alternativas de como fumar sem seda

Além das sedas, uma diversidade de acessórios para fumar estão disponíveis no mercado ou podem ser feitas em casa! Venha conhecer e entender cada uma dessas alternativas.

Leia mais
29 de novembro de 2025

Não perca nossos conteúdos!

Ao se inscrever na nossa newsletter, você fica inteirado em todas as novidades que rolam na Kaya Mind e no mercado da cannabis, além de receber nossos relatórios e outros produtos em primeira mão!

A Kaya Mind

Conteúdos

Base de Strains

Relatórios

Ebooks

Infográficos

Podcasts

Vídeos

Blog

Tendências

Receitas

Mercado

Negócios

Política

Ciência

Saúde

Nos siga nas redes sociais
Instagram Youtube Spotify Linkedin Facebook
Fale Conosco

+55 11 91242-3799

[email protected]

Copyright © Kaya 2024. All rights reserved.
  • Blog
  • Strains
  • Relatórios
  • E-books
  • Vídeos
  • Podcasts
  • Cursos
  • Quem Somos
  • Cannabis Medicinal
  • Pesquisas
  • Relatórios
    • Seja um patrocinador
    • Sob Demanda
  • Cursos
    • Imersão no Mercado da Cannabis
    • Cannabis para Comunicadores
  • Quem Somos
  • Conteúdos
    • Blog
    • Strains
    • Relatórios
    • E-books
    • Infográficos
    • Podcasts
    • Vídeos
  • Contato
Login
Teste Grátis
wpDiscuz
0
0
Nós adoraríamos saber sua opinião, deixe seu comentário!x
()
x
| Responder